Capítulo XVI

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Diana

Uma mulher que aparentava ter seus 50 anos de vida,ela sorriu para mim. Hector me disse que seu nome era Cecilia.

-Posso ajudá-la?

-Hm...pode sim,acho que a senhora não me conhece,me chamo Diana Williams,eu vim falar sobre a sua filha.

Seu sorriso morreu na hora.

-Acho que houve algum engano,minha filha morreu quando nasceu.

Eu suspirei pesadamente.

-Ela não morreu.

A mulher ficou pálida.

-Posso entrar?

-P-Pode.

Eu a ajudei a entra na casa,era um lugar aconchegante,vários porta-retratos,ela se sentou no sofá.

-Está tudo bem?

-Sim...agora você pode me explicar essa história.

-Antes de morrer uma pessoa disse para mim,sobre a história de um bebê que foi trocado na maternidade...

-E seria minha filha? Impossível,eu tive algumas complicações durante o parto,me disseram que eu não poderia ter mais filhos e que minha filha havia morrido.

Eu senti as lagrimas chegando em meus olhos. Contei tudo que Mônica disse para mim antes de morrer,quando terminei Cecília estava pálida.

-Minha bebezinha esta viva...mas...onde ela está?!

Eu deixei algumas lágrimas cairem.

-Bem aqui na sua frente!

Cecilia me abraçou e começou a chorar junto a mim.

-Você precisa conhecer seu pai!

Eu sorri e assenti,ela acariciava meu rosto e meus cabelos a todo momento,eu nunca tive esse tipo de amor,nos dias das mães e dos pais,eu me preparava todo ano,com esperança que meus pais viriam. Eu ficava até tarde na escola,olhando para todos os lados,e quando tinha certeza que eles não viriam eu ia para casa. Encontrava minha mãe lendo alguma revista de fofoca com o rosto inexpressivo por causa de um botox recem-aplicado. Ou meu pai conversando com os amigos e fumando charuto,eu me escondia em meu quarto ou perguntava ao meu pai por que eles nunca iam nas festinhas. Ele me repreendia e todos os homens olhavam com cara feia para mim,menos Arthur,o pai de Hector.

-E-Eu sempre quis ter...uma mãe de verdade.

Ela sorriu e beijou meu rosto,ficamos abraçadas por vários minutos,seu abraço era tão acolhedor.

Ouvi a porta sendo aberta e minha mãe disse.

-Querido...ela voltou!

Eu me virei,e meu queixo caiu,senhor Carlos!

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O motorista do meu ex-marido é meu pai! Eu ainda estava abraçada com ele.

Ficamos a tarde inteira conversando,eu sabia que ambos se sentiam tristes por não ter participado de minha vida.

Mas estavam aqui agora,prometi que amanhã viria com meus filhos.

Dirigi realizada até o apartamento de Hector,entrei no elevador e apertei o botão que ia para o último andar,logo o elevador chegou e eu sai.

Ouvi um barulho alto e abri a porta preocupada, tive vontade de rir,Hector estava com sua camisa polo manchada de branco,diria que era vômito de bebê,Amélia e Derik choravam,eu ria como nunca.

Ele olhava incrédulo para mim.

-Me ajude!

Me aproximei dos meus pequenos e peguei ambos no colo.

-Você trocou a fralda deles?

-É...

Eu o repreendi com uma carranca,fui até o sofá e entreguei Derik para ele,me abaixei e deitei Amélia,tirei sua calça e tive vontade de rir, a fralda estava ao contrário e não estava presa corretamente, a tirei e peguei outra na bolsa que estava em cima da mesa,higienizei Amélia e coloquei a fralda corretamente.

Repeti o processo com Derik e Hector estava boquiaberto.

-Mas o que...

-Pratica. Hector...Carlos,seu motorista.-Eu respirei fundo.-Ele é meu pai.

Ele ficou espantado,mas achei que havia algo errado,ignorei e me despedi dele.

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Minha mãe paparicava seus netos e eu assistia a cena feliz,logo meu pai saiu da cozinha e se juntou a ela.

-Vocês podem vê-los a hora que quiser,se quiserem trazerem para cá,é só me avisar.

Minha mãe sorriu.

-Além de ganhar uma filha,ganhei dois netos.

Ri e a abracei,não poderia pedir nada melhor.

Laços por contratoOnde histórias criam vida. Descubra agora