Trinta e nove

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"Haverá quem nos olhe nos olhos e nos diga que nos amará para sempre

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"Haverá quem nos olhe nos olhos e nos diga que nos amará para sempre. E haverá quem, sem dizer uma palavra, nos demonstre que o amor é muito mais vivido do que falado!"

MURILO BURIHAN 🌊

Fiquei olhando por um tempo a menina na minha frente comendo e falando sem parar por um minuto. Como podia numa coisa tão pequena caber tanta coisa boa. Isso elas tinham como igual, as duas transmitiam paz. Era como se sempre o mundo parasse.

Dava pra vê o amor que a Malu tinha por ela, a forma que ela olhava, o jeito que tratava, o cuidado, a educação, era de se admirar sabendo que tudo aquilo ela dava sozinha, e não tinha falha, não tinha como dizer que tinha!

Um dia sonhei ter uma parada daquela, sonhei ter uma família, quis construir algo com alguém, ter um filho, sonhei com ele, planejei, quis cuidar, trazer tudo aquilo que eu idealizava, e saber que isso tudo foi arrancado de mim de uma forma suja e covarde era ainda difícil. Não trazia mais a mesma dor de antes, mais ainda tava ali, e em momentos como aquele eu pensava em como talvez eu nunca mais fosse conseguir ter aquilo e o quanto a vida as vezes da uma rasteira na gente. Era como uma ferida cicatrizando, e as vezes eu ainda sentia os efeitos dela!

Eu percebia a Malu com um certo receio toda vez que a Mada demonstrava o quanto gostava de mim. Talvez nem eu entendesse mais dava pra ver que era sincero, e eu também sentia uma conexão com a menina assustadora como se nos conhecêssemos a anos.
Ela não desgrudou de mim o tempo inteiro me contando diversas histórias e me fazendo mergulhar um pouco no seu universo.

A Malu permanecia com aquele olhar preocupado, tentando dizer algo que não conseguia, e eu apenas a fitava imaginando sobre o que ela queria falar.
Ouvi a batida na porta e vi exatamente que o João chegou lá, ouvi o pouco do diálogo e vi quando ele se aproximou dela. Tive vontade de ir lá na mesma hora pra mostrar que eu estava ali ? Sim, muito. Tive que conter um milhão de instintos. Mas não me senti nesse direito, sabendo que o vínculo que eles tinham era muito maior do que qualquer sentimento meu, até porque a história deles era uma e o meu problema com ele era outro.

Em momentos como aquele eu tinha ainda mais certeza do quanto aquilo era difícil e do quanto talvez eu não soubesse ou tivesse pronto pra lidar com aquela situação.

Malu: Vamos, escovar os dentes e cama. Estou te esperando.- gritou enquanto a Mada foi toda emburrada pro banheiro independente que só me fazendo rir e espreguiçar no sofá depois de Assistir um filme que a mesma pediu

Murilo: Já deu minha hora também.- falei e ela me encarou enquanto tirava nossa bagunça de pizza da mesa de centro e eu levantei pra ajudar

Malu: Consegue esperar mais um pouco ?.- falou chamando minha atenção enquanto levávamos tudo pra cozinha e eu não respondi realmente não sabendo o que dizer mais já imaginando o porque dela querer que eu ficasse.- Eu vou colocar ela pra dormir e venho.- insistiu

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