• Rewrite The Stars •

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Jisung era um jovem ômega na flor dos seus 22 anos. Tinha orgulho de si por chegar onde chegou sendo tão jovem, já tinha sua independência morando só, fazia a faculdade de seus sonhos e se sentia totalmente realizado por isso. Seus pais moravam em Gimpo e sempre mantiam contato, apoiando toda a decisão do único filho.

Mas como toda a história tem um porém, -coisa que Jisung odeia em algumas- a dele não iria ser diferente. Conhecia diversos amores, amores entre parentes, amores entre amigos, amores entre almas predestinadas, mas o principal ele não conhecia, o seu amor. Se sentia sempre vazio por nunca ter se apaixonado, conhecia o tal sentimento através de livros que já leu no decorrer de sua vida, sempre buscando entender melhor se seria como descrito. Realmente existe as borboletas no estômago como dizem? Será que as mãos ficam trêmulas e soando frio ao está perto de quem amamos? E a pupila, realmente dilata? Jisung não sabia essas respostas.

Naquela janela de ônibus embassada devido a chuva de outono que caia, Jisung vagava por seus pensamentos enquanto tinha o segundo livro da trilogia recém comprada por si em suas mãos. Olhava através da janela os carros passando lentamente, as pessoas tentando se proteger da chuva, quase não percebendo quando chegou próximo a sua parada logo guardando o objeto em sua bolsa e solicitando para o motorista parar próximo a cafeteria, o velhinho que era o motorista de todos os dias naquele mesmo horário era muito simpático com Jisung, o achava um ômega extremamente adorável que sempre o comprimentava com um "bom dia" logo seguido de um "bom trabalho".

Rapidamente Jisung desceu do ônibus apressando o passo na tentativa de não se molhar tanto para chegar na pequena cafeteria onde trabalhava meio período a cerca de 6 meses. Adorava seu trabalho pois amava o cheiro do café que tomava de conta do local, sem contar a decoração minuciosamente arrumada com arranjos de plantas e flores delicados e que no centro uma árvore se destacava, mesas de madeira e cadeiras brancas e cinza que remetia um cenário de época com luzes espalhadas pela parede e um candelabro com uma única vela em cada mesa. Ah como Jisung amava aquele local e aquela sensação de está em um conto antigo.

Colocou seu avental marrom logo inciando seus trabalhos. Era um dos atendentes e adorava ter contato direto com os clientes que frequentavam aquele espaço, conhecendo novas histórias, novas amizades, e claro, todos o adoravam. Recebia inúmeros convites para jantar ou até mesmo um passeio, mas Jisung nunca aceitou, seu lobo sempre ficava inquieto quando alguém se aproximava de si com tais intenções, por mais amigável que pudesse ser, realmente Jisung não entendia tal comportamento.

As horas foram se passando, clientes indo e vindo, e o sorriso do acinzentado não saia de seu rosto delicado, atendia a todos com maior carinho e simpatia. Após seu intervalo para o lanche, voltou ao balcão logo dando início as atividades, escutou mais uma vez naquele dia o sininho que ficava acima da porta de entrada soar dando a entender que um novo cliente havia chegado.

Jisung levantou sua cabeça, colocou seu melhor sorriso e simplesmente paralisou. O cheiro de vinho envelhecido tomou conta de duas narinas, o homem de cabelos castanhos e nariz afiado chamou atenção de Jisung.

─ Boa tarde, poderia anotar meu pedido por gentileza? Para viagem. ─ o tom rouco da voz do maior deixou Jisung com seus pelinhos arrepiados e ao ouvi-lo seu lobo entrou em êxtase, pulando e uivando dentro de si e Jisung não entendia tal atitude repentina.

─ Oh! D-desculpe ─ Jisung acordou de seu transe se amaldiçoado por gaguejar ─ Qual seria o pedido, senhor?

─ Um americano extra forte, estarei esperando naquela mesa, me avise quando estiver pronto, sim? ─ e o homem saiu sem esperar pela resposta do acinzentado.

Jisung respirou fundo inalando aquele cheiro tão bom que sentiu. Nunca foi de se encantar tanto por cheiros de alfas, mas esse parecia que tinha o tomado por completo. Logo foi preparar o pedido buscando não tremer as mãos ao ir na direção do homem sentado na mesa de canto enquanto olhava a chuva através da grande janela.

O alfa logo virou sua cabeça em direção onde vinha aquele delicioso cheiro de chocolate amargo e viu o ômega se aproximando.

─ Seu pedido está pronto, senhor. ─ Jisung colocou sobre a mesa um copo de cor marrom com uma tampinha branca e a logo da cafeteira na lateral com alguns outros detalhes florais em pequenos traços, criação de Jisung, especialmente desenhado por si.

─ Muito obrigado, jovem. ─ Jisung sorriu pelo modo que foi chamado.

─ Disponha, espero que goste e será sempre bem vindo a nossa cafeteria. ─ o acinzentado se curvou levemente em sinal de respeito e logo girou os calcanhares para voltar ao seu lugar.

─ Qual seu nome, ômega? ─ Jisung sentiu a mão delicada segurar seu pulso e olhos felinos o encarando com firmeza.

─ Han Jisung. E o seu-

─ Jisung, precisamos de você urgente na cozinha. ─ foi interrompido com o chamado do seu colega.

─ Desculpe, tenho que ir. ─ encarou seu pulso que tinha uma mão grande ainda ali o impedindo de sair.

─ Oh, me desculpe. Obrigado mais uma vez. ─ o soltou pegando seu café e logo se dirigindo para a porta.

Jisung ficou estático parado no mesmo local mirando o alfa sair por aquela porta de madeira e deixando o rastro do seu cheiro para trás, involuntariamente, Jisung respirou fundo e fechou levemente seus olhos na tentativa de absorver mais pra si, estava completamente envolto.

E assim aquele alfa se foi, o deixando desconfigurado e com seu coração completamente acelerado.

Querido Leitor • Minsung • ✒️Onde histórias criam vida. Descubra agora