Get cape

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Jay parou o carro do outro lado da rua e deu uma olhada para entrada. O letreiro com o nome "Passion" piscava de forma falha emanando uma luz vermelha brilhante. Na porta havia um segurança armado, abraçado ao que remetia ser uma prostituta, considerando as roupas minúsculas que ela usava. Jay se perguntou como ela poderia estar aguentando, já que a temperatura não devia passar dos cinco graus positivos, então ele os viu puxar uma carreira do que parecia ser cocaína e compreendeu a falta de frio. Ele puxou uma grande quantidade de ar antes de sair do carro e se direcionar a entrada da boate.
- Ei ei ei, amigão. - o segurança levantou da cadeira que estava sentado levando a mulher que estava sentada nas suas pernas junto - O que você pensa que está fazendo? - ele perguntou, indicando a entrada da boate com a arma em punho.
- Vim buscar uma amiga, e se você e sua amiguinha, que suponho não ter mais do que 17 anos, não quiserem passar alguns dias atrás das grades eu sugiro que me deixem passar - Jay disse impaciente enquanto levantava o moletom e a camisa mostrando o distintivo e a arma. Ele sabia que aquele lugar poderia ser o mais baixo possível, mas que as pessoas ali não passavam de grandes fracassos tentando sobreviver e que a primeira menção de problemas com a justiça os apavorava. O segurança e a mulher se olharam e voltaram a sentar.
- Entre, só não ferre com o nosso negócio. - estalou a boca antes de virar a cara de volta para a mulher que encarava Jay apreensiva.
Jay, então, foi engolido pela fumaça da boate ao passar pela porta. O fedor de suor, bebida e drogas o deixou enojado. Ele correu os olhos pelo local procurando Erin e não foi muito difícil encontrá-la. De longe ele pode ver o quão débil ela estava, provavelmente muito bêbada ou drogada para se manter de pé, já que estava recostada em um canto da boate de olhos fechados. Antes que ele chegasse a ela, Jay viu um homem grande se aproximar de onde ela estava e tentar beijá-la. Isso o fez ter ânsia de vomito. Ela tentava se desvencilhar do brutamonte, sem sucesso algum. Se perguntou se mais alguém havia tentado fazer aquilo com ela e a irritação crescente em seu peito com a possibilidade o fez apressar seus passos em direção a Erin.
- Eu acho melhor você dar uma volta - Jay colocou a mão no ombro do cara enquanto falava. O homem apenas olhou pra Jay de soslaio sem tirar as mãos da mulher.
- Essa aqui já tem dono, companheiro - disse com um hálito forte e fedorento, parecendo embriagado - Procure outra pra você - e se virou de novo para Erin.
Jay tentou afastar o bêbado de novo, mas o mesmo se virou bruscamente, querendo partir pra briga. Erin, que parecia alheia ao que estava acontecendo, não sustentada mais pelo bêbado, escorregou até o chão. Isso apenas serviu para irritar mais Jay que sacou a arma do cós da sua calça e encostou na barriga do homem que o estava desafiando, engatilhando a mesma.
- Eu te mandei dar uma volta - disse pausadamente enquanto encarava com raiva os olhos do homem. O cara trocou olhares entre a arma e o rosto de Jay e levantou os braços na defensiva.
- Da próxima vez não a deixe sozinha então, babaca - disse antes de se retirar, cambaleando pelo local.
Jay passou a mão pelo rosto cansado. Definitivamente essa não era a noite de sexta feira que ele pretendia ter. Ele olhou pra baixo e encontrou seus olhos com os de Erin, que se esforçava para manter os seus abertos e focados nele. Ele se abaixou ficando na altura dela e colocou a mão no queixo dela, fazendo a encará-lo de frente.
- Eu não sou um Super herói, Er. E nós não estamos em um filme de contos de fadas. - fez-se um breve silêncio e ele viu uma lágrima escorrer pela bochecha dela antes que seus olhos perdessem totalmente o foco e ela desmaiasse. "Ótimo", ele pensou. Jay a pegou no colo, e passou os olhos pelo chão do local para ver se ela não tinha levado nenhuma bolsa, não encontrou nada. Ao sair de lá com ela nos braços ele assentiu pro segurança que ainda tinha a prostituta em seu colo, mas esse apenas entortou a cara para ele. Jay a colocou no banco de trás deitada e pegou uma manta que estava no porta malas e a cobriu. Ela estava gelada e a pouca roupa que usava não ajudava muito. Ele pegou o celular no bolso enquanto se ajeitava no banco do motorista e discou o número de Voight.
- Eu estou com ela - Jay disse quando ele atendeu ao primeiro toque.
- Certo. - Voight parecia pensar no que fazer - O que você prefere fazer? - Jay se surpreendeu com a pergunta, considerando que seu chefe não se importava muito com o que ele queria ou não, principalmente quando o assunto envolvia Erin.
- Ela está desmaiada, Voight. - disse enquanto a olhava pelo retrovisor - Eu sinceramente não sei se a deveria levar a um hospital - ele ponderou, mas imediatamente escutou uma negativa do outro lado da linha.
- Hospitais não, Halstead. - Voight disse sério - Se você acha que não dá conta de cuidar dela a leve para a minha casa, chego lá em 10 minutos. - a última frase irritou Jay. Certo, ele entendia o porquê de não levá-la a um hospital. Não seria nada bom para Erin, ou para o Distrito, ter um membro da Inteligência no hospital por excessos de bebida ou droga. Principalmente Erin, tão ligada à Voight. Mas afirmar que Jay não daria conta de cuidar dela? Porra, cuidar dela tinha sido o que ele tinha feito desde que se conheceram, desde que se tornaram parceiros, principalmente nas últimas semanas.
- Amanhã a gente se vê, Voigh - Jay disse sério. Hank assentiu do outro lado da linha entendendo o recado e eles finalizaram a ligação, cada um partindo para a sua casa.

CONTINUA...

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