A consequência do esquecimento

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Karina tinha o dom mais curioso da escola, afinal, em um mundo onde é concedido desde o nascimento um dom trazido dos deuses e deusas do olimpo, era mais comum dons como música, literatura, liderança etc, entretanto aqueles que vinham de linhagens douradas sempre possuíam os mais chamativos.

A moça de cabelos suavemente ondulados e de cor que se assemelhava a café com leite, possuía o dom de visualizar as imagens do que ainda ninguém poderia ver, o futuro.

Vir de uma família com a árvore genealógica não possuía nenhuma pessoa sem dom concedido ou de algum dom misturado era um luxo de se ter, ou melhor dizendo, uma imensa sorte. Eram oque chamavam de "Linhagens Douradas", que claramente não eram literalmente douradas, mas eram admiráveis.

Os outros de Linhagens diretas, ou seja, que herdavam de um dos pais, eram facilmente esquecidos na multidão.

Os de Linhagens indiretas eram criticados apenas por possuir dons misturados de sua mãe e pai, e não queira nem pensar oque os de linhagens "defeituosas" escutavam, era culpa deles se haviam nascido sem um dom?

Todavia, a vidente nunca escutou alguma critica a seu dom, era óbvio que possuía seus privilégios, apesar de não ser considerada a popular.

Apesar de ter tido a sorte de nascer em uma linhagem dourada, além do dom que adquiriu ser considerado curioso e interessante, Karina não tinha o grande hábito de usar das habilidades que seu dom a fornecia.

Algumas especulações rodavam a escola por conta disso. Ela se sentia mal? Tinha algum trauma? Qual era o real motivo? Bem, isso era algo que ela nunca chegava a responder claramente.

Os dias na escola eram comuns, passando o horário do almoço no local mais isolado que achasse na escola, essa é a forma mais banal de se resumir os dias da jovem na escola.

Mas não havia um único local da escola em que fosse possível se esconder da voz enfadonha de Hugo, o conhecido como "Criativo da escola", ou também "Amigo da vidente", mas não posso dizer que essa era a forma que mais se referiam a ele, claro, também tinha "meloso", "chato", "animado", e muitos outros.

Como de costume os passos em direção de Karina já eram ouvidos pela mesma.

Hugo se agachou e olhou nos olhos da vidente de forma vivente.

- Isolada novamente, querida vidente?

- Gostaria de responder que sim, mas acho que o significado de "isolada" não é ter um loiro de Chernobyl ao meu lado.

- Quanto grosseria vidente! - Logo comentou em tom dramático e com um risada baixa saindo de sua boca

O canto da boca de Karina elevou-se.

- Para de besteira.

Ele ri de leve e se abaixa, ficando sentado ao lado da amiga.

A conversa flui entre os dois, os assuntos eram os mais comuns entre eles, falando da professora de artes e o fato dos alunos terem o direito de até virar a cabeça na aula dela privados, claro que não literalmente, no entanto era concordável que ela era muito firme em relação a conversa em suas aulas.

A única voz que ela considerava totalmente capaz de ouvir falar sobre coisas banais e piadas de um humor duvidoso, era a voz de Hugo.

Com isso existiam as duas principais razões para isso: Ou a garota realmente gostava de ouvir  aquelas conversa sem sentido nítido ou... ela estava a beira da loucura.

Ela sempre chegava a conclusão que a segunda alternativa era a correta

Como narradora posso afirmar que as conversas entre os dois eram de óbvios dois amigos rindo a toa, e atenção da jovem era bem focada nas bobagens de Hugo, se bem que outra conversa perto dos dois jovens chamou a atenção de Karina.

As visões de KarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora