"Estou me sentindo meio tonta…"
Acorda, se sentando naquele tipo de maca. Sua visão estava meio borrada. E sentia seu corpo um pouco mais pesado que o normal.
"Me sinto estranha. Diferente…"
Leva uma mão à cabeça, tentando afastar aquela desorientação. Após poucos segundos, abaixa seu braço.
"Espera…"
Olha para suas mãos
"Mas o quê?"
Não pareciam suas mãos. Aquelas não eram suas mãos.
Ela levanta da maca com o susto. E olha para o resto do seu corpo."Isso não pode ser real!... O que aconteceu comigo?!"
Passa uma das mãos pelo seu rosto enquanto olha a outra.
"Essa pele não parece natural… Meu corpo não parece natural…"
Ela começa a se desesperar. Fechando seus olhos, tenta respirar fundo.
"A fuga... Agora me lembro. Estava fugindo de casa até encontrar aquela mulher…"
Abre seus olhos. Sua tontura havia passado. Ela percebe o silêncio.
"Estou na casa dela… Tenho que sair daqui."
Abre devagar a porta do cômodo onde estava e não vê ninguém. Estava só naquela casa.
Caminha silenciosamente pelo fim do pequeno corredor até a sala de estar, onde ficava apenas um sofá velho, uma caixa de madeira como mesa de centro e duas cadeiras ao lado.
A esquerda, havia uma estreita cozinha, com apenas os móveis básicos. Um forte odor fétido parecia vir da geladeira."Parece cheiro de carne podre…"
Ao abrir a geladeira, um grande saco de lixo cai no chão, desenrolando-se e mostrando o que havia dentro.
"Não pode ser…"
Era o corpo de Charlotte. Estava sem a parte de cima da cabeça, cortada acima dos olhos. Ela fica em choque fitando a cena.
"Não pode ser possível… Sou eu. É o meu corpo… Como eu posso estar–"
Escuta sons na porta de entrada. Alguém estava chegando.
"Preciso sair daqui!"
Ela vê a janela da cozinha. Corre até ela abrindo-a rapidamente e saindo da casa.
Ainda estava de noite. Não sabia quanto tempo havia passado e nem onde estava. Após alguns minutos andando, escuta um caminhão de lixo se aproximando. Ela queria gritar e pedir ajuda.
"Mas… Essa aparência não parece normal… Eles podem se assustar…"
Ela se esconde atrás de uma árvore até o caminhão passar, depois continua a andar sem rumo. Sua mente estava muito confusa, não sabia distinguir o que sentia, era um pouco de culpa, tristeza, confusão… Mas tinha algo que a estava consumindo: Medo.
· • ★ • ·
Após um tempo caminhando, começa a ficar cansada e com frio. Até que, se depara com um restaurante abandonado.
Quando se aproxima, vê que as portas estavam fechadas com tábuas pregadas nelas. Ao fundo do restaurante, havia um pequeno terreno com cercas de ferro e gramas altas. Ela encontra um buraco na cerca e passa por ela.
"Deve ter outra entrada que dá acesso ao restaurante"
Ela encontra uma porta destrancada e entra. O restaurante não estava muito empoeirado e os móveis pareciam estar em bom estado.
"Parece que não foi abandonado a muito tempo"
O restaurante possuía uma planta estranha. Caminhando pelo lugar, averiguou que não havia mais ninguém. Ainda saía água das torneiras, mas a energia já tinha sido cortada. Na cozinha havia uma despensa com alguns alimentos, poderia comer algo.
"Posso ficar por aqui"
Ela volta para uma sala que ficava ao lado da entrada que encontrou. Deveria ser a sala dos funcionários e documentos do restaurante, apelidou de "Sala de Reunião". Deitou-se no sofá que havia na sala. Uma onda de tristeza a atingiu a fazendo lacrimejar. Confusa, se perguntava como aquilo era possível. Permanecendo nesse estado até adormecer.
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Matriz - A Origem -
Science FictionCharlotte, uma jovem aparentemente comum de 13 anos, está fugindo de casa e acaba encontrando uma mulher misteriosa que oferece ajuda. Mas ela acorda em um corpo estranho que parece ser de outra espécie. Sua mente está confusa e com memórias que nun...