Capítulo 14 - AO CONTRÁRIO DE DESCARTES!(1)

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Pois é, ao contrário do filósofo, que apregoava o seu "penso, logo existo!" Foi justamente quando pensei que vi, literalmente, a extensão da insignificância da raça humana! Talvez o meu ego tenha me feito estremecer ao reconhecer a minha pequenez e total incapacidade do meu ser... Imaginar que o Criador de Saturno, Netuno e Júpiter... de mim e de você, também criou a mais vil das criaturas, com tanto afinco e com todo e irrestrito prazer!

De fato, pensar e logo existir pode ser de verdade um grande avanço, haja vista que talvez as cabras, os coiotes, os ursos, os vermes e as serpentes, etc., não desfrutem da mesma sensação. Logo, pensar já seria sim, um princípio de evolução...

Ocorre que a problemática toda se dá, quando se observa o infinito das coisas... a evolução... a imensidão! Isso é assustador e pode acreditar que o pragmatismo da frase, não comporta de maneira nenhuma o pavor que causa àquele que procura em torno, as dúvidas que deixam ao longo, pela capacidade de existir!

Logicamente toda essa argumentação, é de algum valor, para aqueles que cogitam imaginar e de alguma forma indagam a si próprios e a outrem mais experimentado: qual a missão e a razão dos seres e das coisas...

Para uma grande maioria, no entanto, tudo está bom do jeito que está, a vida é boa do jeito que é (e não do que jeito que dizia o antigo sábio) e o que virá depois e o que aconteceu antes, pouco importa, pouco significa! Os céus noturnos nada lhe transmitem aos espíritos, a morte de um ente querido toca-lhe profundamente nos dias do evento, mas, passado algum tempo, voltam a ser como antes, preocupando-se com seus afazeres e somente isso...

A frase simplista do matemático de alguma forma, alinha-se de alguma maneira, a assertiva pessoal de William Shakespeare em seu: "ser ou não ser eis a questão!" Mas, tanto a dúvida do último, quanto a colocação oportuna do primeiro, se tornam de alguma forma incômodas e desconfortáveis até, quando tenta se explicar o porquê das coisas e desconfia-se que o Criador de uns, é sim, o Inventor de todos...

Quando adolescente costumava levar adiante essa dúvida, como se duvidar da Criação e de um Deus, era coisa nobre e reflexiva. Quando sim, por essa época, era sim "charmoso", ser diferente. Mas, chegada a idade da razão sem encontrar qualquer explicação sincera, além daquelas escritas, deixadas por pensadores e filósofos tão somente, causa no mínimo, uma relativa frustração. Isso para não dizer decepção!

Acontece que observando atentamente, as coisas mais simples, são sim na verdade, grandiosamente distintas e destacadamente misteriosas! Imaginar, por exemplo, o encandeamento de todas as coisas que existem no mundo. De tudo que existe no Espaço e no Universo, estar inteiramente ligado e maravilhosamente engendrados num todo compreensível e completamente inexplicável... é uma grande loucura sim!

Logo, o penso logo existo é um pensamento simplista demais para replicar e tornar claro, os incontáveis e inumeráveis e os inenarráveis complexos problemas que trouxe até esse momento a vida!

"Um diz que a alma do homem faz parte da substância do próprio Deus. Outro que ela é parte do grande todo. Um terceiro, que foi criada por toda a eternidade. Um quarto, que foi feita e não criada. Outros garantem que Deus as forma à medida que vai precisando delas e que chegam no momento da cópula. (...) A última doutrina, a mais moderna, põe a alma a residir no corpo caloso, esta a sede que lhe destina La Peyronie, mas havia que ser primeiro-cirurgião do rei de França para assim dispor, com tanto à vontade, da instalação da alma. Apesar disso, o tal corpo caloso não conseguiu fazer fortuna, tão duradoura e acrescida, como a que o dito cirurgião amealhou!" – Voltaire.

Na verdade, quando o ser humano, atinge por seus próprios meios, a idade da razão e começa a questionar a si mesmo, a sua existência, etc., e principa a perceber que a explicação da "coisa eterna" é muito mais do que apregoa os bispos e os pastores, tudo passa a ter um significado muito grande e muitas vezes até significado nenhum! Mas, o maravilhoso de tudo é saber até sim imperfeitamente que uma força Poderosa, que um Poder Prodigiosamente Superior, Perfeito, Imutável, Intocável, Imaterial, etc., etc., está... esteve e sempre estará cuidando de tudo!

(1) René Descartes - foi filósofo, físico e matemático francês. Durante a Idade Moderna, também era conhecido por seu nome latino Renatus Cartesius. (31 de março de 1596 - 11 de fevereiro de 1650) .O esteio da filosofia de Descartes, pode ser resumida por sua famosa frase em latim: "Cogito, ergo sum" (penso, logo existo). Ele foi o primeiro a levantar a doutrina do dualismo corpo e mente,(a propor uma sede física para a mente, e a maneira como ela se inter-relaciona com o corpo).

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