Quase 02:30 da manhã. A maioria das pessoas estavam dormindo em suas casas. As ruas vazias novamente.
"Minha mochila ainda deve estar lá"Pensa Charlotte, em frente a casa de madeira. Caminha em volta da casa, tentando olhar pelas janelas. Na cozinha, ela vê que o corpo (o seu corpo) não está mais lá. Na próxima janela, aos fundos, era o quarto onde acordara. A abriu, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Dentro do quarto, olhou ao redor. Da primeira vez não olhou direito o cômodo. Havia a maca no canto com uma cadeira ao lado, algumas cômodas e, o que parecia, um carrinho de salão coberto por um grande pano do outro lado.
Na outra parede, cartazes com rabiscos estranhos e anotações com letras que pareciam as mesmas do hospital onde estava.
"Matriz"
Percebeu que tudo estava silencioso. Novamente.
"Por que ela fez isso…?"
Questionou, tentando entender aquela caligrafia corrida e torta. Balança a cabeça desistindo. Olhando para os lados, encontra sua mochila quase escondida embaixo do carrinho.
"Achei!"
Abaixa-se, e quando a pega… Algo acaba caindo do carrinho fazendo barulho.
"Droga!"
A mulher de longos cabelos escuros dormia na cama simples do quarto à frente. Ela acorda com o barulho e se levanta indo em direção ao local.
Charlotte se desespera e esconde-se ao lado da porta fechada, onde havia um pedaço de cabo de vassoura. Aquilo deve ser o que a mulher usou para golpea-la… Charlotte sente uma raiva surgir. A porta é aberta e a mulher entra no quarto. Charlotte silenciosamente sai de trás da porta e a atinge na cabeça. A mulher cai inconsciente."Será que… Matei ela…?"
Instantaneamente, a culpa e o arrependimento a consomem. Ela larga o cabo e sai rapidamente pela janela. Fora de casa, começa a correr. Só quer voltar o mais rápido possível para o restaurante.
"Está tudo bem… Ela só deve ter desmaiado…"
Tentava se acalmar. Sua mente começava a se encher de perguntas.
"O que ela fez comigo? O que eram aqueles desenhos? O que é esse corpo?"
Pensava enquanto corria. Próximo do restaurante, desacelera um pouco ofegante. Entra pelos fundos e se certifica de que não havia ninguém no restaurante. Então, trava a porta com um pedaço de madeira. Vai até a "Sala de Reunião", tira sua mochila das costas e a coloca no sofá, se sentando em seguida. A abre e verifica seus pertences.
Charlotte — Ainda bem, está tudo aqui. — Sua voz ainda estava um pouco rouca.
A adrenalina estava baixando. Começou a sentir-se tonta. Largou a mochila no chão e se encostou no sofá esperando aquela tontura passar. Sentia que iria desmaiar. A cada segundo se sentia mais entorpecida… E logo apagou.
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Matriz - A Origem -
Science FictionCharlotte, uma jovem aparentemente comum de 13 anos, está fugindo de casa e acaba encontrando uma mulher misteriosa que oferece ajuda. Mas ela acorda em um corpo estranho que parece ser de outra espécie. Sua mente está confusa e com memórias que nun...