Cap: 30 - One shot : Ligação covarde.

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" Você vai se arrepender, e vai voltar e eu não estarei mais aqui. E então vai perceber que acabou quando você acabou. "

- Mundo da Mika.

•Sina Deinert•

Aquela tarde de domingo enquanto repousava o rosto cansado no mármore frio do túmulo de Lyan me fazia pensar no caminho em que a minha vida estava tomando nos últimos meses

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Aquela tarde de domingo enquanto repousava o rosto cansado no mármore frio do túmulo de Lyan me fazia pensar no caminho em que a minha vida estava tomando nos últimos meses. Liss estava bem, mas a cada dia que passava ficava mais difícil esconder dela que o seu pai estava mais pertinho dela do que sua pequena cabecinha imaginava, e suas perguntas a respeito dele me fazia repensar um lema entre me preparar para contar ou pegar minha filha e fugir para longe de toda essa confusão.

A poucos dias, vi Lamar e sua esposa em um momento íntimo, onde ele a beijava com carinho, de longe sentia o meu estômago remoendo e coração apertar forte com um sentimento incômodo de ciúmes e de perda. Eu o havia perdido para sempre, mas o meu coração parecia não querer aceitar aquele fato. Aínda não sabia como lhe contar sobre seus filhos e que um deles não sobreviveu e que ele não esteve aqui quando ambos precisaram dele.

Lamar me odiaria por aquilo, mas eu nada pude fazer para evitar o inevitável.

Era triste saber que o rumo que tomamos em nossas vidas não contribuíram para que estivéssemos juntos. O destino traçou uma linha curva e tênue entre o nosso amor e o futuro.

Liss era a única coisa que nos ligava, o nosso único vínculo inquebrável era a nossa filha.

O dia estava frio e Nova York carregava aquele ar de chuva ao final do dia, a onda fria que ricocheteou em meu rosto me fez despertar dos meus próprios pensamentos, já estava tarde, a hora em meu relógio de pulso denunciava aquilo e eu deveria voltar para casa, deixei a rosa vermelha como de costume em seu túmulo depois de levá-la aos lábios para toca-la. Com dor no peito, refiz o meu trajeto pelo caminho de sepulturas de mármore e concreto, abracei o próprio corpo me sentindo ser abatida por uma onda de tristeza, cessei os meus passos, a uma certa distância de onde antes eu estava com o meu filho eu visualizei a imagem daquela mulher de preto com um arranjo de flores em suas mãos, o que Priscilla May estava fazendo ali?

Não consegui me mover, de onde eu estava ela com certeza não me veria, então fiquei ali por alguns instantes, apenas parada vendo ela sentada na beirada de um túmulo de granito negro.

- Muitas saudades? - Quando me vi, já estava bem atrás dela, o que acabou lhe assustando. - Oh, me desculpe, eu não queria te assustar. - Ela assentiu enquanto limpava uma lágrima.

- O que faz aqui, Sina? - Ela lembrava o meu nome, legal. - Eu desviei os olhos, não sabendo o que falar, era meio óbvio o que estava fazendo ali, mas o contexto já era outros quinhentos.

- Vim visitar o meu filho, Priscilla. - Suspirei, aquilo havia saído bem mais fácil do que imaginei, ela arfou em surpresa.

- Querida, eu sinto muito. - Ela levantou de onde antes estava sentada. - Você é tão nova e já sentindo o luto de uma perda tão dolorosa. Eu sei o quanto dói, querida. - Arfei em surpresa, então ela também havia perdido um filho.

Troca de Calçada - BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora