loucuras noturnas

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Alguns dias se passaram desde a festa. Matteo está agindo estranho, como se tivesse feito algo de errado.
Não nos falamos há uns 3 dias, nem sei por onde anda. Tentei ligar para o mesmo, mas caiu em caixa postal todas as vezes.

Estou me arrumando para sair, preciso comprar algo para usar no ano novo.
Talvez eu passe na cafeteria.

Termino de calçar meu tênis e ajeito o cabelo em um rabo de cavalo. O sol que está lá fora dá para assar um frango.
Passo meu desodorante e reforço meu perfume, sempre bom andar cheirosa.
Pego minhas chaves e saio de casa.
Ando por uns bons quilômetros até uma rua onde tem várias lojinhas de roupas.
Entro em algumas, mas nada me agrada.

Frustada, é como me sinto. Depois de 2h andando decidi fazer uma pausa.
Sinto meu estômago roncar e vejo que estou próxima a cafeteria. Ando um pouco até lá e adentro no local.
Me sinto como se fosse a primeira vez que entrasse no local. Tudo perfeitamente arrumado e limpo, o cheiro do café ecoava pelo lugar.

Vou em direção ao balcão e encontro Ethan ali.

- Boa tarde, o que vai querer?- Ele parecia estar emburrado, mas não queria demonstrar. Seu pequeno sorriso estava ali como de costume, mas seu tom de voz estava desconfortável.

Me pego refletindo em suas primeiras palavras, "Boa tarde", olho para o relógio que estava em meu pulso e vejo que já são 14:57 da tarde.

Eu realmente andei muito. O mais decepcionante é que irei voltar para casa de mãos vazias.

Olho para o garoto em minha frente e deixo de pensar um pouco.

- Um suco de laranja e um croissant de frango, por favor.

Quero puxar mais conversa com ele, saber o motivo para ele parecer estar tão desconfortável. Deve ter sido um dia estressante no trabalho.

Ele assente e não deixa de sorrir quando diz.

- já levarei na sua mesa, Lô.

Ele me chamou por um apelido? Nem nos conhecemos direito. Porém, me sinto confortável com isso, tão confortável que chega a ser estranho.
Vou em direção a minha mesa e me sento. Respondo algumas mensagens e logo vejo o garoto vindo em minha direção.

Ele posiciona meu pedido em minha mesa, mas dessa vez, nada de bolo.

- Pode esperar um segundo?

Assinto com a cabeça e o vejo andar apressadamente em direção ao balcão. Logo ele volta. Havia um sanduíche em uma de suas mãos, e na outra, uma xícara de café.

O observo se sentar em minha frente. Ele me olha e sorri, como se fosse normal fazermos isso diariamente.

- O que está fazendo?- a pergunta saiu antes que eu pudesse contê-la. Eu queria a presença dele ali, mas tinha medo dele acabar se encrencando por estar sentado e comendo no horário de seu expediente.

- Tirando meu momento de lanche- ele diz como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Analiso a situação com calma, mas acredito que fechei a cara enquanto fazia isso, pois vejo seu sorriso sumir aos poucos enquanto olha para mim.

- Oh, me desculpe- ele diz como se sacasse algo- quer que eu me retire?.

- Não - a velocidade como saiu parecia que eu estava desesperada por aquilo. O constrangimento chegou e minhas bochechas queimaram.- Não me importo de que coma comigo, pode ficar.

Assim, seguimos comendo enquanto fazíamos companhia um ao outro.
Ele me fez algumas perguntas sobre o motivo deu estar na rua em plena tarde de sexta-feira. Respondi que estava à procura de roupa para o feriado.

Vejo ele se levantar rapidamente e pegar seu prato e o meu.
Não entendo sua reação até que o vejo voltar para minha mesa.

- 21h.

Não consigo entender o que ele quis dizer.

- Eu fecho às 21h. Posso te acompanhar a um lugar que eu tenho certeza que você achará sua roupa.

Confirmo com a cabeça e olho para meu relógio.
Eram quase 16h.
Tinha um longo tempo pela frente, eu não iria voltar para casa, então decidi ir na livraria que se encontrava aqui do lado da cafeteria.
Compro um livro novo e volto para o local.
Me aconchego em uma mesa onde ao invés de ter cadeiras, era como se fosse um sofá.
Olho de relance para o menino que me olhava confuso. Acho que ele pensou que eu iria embora.

- Vou esperar, se não for incomodar.- digo com leveza, eu realmente não queria atrapalhar seu trabalho.

O vejo sorrir novamente.
Não sei o que aquele sorriso tinha, mas com certeza me hipnotiza.

(...)

Horas se passam até que chegam 10 para às 21h.
Li o livro inteiro. Não tinha muito o que fazer lá. Quando Ethan não estava atendendo clientes, ou ele estava conversando comigo, ou me olhando.
No início eu fiquei meio agoniada por sentir seus olhos em mim. Depois me acostumei, era até legal saber que ele estava me admirando.

Olho em volta e vejo que Ethan tinha desaparecido, acredito que tenha ido trocar de roupa.

Alguns minutos depois eu o escuto saindo da porta da cozinha. Ele parecia ter previsto o tempo frio que pairava lá fora. O garoto vestida uma blusa térmica preta, uma calça moletom cinza e um casaco de algodão bem grande.

Eu, por outro lado, estava com a mesma roupa na qual saí essa manhã. Mas preferi ficar em silêncio e tentar esconder os arrepios que minha pele deva ao passar de um vento congelante.

- Vamos?- Ethan pergunta olhando para mim. Diretamente em meus olhos, e que olhos lindos ele tem. Nunca havia reparado.

- Vamos.

Assenti levemente. Me recuso ao pegar a mão do menino, ele poderia perceber facilmente que elas estavam congelando.

Saímos do local e fomos recebidos com uma frente fria. Senti meus pelos se arrepiarem e minha boca congelar.

Enquanto tentava prosseguir e tentar esconder o frio que eu estava sentindo, sinto algo cair sobre meus ombros..

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Hehehe, eu amo esse casal😘
Qual será o motivo para ele olhar tanto para ela em??

Nosso Felizes Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora