**Capítulo 3: Sussurros da Lua**

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A noite em Castelo Bruxo trazia uma calmaria que contrastava com a efervescência do dia. Os alunos, exaustos das aulas e atividades, buscavam refúgio no silêncio de seus quartos. Lara, no entanto, encontrava-se inquieta, na sua mente ainda reverberava seu estranho contato com a erva-luar. Havia uma lacuna na sua memória.

Enquanto a lua cheia iluminava o céu, Lara se deitou, deixando que a luz suave entrasse por sua janela. Pouco a pouco, o cansaço venceu sua agitação, e ela se viu mergulhando em um sono profundo. Nesse sono, um sonho enigmático tomou forma.

Ela estava caminhando descalça na Floresta, mas não era a floresta que conhecia. Esta era iluminada por uma luz prateada, tornando cada folha e gota de orvalho parte de um mundo etéreo. A lua, grande e brilhante, guiava seu caminho, banhando tudo ao seu redor com um brilho místico e encantador.

Lara avançava pela floresta, atraída por uma melodia suave e distante, uma canção que parecia chamar seu nome. Criaturas mágicas da floresta a observavam de longe, sussurrando entre si em uma língua desconhecida, mas de alguma forma familiar.

Chegou numa clareira onde uma enorme imensa árvore se erguia, com suas raízes profundas e galhos tocando o céu estrelado. No tronco da árvore, símbolos luminescentes de cor azulada se formavam, desenhando padrões que pulsavam junto com o seu coração, com uma energia esmagadora, dolorosa e muito poderosa. A pressão que a aquela força causava em seus pulmões quase não a deixava respirar.

Uma figura de traços finos e quase inumanos surgiu diante de Lara, com uma aura angelical, vestida em mantos que refletiam as estrelas. Seus olhos eram como poços profundos de sabedoria antiga. "Lara," a figura falou, sua voz ecoando como o vento nas folhas, "você está destinada a um grande caminho. Mas cuidado, as sombras do passado espreitam, buscando corromper o futuro. A união é a chave de tudo"

Antes que Lara pudesse falar, a figura se desvaneceu, e a clareira se iluminou com uma luz intensa e cegante. Sentindo o chão desaparecer sob seus pés, Lara acordou abruptamente com seu coração batendo rápido e o corpo ensopado de suor, o sonho ainda estava vivido em sua mente.

Sentada em sua cama, tentando recuperar o fôlego, Lara buscava entender o significado daquele sonho. "ainda bem que não acordei ninguém", pensou ao olhar os seus colegas de dormitório em seus tranquilos sonos. As palavras da figura misteriosa ecoavam em sua mente. Era uma advertência? Um chamado? Ela sabia que aquele sonho não era um mero devaneio, mas talvez um aspecto de uma nova habilidade premonitória, que dava sinais sutis e paulatinamente maiores desde que tocara naquela planta da aula de herbologia. 

Com o amanhecer se aproximando, Lara contemplou a lua através da janela, sentindo uma conexão profunda com o mundo mágico ao seu redor. Ela sabia que os dias à frente em Ratanabá seriam repletos de aprendizado e desafios, mas agora havia também um senso de destino, uma missão que ela estava destinada a cumprir, mas ainda não sabia muito bem qual era.

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