tua

gatinha manhosa

-Olha Bethania não sei se essa história de ir pro rio é uma boa não, a gente tá fazendo show aqui na Bahia mesmo e acho que pode ser melhor assim.

-Deixa de ser careta Caetano, aqui em Santo Amaro não vamos chegar a lugar algum, é no Rio que tudo acontece, fica tranquilo que vai dar tudo certo. E outra, Gal e Gil também já foram, a gente vai ficar é sobrando aqui.

Bethânia desde que se entendia por gente queria ser cantora, então quando surgiu a oportunidade de substituir Nara Leão no show Opinião ela tinha que agarrar essa oportunidade, então pediu para o irmão acompanhá-la. Já estavam no avião quando ele resolveu começar a hesitar.

-Ahh, então é pra isso que você quer ir pro Rio né, pra ver a Gal?

-Deixa de graça Caetano, não tem nem cabimento isso que você tá falando, ela é minha colega e não passa disso.

-Sei.

Gal e Bethânia foram apresentadas por Caetano e logo viraram amigas, mas qualquer um que visse de fora percebia que lá existia algo mais, mesmo que as duas não conseguissem ver.

Ao chegar no Rio foram direto se hospedar no mesmo local em que Gal estava. Foram recebidos pela vó de Dedé e antes de falar com qualquer um foram logo se acomodar em seus quartos. Uma festa iria acontecer mais tarde naquele dia, então já se aprontaram.

Bethânia optou por uma saia longa vermelha junto a um top branco que mal cobria seus seios, que ficavam mais discretos junto a grande quantidade de colares que usava em seu pescoço.

Enquanto descia as escadas, a morena conseguia sentir os olhares voltados para ela, mas ela só pensava em encontrar Gal no meio da multidão. Após seus olhos finalmente encontrarem seu rosto concentrado conversando com seu irmão Bethânia sentiu seu corpo arrepiar instantaneamente, aquilo já não era mais incomum ao encontrar Gal, mas ela ignorava pensando ser normal, estava feliz por reencontrar a amiga.

-Oi Bethânia, quanto tempo!

Gal usava uma calça jeans com um blusa justa, fazendo Bethania se perder um suas curvas por alguns segundos, um tempo curto porém longo o suficiente para que Gal reparasse.

-Oi Gracinha, tava já morrendo de saudade, aliás, você tá muito bonita.

Bethânia tirou coragem de nem sabe onde para elogiar a amiga, Gal respondeu com um sorriso malicioso. Enquanto isso, Caetano que assistia a cena minuciosamente acabou desistindo de ficar sobrando e se afastou, as duas nem perceberam.

-Mas não chego nem aos seus pés, acho que nunca te vi tão linda, de eu soubesse que você viria assim tinha até me arrumado mais.

Gal era mais tímida com as pessoas, enquanto Bethânia já era mais extrovertida, mas quando se tratava de uma a outra os papéis eram invertidos, Gal costumava fazer piadas de duplo sentido que Bethania levava como brincadeira, mas sempre havia um tom de verdade na voz da libriana. Toda vez que havia algum tipo de flerte entre as duas Bethânia ficava completamente corada, fazendo com que Gal se divertisse mais ainda.

-Quero ir lá na varanda fumar um cigarro, me acompanha?

-Claro.

Bethania nunca recusaria um convite como esse.

Gal segurava na mão de Bethânia guiando-a pela multidão, um ato simples mas que deixava Bethânia nervosa, qualquer coisa que Gal fazia deixava Bethânia nervosa.

Ao chegar na varanda os ouvidos de ambas as mulheres se aliviaram com o silêncio.

-Quer um?

Gal retirava um maço de cigarros marlboro do bolso para oferecer à Bethânia, enquanto já acendia o próprio.

-Por favor.

Gal acendia o cigarro na boca de Bethânia, uma cena que para qualquer um seria extremamente erótica, até mesmo para elas duas. Bethania se via vidrada no jeito em que a outra mulher tragava e soprava a fumaça com seus lábios pintados de vermelho, parecia até que ela fazia de propósito.

As duas ficaram ali por alguns minutos enquanto trocavam olhares cheios de segundas intenções, com o silêncio confortável e a tensão pairando no ar.

-Eu adoro essa música, vamos voltar lá pra dentro, quer dançar comigo?

-Quero sim, vamos logo.

A música que tocava era Gatinha Manhosa, de Erasmo Carlos. Todos ao redor delas dançavam lentamente ao som da música, então resolveram se juntar a multidão, o estômago de Bethânia embrulhava só de imaginar dançar tão próxima de gal. No início hesitou mas logo cedeu às investidas da mais velha.

-Você acredita que eu nunca tinha dançado assim com ninguém? Na verdade só com Caetano e com amigos mas nunca assim.

-Ah é? E por que comigo é diferente?

As duas conversavam enquanto dançavam lentamente, Bethânia apoiava a cabeça no ombro de Gal enquanto segurava em sua cintura, a outra fazia o mesmo.

-Não é diferente não, é- é que eu me expressei mal.

Bethânia logo virou percebendo a besteira que falou, agradecia que gal não podia ver seu rosto, mas poderia imaginar aquele sorriso esnobe na cara da baiana, feliz por ter conseguido deixar Bethânia desnorteada mais uma vez.

As duas ficaram dançando daquele jeito por mais alguns minutos, até que uma música mais animada começou a tocar e então se afastaram.

-Vou ali pegar outra cerveja, você quer alguma coisa?

-Traz uma pra mim também. E volta logo, não quero ficar aqui sozinha.

-Pode deixar!

Bethânia caminhou até o bar para pegar duas garrafas de cerveja, enquanto andava a mulher conseguia sentir o olhar de Gal sob seu corpo, o que deixava a mulher ainda mais exasperada.

Quando estava retornando para o lugar onde as duas estavam a morena avistou a amiga dançando de um jeito que nunca tinha visto, ela jogava os cabelos e nem ligava para quem estava em volta, tudo que Gal fazia era extremamente sensual para Bethânia, que se recusava a se entregar a qualquer tipo de sentimento que não fosse a amizade. Com dificuldade ela se encaminhava em direção a amiga.

-Aqui sua cerveja.

-Brigada!

Bethânia não sabia direito de que maneira agir diante a Gal, dançava de maneira tímida enquanto dava grandes goles em sua cerveja, vendo se tomava coragem para se soltar mais.

Depois de poucas horas, Bethânia já estava bem mais soltas, já não conseguia contar nas mãos quantas cervejas ela e Gal tinham bebido, muitas pessoas já tinham ido embora, mas as duas continuavam ao centro da pista de dança se movimentando de maneira extremamente próxima.

-Quero ir no banheiro, vai lá comigo?

-Oi?

Por conta do som alto, Bethânia não conseguia ouvir direito o que sua amiga dizia, tendo que diminuir impossívelmente mais a distância entre seus corpos, fazendo Gal sorrir.

-Perguntei se você quer ir no banheiro comigo.

-Ah tá, vou sim.

Novamente a mais velha guiava Bethânia pela multidão. Enquanto andavam, muitas coisas passavam na cabeça da mais nova, será que no pedido de Gal haviam segundas intenções? Claro que não, deveria estar sendo paranoica, assim, é inegável a tensão se construindo entre as duas porém não passa disso né? Gracinha não faria isso? Certo?

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oi amores espero que tenham gostado!! uma das primeiras fanfics que escrevo!! se vocês gostarem eu vou continuar, os comentários de vocês importam muito!!! 💗