CAPÍTULO 7:Entre Véus de Mistério

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Entre Véus de Mistério

A porta do apartamento rangeu suavemente quando a abri, revelando um ambiente iluminado apenas pela luz suave de um pequeno abajur na mesa da copa. A tensão do lado de fora parecia dissipar-se ao entrar, mas minha mente ainda estava turva com a confusão recente.

Minha mãe, Mariana, estava sentada à mesa, uma expressão de preocupação marcando seu rosto enquanto folheava uma revista com pouco interesse real. Ao ouvir a porta, ela ergueu os olhos para encontrar os meus.

Mariana: (com um suspiro) Sarah, precisamos conversar.

Eu assenti, reconhecendo que a conversa era inevitável. Caminhei até a mesa, os passos mais lentos do que o normal, a hesitação se manifestando em cada movimento.

Sarah: (com voz contida) Mãe, eu... eu sinto muito pelo que aconteceu lá fora. Não devia ter gritado daquele jeito.

Mariana: (com ternura) Está tudo bem, querida. Eu só estava preocupada com você.

A mãe fechou a revista, concentrando-se totalmente em mim. Meus olhos buscaram os dela, e por um momento, uma comunicação silenciosa passou entre nós.

Sarah: (com sinceridade) Eu sei que tenho sido difícil ultimamente. Mas eu estou tentando entender o que aconteceu comigo.

Mariana: (com carinho) E eu só quero ajudar, Sarah. Sei que algo está te incomodando, e não quero que enfrente isso sozinha.

Enquanto ela falava, a decisão tomava forma em minha mente. A investigação precisava continuar, mas de uma maneira mais cautelosa, mais controlada. Bea era a única que compartilhava dessa jornada comigo, e para o bem de todos, era melhor que permanecesse assim.

Sarah: (com determinação) Mãe, eu... eu prometo que vou lidar com as coisas de uma maneira mais cuidadosa. Eu só preciso entender o que está acontecendo.

Mariana: (sorrindo) Eu só quero o seu bem, Sarah. Se precisar de ajuda, estarei aqui.

A sensação de alívio era palpável enquanto nos abraçávamos. Apesar de todas as incertezas, eu sabia que tinha alguém ao meu lado, mesmo que não compreendesse completamente a jornada que eu estava prestes a enfrentar.

Sarah: (com gratidão) Obrigada, mãe. Eu te amo.

Mariana: Eu também te amo, querida.

A luz do pequeno abajur criava uma atmosfera acolhedora naquela pequena copa, e, naquele momento, eu me permiti acreditar que, de alguma forma, tudo ficaria bem. No entanto, no íntimo, sabia que o mistério que envolvia aquela noite não seria facilmente desvendado, e eu teria que continuar minha busca com mais cautela e determinação do que nunca.

O quarto estava silencioso quando eu entrei, a porta fechando suavemente atrás de mim. A calma que se instalou após a conversa com minha mãe trouxe alívio, mas a tensão ainda persistia, pulsando em minhas veias. Respirei fundo, tentando acalmar minha mente inquieta.

Meus olhos percorreram o quarto até o pequeno parapeito da varanda. Havia algo hipnotizante nas luzes distantes da cidade que se estendiam além da janela. Uma garrafa de vinho escondida em um canto do quarto chamou minha atenção, uma tentação silenciosa que parecia oferecer um escape momentâneo.

Decidi ceder à tentação. Peguei a garrafa e uma taça, o som suave do vinho se derramando ecoando no silêncio do quarto. Caminhei até a varanda, a brisa noturna acariciando meu rosto enquanto eu encarava as luzes cintilantes da cidade.

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⏰ Última atualização: Mar 01 ⏰

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