Perfect Soulmates

Capítulo 1

Angélica Loures:

1 mês e uma semana depois...

      Gritei por Ava enquanto a esperava na base da escada. Minha pestinha mini estava praticamente atrasada para o primeiro dia de volta às aulas, estamos na última semana do verão e todos nós voltamos às aulas, Kiliam, ela e eu.
   
    A pequena garota com rosto em formato de coração, longos cabelos cor de mel, olhos pequenos e redondos da cor de dois bombons de chocolate ao leite, e a pele extremamente pálida, mesmo que eu a tenha levado pelo menos uma vez por semana na praia por todo o mês em que estive na casa, finalmente desceu, usando uma pequena sapatilha branca com saltinho e correia prendendo no pé, calça preta, uma blusa cor de rosa com babados e uma tiara perfeita com pedrarias adornando seu cabelo, a pequena tem mais estilo do que eu em 18 anos de vida.

-Vamos minha gatinha, estamos atrasadas.

   Falei em inglês para que ela entendesse, embora estude português, ela entende pouquíssimas coisas.

-Já cheguei Angel, me desculpe, estava escolhendo a tiara perfeita.

-Claro que estava, meu docinho, cadê o seu irmão?

    Assim que falei, Kiliam desceu as escadas bufando como um touro, o garoto, com 14 anos desde a última semana, e oficialmente no primeiro ano do ensino médio estava com a carranca de sempre, e um moletom onde enfiava todo o cabelo da mesma cor que o da irmã, porém, com olhos azuis, como os de sua mãe.

-Enquanto não puder dirigir, vai ter que se contentar comigo de motorista gatinho, é pegar ou tentar a sorte, você escolhe.

    Ele revirou os olhos e passou por nós duas, rumo a garagem, respirei fundo, meu desafio diário, Kiliam é avesso a qualquer ideia de ter uma babá, não fala comigo alem do mínimo, mal me olha, e faz o possível pra me infernizar em qualquer oportunidade possível, esse sim é uma peste de verdade.

    Peguei a chave do volvo xc40 que ei dirigia como parte do contrato e parti rumo a garagem. Quando vi esse carro na garagem com um laço vermelho me esperando assim que cheguei, quase infartei, em Salvador eu não era mal de vida, afinal, ter um pai vereador e dono de restaurantes me deu muitas vantagens na vida, mas não éramos milionários, não tínhamos cada um, um carro avaliado em meio milhão de reais, ele já gastava demais mantendo minha irmã em São Paulo enquanto ela cursava medicina. Então, sim, eu ainda me surpreendo com os luxos disponíveis pra mim dentro da casa.

     Kiliam se acomodou no carona e eu consegui passar o cinto pela cadeirinha de Ava que ficava no banco de trás, cada um com seu almoço e mochilas, e enfim saímos da garagem.

    Em alguns minutos cheguei na escola de Kiliam.

-Não esquece, venho te buscar as 14 pra te levar pro futebol!

    Ele saiu batendo a porta na minha cara, mas eu sabia que tinha me escutado. Respirei fundo e sorri pra Ava.

-Somos só nós duas agora, docinho.