depois das dez

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Assim que a porta do banheiro se fecha eu a tranco e pressiono Bethânia contra a mesma, deixando nossos corpos impossivelmente próximos, busco em seus olhos algum tipo de resposta a minha atitude, e a recebo quando a mais nova da início à um beijo urgente. Sinto suas mãos percorrendo todo o meu corpo enquanto as minhas descansam em sua cintura, já não penso em mais nada além da mulher que está totalmente entregue a mim em minha frente.

Bethânia toma o controle e sem cessar os beijos me segura pelas coxas e me põe sobre a pia, ela desce os beijos para meu pescoço e meu colo e já não consigo mais segurar os gemidos estridentes, quando sinto Bethânia começar a desabotoar minha calça ouvimos batidas na porta e nos encaramos assustadas, arrumo meu cabelo e vou a caminho da porta abri-la enquanto a mais nova, envergonhada, se esconde atrás de mim.

-Porra, tô aqui esperando a um tempo pra usar o banheiro, se for pra transar vão pro quarto. - Uma moça loira diz de maneira irritada.

-Ah, desculpa. - Tento não me deixar abater pela situação embaraçosa e simplesmente desvio o olhar e saio, com Bethania atrás de mim.

A mulher que aparentava ser bem mais velha do que nós duas entra no banheiro e bate a porta com força, eu e Bethânia começamos a rir da situação, tudo com ela parece mais leve.

-Quer subir lá pro quarto? A festa já tá acabando mesmo, ninguém vai nem reparar que a gente saiu. - A adrenalina produzida pelo meu corpo dentro do banheiro ainda corria pelo meu sangue e então tive coragem para fazer esse convite a Bethânia.

-Pode ser, mas antes vou pegar umas cervejas pra gente beber lá em cima, pode ir na minha frente. - Achei que ela fosse hesitar, fiquei surpresa com sua resposta.

-Tá bom. Estarei lá te esperando, vê se não demora!

Eu a beijo na bochecha antes de me afastar e a vejo corar. Subo as escadas correndo e vou dar uma geral no quarto, que nem está tão bagunçado mas meu nervosismo fala mais alto. Quando termino me sento na cama e vibro de antecipação do que pode acontecer em seguida, antes de me perder muito em meus pensamentos vejo Bethânia entrando pela porta balanceando quatro garrafas de cerveja em sua mão com dificuldade.

-Oi, desculpa se demorei. - Acho que a luz do quarto consegue a deixar mais bonita ainda, se é que isso é possível.

Ela parecia até mais nervosa do que eu, nem parece aquela mulher que estava prestes a me foder dentro de um banheiro de festa.

Bethânia fecha a porta e se senta ao meu lado enquanto abre duas das quatro garrafas. Ela da um gole na cerveja ao mesmo tempo que me encara, não sei se como um ato involuntário ou se pra me provocar, o que seja, ela conseguiu me deixar desconcertada.

-Pra que que 'cê veio pra cá mesmo? Dedé me contou mas acabei esquecendo. - Na verdade eu me lembro perfeitamente da razão dela ter vindo pra cá, apenas queria começar algum assunto.

-Nara adoeceu e me chamou pra substituí-la no opinião, nunca que eu ia recusar um convite como esse.

-Ah sim, que bom que você tá aqui, tava me sentindo meio deslocada sem você e Caetano aqui. - Bebo da minha cerveja fazendo com ela o mesmo que ela fez comigo, ela desvia o olhar para baixo, quando vai dar outro gole em sua garrafa percebe que está vazia e vai abrir a outra.

-Meu Deus Bethânia, como você conseguiu beber tão rápido? Eu pisquei meus olhos e você acabou com a cerveja. - A minha ainda estava na metade.

-Talvez você esteja reparando de menos em mim viu.

-Olha eu tenho certeza que o problema não é esse. - Dou ênfase no certeza, tudo que eu fiz desde que a vi entrando por aquela porta foi reparar nela.

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