Capitulo XII - Revisado

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Diana

Acariciei o cabelo de Amélia e peguei a ninei, e logo ela adormeceu, ela ainda era muito novinha, então não fazia muita coisa além de dormir, chorar, comer, e fazer cocô.

Deixei a porta aberta e a coloquei em seu bebê-conforto,deixei de frente para o banheiro e tomei meu banho sossegada,logo ela adormeceu e eu me enrolei na toalha,fui até o armário e peguei uma legging,uma regata e um blusa de moletom.

Sequei meus cabelos e Amélia acordou com o som do secador e começou a chorar,eu me senti mal e a peguei no colo,a fiquei ninando,pensei que adiantaria mas não.

Então constatei que era fome,porém ela nada adiantou,eu comecei a ficar desesperada, disquei o numero da casa dos meus pais.

Alguém atendeu no terceiro toque,era uma empregada,eu pedi para passar para minha mãe,demorou um pouco mas logo ouvi sua voz.

-Fala Diana.

-A Amélia não para de chorar e eu não sei o que fazer.

-Eu sei lá o que fazer,eu nunca cuidei de você Diana!-Eu suspirei e desliguei.

As vezes eu me pergunto se essa mulher é mesmo a minha mãe,deixei o celular de lado e peguei Amélia no colo de novo,ela se debatia e chorava,eu me lembrei de uma coisa,fui até a cozinha e peguei seu remédio para cólicas,dei para Amélia e fiquei fazendo massagem em sua barriguinha.

Ela logo se acalmou e eu suspirei,a aninhei e ela ficou fazendo barulhos com a boca,eu achei engraçado e beijei sua cabeça,acariciei seus finos cabelos castanhos,ela adormeceu logo em seguida e eu sorri,a coloquei no bebê-conforto e eu suspirei aliviada.

Amélia é um bebê bem tranquilo,quando está com fome choraminga e eu logo reconheço,ela dorme quase todo o dia,afinal é bem novinha.

Eu me deitei no sofá e fiquei no celular vendo alguns e-mails e depois as notícias,nada de mais.

A campainha tocou e eu bufei,estava exausta,me levantei e fui até a porta e olhei pelo olho-mágico,bufei de novo. Hector ainda tem a audácia de vim para cá.

Eu abri a porta e o encarei.

-O que você quer?!

-Calma,só quero ver minha filha.

Eu rio da cara dele,eu rio muito.

-Quando tirou ela da mãe nem pensou na sua filha, não é?

-Diana...

Eu ouvi um barulho esquisito e me virei,Amélia mexeu a boquinha e um líquido branco saiu. Ótimo,o primeiro vômito da minha filha.

A peguei no colo e a levei para seu quarto,tirei aquela roupinha suja e joguei no cesto de roupa suja,aproveitei para trocar sua fralda,coloquei um vestidinho amarelo com as mangas longas,uma calça branca que a deixou muito fofa.

Ela sorriu para mim e eu rio,beijo sua testa e a pego no colo me viro e me deparo com Hector me observando. Tinha esquecido a porta aberta,merda!

Amélia boceja e eu sorrio a coloquei no berço, ligo a babá eletrônica,pego o cesto com as roupinhas sujas, e apago a luz e sai do quarto.

-Diga o que você quer Hector!

-Calma.

Eu bufei e comecei a andar até a lavanderia,ele me seguiu e começou a falar.

-Queria saber se eu posso fazer algo para me redimir.

Eu sorri carinhosamente e me virei.

-Morrer!

Voltei a andar e tirei as roupas de dentro do cesto rosado.

-Diana é sério.

-Eu não estou brincando Hector,o que você fez não tem milagre para que eu te desculpe.

Ele assentiu e se afastou,quando ele saiu eu soltei o ar que estava segurando e nem havia me tocado.

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Amélia se debatia muito enquanto eu usava a última fralda nela,suspirei terminei se trocá-la,liguei para Larissa e pedi que ela ficasse com Amélia enquanto eu comprava mais fraldas.

Larissa chegou em 10 minutos e logo sai,a farmácia ficava perto do prédio,andei silenciosamente e entrei na farmácia comprei 3 pacotes de fraldas e sai,estava na metade do caminho quando ouvi um som estridente,entrei no beco de onde vinha o barulho e observei a caçamba cheia de entulho,havia um saco plástico jogado,eu me aproximei e o abri,ofeguei quando olhei o pequeno bebê que chorava,ele estava cheio de sangue com o cordão umbilical cortado.

O peguei no colo e observei o pequeno bebê que se debatia, peguei meu celular e disquei o número da polícia, eu precisava levar ele para algum lugar. Depois de alguns minutos uma viatura apareceu, um casal de farda se aproximou do lugar aonde eu estava.

-Eu o achei ali.-Apontei para a lixeira.

-Precisamos levá-lo, ja contatamos um assistente social, muito obrigada Senhora.

-Espere...para onde ele vai?

-Acredito que para algum orfanato.

-E como eu poderia entrar com um pedido de adoção?

-Bom...eu não sei muito bem, acho que você precisaria de um advogado para entrar com o pedido.-Ela me deixou seu telefone.

-Me ligue, eu tentarei conversar com o assistente social para ver o que podemos fazer.-Assenti e me despedi dos policiais, e do pequeno bebê.

Quando voltei para casa, contei tudo para Lari, ela me encorajou, e depois foi para a sua casa. Amélia já estava dormindo a algum tempo. Mesmo no pouco tempo que tive aquele bebê nos braços, senti que precisava cuidar dele, talvez ele precisasse de uma mãe.

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