No Jardim do Éden.

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Era dia, no vasto e bonito jardim do Éden, o Criador já havia começado seu plano, e Adão e Eva já estavam sob a terra, caminhando.

Uma cobra apareceu no caminho de Eva, a deixando para trás de Adão.
Já o único homem existente na terra, foi concebido pela visita de um ser de luz, um anjo.
O anjo lhe disse para que não caísse em tentação, evitando de comer o fruto proibido da árvore central.
Já a cobra, com a única mulher do mundo, lhe disse que o fruto da árvore do centro seria não só o mais saboroso, mas também seria o fruto que abriria seus olhos, a tornando tão sábia quanto o próprio Criador.
Conhecendo o Bem e o Mal.
O anjo e a cobra.
Adão e Eva.

Passaram-se os dias.
Nesse tempo, Adão estava a procura de caça.
Eva não sabia, mas estava ela carregando o início da nação, uma criança. Por isso, ela estava faminta, tanto quanto Adão.

O homem ousava pensar em sair do Jardim para encontrar algo que saciasse ele e a mulher, indo contra os desejos do Criador. A cobra, enquanto isso, na penumbra, sussurou palavras no ouvido de Eva, que a motivou a levantar-se de onde quer que estivesse e ir até a árvore mais fácil e perto de ser alcançada, a árvore central, com o fruto de cor mais forte e reluzente.
Nada a impedia.
Ninguém havia a dito que não podia.
E porque não poderia?
Não havia nada ali que mostrasse que era algo perigoso.
Era só uma árvore.
Adão não teria lhe contado o que sabia.
Como ela saberia?

O anjo não poderia interferir, porém a tudo ele assistia.

Adão desistiu de seu pensamento traiçoeiro e voltou a mulher.
Eva estava a sua espera, com um fruto mordido em sua mão.
Ambos dividiram a comida e agradeceram ao Criador, por proporciar um belo alimento a eles.

Um terremoto logo começou, e o Jardim do Éden não existiria mais.
Eles pecaram. Foram contra a palavra do Criador.

O anjo assistia tudo, não com uma cobra, mas agora com um anjo caído ao seu lado.

"Como pôde?" O anjo perguntou.

O caído sorriu.

"Me entenderá no futuro."

Os outros anjos, servos do Criador, começaram a chorar. Choraram porque Adão e Eva não foram fiéis ao seu compromisso com os céus.
O choro dos anjos abençoaria as terras por onde os pecadores passaram.
Adão e Eva morreriam se continuassem ali.

O caído não parava de sorrir.

Adão e Eva morreriam. Os seres humanos não passariam a existir se eles não saíssem de lá.

O anjo hesitou, muitos pensamentos corriam em sua mente.
Em um flash de luz, abriu -se um buraco nas paredes do Jardim, e o primeiro homem e a primeira mulher do mundo fugiram, com o primeiro bebê em sua barriga.
A humanidade estava salva.

"Você foi contra você sabem quem." O caído falou.

O anjo o analisou.

"Não podia vê-los morrer desse jeito."

Vendo que a chuva de água benta queimava a pele do caído, o anjo levantou sua asa por de cima do outro, para que o mesmo parasse de se queimar.

"Do mesmo jeito que não posso ver você se machucando."

O caído se aproximou, para ficar mais coberto debaixo da grande asa angelical.

Um silêncio pairou enquanto a chuva caia.

"O que disse para Eva?" Perguntou o servo do Criador.

"Só contei a ela o que seu corpo carregava."

Silêncio.

"Entregou sua espada a Adão." O caído disse.

"Você viu. Não conta pra ninguém?"

"Não conto se você não contar."

Os anjos dos céus choravam.
O mundo aos poucos, se afastou dos planos do Criador.
A cobra e o anjo sorriam.


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