Capítulo três

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— Senhorita Anewhint! - Exclama um dos homens que a ouvia. — Concentre-se. - Ordena em um tom gentil.

— Desculpe... - Ela suspira, endireitando sua postura na cadeira. — O que falar sobre meu antigo namorado? - Ela sorri. — Tom... - Celine parecia sentir dificuldade em se comunicar. — Tom era... Tudo com que uma garota sonha: cavalheiro, gentil, atraente... Esse foi o homem que eu conheci. - O salão se mantinha em silêncio. — Lorde Voldemort é apenas a consequência, algo que matou meu namorado... - Ela ascende um cigarro. — Ou ele apenas o manteve bem escondido durante o nosso namoro. - A atenção estava sobre ela.

— Isso nós já entendemos. Seu relacionamento com o senhor Riddle, inicialmente, era invejável. - Celine observa o portador das palavras. — Agora... Detalhe a primeira vez em que ele revelou o seu " interior " - Ele sorri maliciosamente.

— Certo... - Suspira, encarando um vazio a sua frente antes de contar sua história. — Isso foi um pouco depois de nos conhecermos, cerca de um ano. - Desvia o olhar, amargurando-se com a memória. — Eu estava indo encontrá-lo em sua casa após uma viagem longa que eu havia feito, e até então eu ainda não entendia a origem de sua fama ou qualquer informação sobre sua carreira como Lorde Voldemort. - Suspira, liberando mais fumaça enquanto balança o cigarro.

Flashback on: ( Celine Anewhint)

— Senhorita... - Cumprimenta-me uma das empregadas da casa ao abrir a porta. — Por favor, fique a vontade. - Disse gentilmente, distanciando-se de mim.

Observo a casa escura e praticamente vazia, se não fosse pela mulher ainda em meu campo de visão. Estava tudo tão silencioso, e com isso quero me referir a vozes humanas, afinal a trovoada lá fora é audível até para as audições mais sensíveis.

Já faz um mês desde que não o vejo, onde estaria Tom agora?

Começo a subir as escadas prestando atenção no barulho em que o salto de minha bota faz ao colidir com o mármore utilizado na construção do piso. Então finalmente observo o corredor que direcionava ao escritório de meu namorado.

— O que você fez?! - Exclama uma voz grossa, este é Tom. — Diga-me, qual era a dificuldade?! - Meus ouvidos captaram um som como um forte soco.

— Milorde, perdão... - Choraminga a outra pessoa na sala. — Tenha piedade, eu imploro... - Escuto outro soco.

A cena naquela sala parecia terrível, aterrorizante. Pelo barulho de passos deveriam haver mais de cinco pessoas naquela sala, e uma delas estava sofrendo fortes e violentas agressões físicas.

— Tom, sou eu, Celine. Posso entrar? - Questionei após bater à porta de forma educada.

Bati a porta educadamente enquanto ainda era capaz de escutar múrmuros de feitiços que torturavam, e de repente tudo se silenciou. Não obtive respostas por alguns segundos.

Dessa forma, a porta se abriu de forma lenta, revelando meu namorado. Ele parecia alegre, mas não permitiu que eu observasse o que havia naquela sala.

— Meu amor! - Exclamou sorridente, agarrando meu corpo em um abraço de saudade enquanto me afastava de tudo. — Quanto tempo faz que chegou a Inglaterra? - Indaga enquanto nos afastamos de seu escritório.

— Cheguei há algumas horas. - Sorri, fitando o rosto sorridente dele ao mesmo tempo em que ele me encara. — Escute... Estava tudo bem lá dentro? - Indago tentando observar a porta que fica ainda mais distante há cada passo.

— Tudo certo, querida... - Ele acaricia meu rosto. — Nós só estávamos resolvendo algumas questões do trabalho. - Seu sorriso atraente me encara intensamente. — Aliás, você voltou bem? - Ele indaga segurando meu corpo em um abraço.

Sempre gostei do jeito que ele me tocava. Sempre tão cuidadoso e tão sexy. Suas carícias eram leves, mas ele sempre segurou meu braço com certa força, e isso fazia com que eu me esquecesse de tudo de ruim que havia.

A maneira como sua mão leve lentamente segurava meu rosto, descendo pelo meu pescoço e ombro, quando ele finalmente chegava em meu braço, apertando-o sem muita força, apenas com o ideal para que me causasse sensações muito boas.

Flashback Off: ( Autora )

— Um dos motivos de minha paixão por ele fora esses toques. - A sala parecia tensa. — Eu acredito que ele sabia como eu me sentia em relação a isso, pois ele jamais deu fim a aquilo. - Busca o cigarro a sua frente.

— Certo... - A sala permanece em silêncio por alguns segundos.

O ambiente seguirá tenso. Quanto mais tempo passava naquela cadeira, Celine sentia-se pior, ela odiava contar sobre sua vida pessoal, é como se ela não vestisse roupas naquele momento.

Fora do tribunal, o mundo bruxo só sabia falar sobre este julgamento. Todos queriam saber como ela havia conquistado o lorde e como prevaleceu em um relacionamento com este mesmo sabendo sobre as atrocidades cometidas por ele.

Celine era um enigma. Parecia uma mulher triste e fria, sofrendo pela consequência de suas escolhas, ao menos o que ela demonstrava. Toda a imagem que ela mostrava no tribunal estava sendo julgada dentro e fora dele.

Quanto mais tempo passava, mais o povo bruxo a considerava inocente, afinal, uma mulher como ela, portadora daquela imagem e de um casamento bastante complicado não merecia sofrer em Askaban.

Sim, ela deve pagar por seus crimes, mas até então, quais são eles?

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Nada novo por aqui 👀

Nossa História de Amor - Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora