𝐌𝐀𝐑𝐘 𝐎𝐍 𝐀 𝐂𝐑𝐎𝐒𝐒 | ᴛᴀɪᴊᴜ sʜɪʙᴀ

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Acordei com o sino da igreja tocando, sinalizando o horário que devíamos acordar. Cogitei a ideia de continuar dormindo, mas como hoje seria meu primeiro dia de trabalho com Shiba, não queria arrumar mais problemas...pelo menos por enquanto.

Faço minhas higienes matinais, visto meu habito e desço para o refeitório. Minha barriga roncava de fome, não aguentaria mais um minuto sem comer.

Entro na fila para pegar a comida e enquanto aguardo minha vez, vejo Taiju passeando pelo salão, arrancando suspiros e picuinhas das freiras do local. Seu olhar se encontra com o meu e eu desvio, fazendo o máximo para não chamar tanto a sua atenção.

A fila anda um pouco e eu dou uns passos a frente, e em questão de segundos sinto uma mão pesada sob meu ombro, me fazendo virar num susto para trás.

— Porra... - sussurro para ele não ser capaz de ouvir, porém ocorre ao contrário - o que você ta fazendo aqui?

Taiju: Bom dia para você também, Noviça - fala num sorriso irônico.

— Noviça não, freira - o corrijo.

Taiju: Pensei que você não se importava com isso - ele sorri e passa na minha frente, pegando comida primeiro que eu.

— Taiju, eu não deixei você passar na minha frente - digo, pegando uma bandeja e um copo, logo me servindo - e respondendo, não, eu não me importo.

Taiju fica em pé ao lado das mesas, esperando eu terminar de me servir. Assim que acabo, ele segura em meu ombro e com sua força me guia ate uma mesa distante e vazia.

Taiju: Sente-se - pude sentir um tom de ordem em sua voz. Reviro os olhos e faço isso, pois melhor ficar junto dele do que sozinha.

— Então o padrezinho irá tomar café comigo - forço um sorriso, levando a caneca contendo suco ate meus lábios, bebericando o líquido doce.

Taiju: Precisamos esclarecer algumas coisas... é...qual o seu nome mesmo?!- se sentando a minha frente.

— S/N - falo de qualquer jeito, retirando o papel alumínio que ficava envolto do lanche natural.

Taiju: Ah sim, verdade. Então S/N, você irá começar seus serviços a partir de hoje. Seu dever é apenas seguir as ordens que lhe passo, nada muito complexo.

— E o que caralhos tenho que fazer hoje?!- mordo um pedaço do lanche.

Taiju: Organizar meu quarto - diz simples, mordendo um pedaço de sua maçã.

— O que? Então eu vou ser sua empregada doméstica?

Taiju: Chame do que quiser, por enquanto é só, depois vou te passando o resto das ordens - retirando uma chave de seu bolso - Essa é a chave do meu quarto, tente perde-la e veja o que acontece.

Bufo pesado, terminando de comer meu lanche e pegando o monte de chaves em mãos.

— Você só vai comer isso? - pergunto, vendo o homem se alimentar apenas de uma maçã

Taiju: Sim, algum problema?

— Você é problema - antes dele falar alguma coisa eu me levanto - vou deitar que eu ganho mais - mas não pude andar muito, Taiju me segura e puxa as chaves da minha mão.

Taiju: Não, você vai arrumar meu quarto. Isso daqui eu te entrego depois - se referindo as chaves - agora vem comigo

— Calma eu tenho que levar a bandeja - digo, sentindo ser levada por ele.

Taiju: Depois eu faço isso.

Nós andamos pelos corredores do convento até chegar numa porta com detalhes em prata, Taiju abre ela e me joga dentro da sala, parando no batente da porta, bloqueando minha passagem.

Taiju: Você vai ficar aí ate a hora que eu decidir que está bom.

— O que?! Você não pode me manter presa aqui! Eu vou gritar - chegando perto dele.

Taiju: Pode gritar o quanto quiser, coisinha linda, essas paredes abafam o som. Ninguém além de Deus irá ouvi-la - segurando meu queixo para cima, me forçando a encara-lo.

— Você é um desgraçado - tirando sua mão do rosto com brutalidade.

Taiju: Que boca suja, garota - dando um leve tapa no meu rosto; pude sentir meu interior pulsar após sua ação, fazendo cada pelo do meu corpo se arrepiar - Agora fique ai e se comporte.

Ele sai pela porta e posso ouvi-la sendo trancada, uma onde de raiva bate em mim. Gritar eu não iria, muito esforço fisico para nada... mas como eu estava em seu quarto, poderia fazer uma supresinha para ele...