CAPÍTULO 5:Trilha da Verdade

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Trilha da Verdade

A luz do sol invadia meu quarto, trazendo uma sensação de normalidade que eu ansiava. Ainda sob o conforto do lençol, eu abri os olhos lentamente, sentindo o calor reconfortante do sol no meu rosto. Os ecos dos pesadelos da noite anterior ainda reverberavam na minha mente, mas, desta vez admito que foram mais tranquilos que das outras vezes, não senti tanto medo, então por enquanto, eu escolhi focar no presente.

Ao me levantar, percebi que o clima estava mais ameno. Passei por minha rotina matinal, deixando-me absorver pelo cheiro do café fresco que minha mãe preparava na cozinha. O aroma familiar trouxe um conforto momentâneo, como se a normalidade estivesse à vista.

Saindo do quarto e fui sentido a sala, onde minha mãe estava assistindo a algum programa na TV. Ela virou-se para mim, seus olhos mostrando um misto de preocupação e alívio.

— Bom dia, querida. Como você está se sentindo hoje? — perguntou ela, tentando mascarar as preocupações que a assombravam.

— Bom dia, mãe. Estou melhor, realmente. — Respondi, forçando um sorriso para tranquilizá-la. — Vamos tomar café?

Sentamo-nos à mesa, cercadas por uma atmosfera de normalidade que tentávamos criar. O silêncio preenchia o espaço enquanto tomávamos café, mas havia uma tensão subjacente, como se estivéssemos caminhando em uma corda bamba.

— Sobre a conversa de ontem à noite... — comecei tentando abordar o assunto delicadamente.

Minha mãe me lançou um olhar cauteloso, esperando pela continuação.

— Eu só... não quero apressar as coisas, sabe? Eu preciso me sentir pronta para dar esse passo com o Daniel. — Tentei explicar, escolhendo as palavras com cuidado.

Ela suspirou, compreendendo minha hesitação, mas havia uma pitada de frustração em seus olhos.

— Eu só quero ter certeza de que você está segura, querida. Aquela noite foi assustadora para todos nós.

— Eu entendo, mãe. E eu aprecio sua preocupação. Só preciso de um tempo para me ajustar a tudo isso. — Deixei claro, tentando dissipar qualquer mal-entendido.

O restante do café da manhã transcorreu em um silêncio quebrado apenas pelo som dos talheres contra a louça. Após terminarmos, minha mãe se levantou, decidindo que era hora de irmos para a última consulta médica.

A caminho do hospital, o clima no carro era de relativa calma. No entanto, a tensão ainda pairava sobre nós, como uma sombra persistente. Chegamos ao hospital, e enquanto aguardávamos minha consulta, meu olhar foi atraído pelo Dr. Jonathan, que estava conversando com uma enfermeira.

Ele se virou ao me notar e sorriu, mas algo em seus olhos parecia estranho. Era como se houvesse uma sombra de inquietação que ele tentava esconder. Meu instinto me alertou, mas, por enquanto, optei por ignorar.

A enfermeira se afastou, e o Dr. Jonathan se aproximou.

— Bom dia, Sarah. Como você está se sentindo hoje? — perguntou ele com sua habitual simpatia.

— Estou me recuperando, obrigada. Mal posso esperar para receber alta e retomar minha vida normal. — Respondi, tentando parecer confiante.

Ele assentiu, mas seus olhos pareciam sondar algo mais profundo. A conversa continuou, mas minha intuição permanecia alerta. Enquanto ele revisava meus exames, uma pergunta surgiu em minha mente.

CORAÇÃO DE PRATA E SANGUEOnde histórias criam vida. Descubra agora