Oito

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Por Toneri 

Ora, ora, ora, quando foi que eu, Toneri enlouqueci. Pois sim... 

Ou você morre como herói, ou vive o bastante para se tornar o vilão" — Frase dita pelo Harvey Dent em o Batman, nunca fez tanto sentido para mim.

Eu e a Hinata nós conhecemos em uma livraria, nos esbarramos pelo acaso quando tentavamos pegar o mesmo livro. Era o último do local, e por alguns segundos, cheguei a me irritar, todavia,  por poucos segundos,  até ergue os meus olhos e vê-la. Fiquei sem ar no mesmo instante e o meu coração disparou, errando a batida. 

Parecia um anjo

 Ela recolheu a mão, sorrindo com tristeza e gentilmente me pediu desculpas.

Quando minha voz retornou já era bem tarde, a linda mulher estava saindo da livraria, me apressei para pra pagar o livro e fui atrás dela. Me sintia vivo, sabe quando você só quer correr, gritar, saltar e rir de alegria. Tudo ficou mais colorido. Ao mesmo tempo, também tive medo de não encontrá-la nunca mais, eu não sei explicar essa mistura de sensações, mas, me deixava apavorado, eu precisava vê-la outra vez, eu precisava saber o seu nome.

Graças a Kami não foi difícil, a encontrei entrando em uma cafeteria e a segui, precisei de coragem pra me aproximar e não aparecer um louco assediador.

— B-Boa tarde. —  Estava tão nervoso que cheguei a gaguejar. — Me desculpa o incomodo mas isso é pra você! — estendi o livro que tanto queria ler, com as mãos trêmulas.

— Pra mim? — As bochechas dela ficaram vermelhas, e foi como tocar o céu, me perdi na sua beleza, mais uma vez fiquei fascinado, com cara de babaca sem conseguir falar.

— O senhor quer o mesmo que ela? — Para minha sorte um garçom apareceu, acreditando que estávamos juntos,  mas ainda assim fiquei sem saber o que dizer.

— Sente-se. — Educadamente me convidou.

Destino ou não, nunca mais nos separamos, nos conhecemos, tornamos amigos, namorados, noivos e por fim casamos. Fomos o primeiro um do outro, e fomos felizes, é o que eu acredito apesar de hoje desconhecer a minha mulher. Depois de alguns anos de cônjuge nós dois chegamos a conclusão que só faltava algo para sermos ainda mais felizes, mais completos: um filho. Eu queria muito um menino pra ser sincero, talvez mais do que ela, sempre quis ser pai, não tive um, então queria ser tudo para o meu filho que o meu pai não foi para mim.

Ela suspendeu o uso de remédio e passamos a fazer amor com mais amor ainda, quase todas as noites, todas as posições possíveis e cada mês era uma falha, cada mês que passava Hinata não estava grávida. Depois de quase quatro meses tentando buscamos ajuda de profissionais, ela fez inúmeros exames, todos indicavam que estava bem, uma mulher saudável, jovem, pronta pra ser fecundada, eram as palavras do médico.

Buscamos por outros profissionais para não ficarmos presos a somente um diagnóstico. E novamente, tudo certo com minha esposa. Nesse último médico, ela sentiu vontade de ir ao banheiro e eu fiquei sozinho no consultório. Foi quando o doutor me entregou várias solicitações de exames e eu estranhei.

— Isso é pra mim? — perguntei com preocupação.

— Sim, quero descartar algumas possibilidades de você ser estéril. — disse enquanto carimbava os papéis.

A princípio me irritei com o que ouvi, eu um homem, saudável, ativo, estéril? Incapaz de procriar, de continuar a minha linhagem. 

Não, não, não.

O massagista (NaruHina) Onde histórias criam vida. Descubra agora