— Então esses são os seus novos horários? — O policial perguntou olhando com atenção o papel em suas mãos, enquanto com a outra levava uma xícara de café até os seus lábios. Ele já havia percebido que Tighnari parecia ansioso e esperava algum tipo de resposta sua. O que achava bastante estranho — E você está... Bem com isso? Com esse trabalho?— Ele vai me pagar bem, um pouco menos por conta da redução de carga horária, mas acho que será bom, minhas economias já estão acabando e não quero ser incoveniente dependendo de você.
— Eu não me importaria de sustentar você e a Collei por um tempo — Cyno falou olhando novamente para aquele horário — Já assinou o contrato?
— Não. Eu disse que precisava de mais um dia, então quis conversar com você.
O policial não entendia por que sua opinião era tão necessária para o menor, mas talvez não fosse. Talvez Tighnari só quisesse uma desculpa para recusar a vaga e ele seria sua melhor chance — Olha... Tighnari. É uma boa oportunidade e se a sua preocupação é com os sábados eu posso cuidar da Collei por você.
— Não!
— Não?
— Não!
— Ma... Mas o que não?
O feneco suspirou fincando de pé e andando de um lado para o outro ao menos umas cinco vezes antes de sentar novamente — Não me dá uma alternativa! Não facilita, só diz que precisa de mim em casa e eu... Eu não aceito.
— É... — Cyno repetiu aquela mesma vogal várias vezes, sem saber o que falar exatamente — Eu não sei o que falar Tighnari...
Ele suspirou mais uma vez pegando o celular — Eu vou ligar e dizer que aceito a vaga... Vou me arrepender se perder uma oportunidade dessas...
Cyno segurou sua mão e pegou o celular deixando de lado — Vai se arrepender mais se aceitar, não é o que você quer, você não gosta de trabalhar em clínicas e hospitais, sempre me disse isso e eu via você infeliz sempre que saía daquele hospital — O policial acariciou a mão macia e a segurou com mais firmeza — Eu não me importo se você decidir não aceitar esse emprego, você tem um lugar pra morar e eu vou ajudar no que precisar enquanto não conseguir algo que realmente queira.
Era a primeira vez que o feneco se sentia amparado e teve que lutar muito para não chorar. Ele não era de chorar e não faria isso naquele momento — Obrigado — Os dois passaram longos minutos acariciando suas mãos e perdidos no olhar um do outro.
Ao menos até Collei acordar puxando a blusa de Cyno e pedindo por colo — Bom dia — Ela murmurou o abraçando e voltando a cochilar.
— Vou fazer um lanche.
— Não precisa se preocupar comigo, eu estou indo para a academia — Tighnari assentiu e pegou Collei dos braços do policial.
— Você tem certeza que vai sem comer nada? Só tomou aquele negócio... — Cyno acabou rindo para o menor assentindo e deixando o apartamento logo em seguida — Ele é doido.
— Você gosta dele — Collei murmurou fazendo carinho na bochecha do mais velho.
— O que? De onde você tirou isso?
— Tio Kaveh que disse.
— Você tá passando tempo demais com o tio Kaveh — Tighnari a deixou no sofá, era uma manhã de sábado e ele simplesmente não sabia o que fazer, tudo o que poderia fazer naquele momento era preparar o café da manhã para eles dois e pensar no almoço, ele não sabia o que o policial tanto fazia na academia que demorava quase duas horas para voltar.
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Euphoria
Fanfiction(Concluída)Cyno era um policial recém promovido a capitão com dois casos difíceis para resolver: Um assassinato em série e como reconquistar o seu ex que havia magoado profundamente. Mas o acaso os uniu novamente e agora ele via a chance de ser perd...