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Dizer que Richarlison estava puto seria eufemismo.

Ele estava louco, enfurecido, completamente possesso de raiva com aquele maldito jogador do Arsenal.

Richarlison volta para o vestiário a passos largos, à frente de todo o resto do time. Sentindo, perfeitamente, os pontos doloridos do seu corpo que iriam ganhar tonalidades roxas nas próximas horas, enquanto a adrenalina da sua raiva lhe faz formigar dos pés a cabeça.

Aquele filho da puta! — Ele pragueja alto, chutando um banco próximo e socando a porta do seu armário.

A pontada instantânea de dor em seus dedos parece quase insignificante, diante de todo o seu ódio e frustração.

— Você tem que se acalmar, mano. — Royal dita próximo, fazendo Richarlison querer soca-lo também, o mais forte que conseguir.

— Tenho que me acalmar porra nenhuma. — Ele cospe devolva ao outro brasileiro. — Eu ia era arrancar a cabeça daquele desgraçado fora! Mas você não deixou, arrombado!

Inconscientemente, em algum lugar no fundo da sua mente. Richarlison sabe que não deveria xingar e ser um maldito ingrato com o amigo que lhe impediu de acabar sendo expulso hoje.

Porém esse seu lado racional está inacessível agora.

E ainda bem que eu não deixei você fazer isso, né!? Se não, você ia acabar sendo expulso, idiota.

Emerson fala o óbvio.

O que não serve de muita coisa para a mente raivosa de Richarlison, no momento.

— A próxima vez que você se meter nas minhas coisas, eu vou te quebrar na porrada junto. — Richarlison ameaça, movido puramente por sua frustração em não ter conseguido quebrar alguns ossos do rival.

O outro brasileiro ri irônico em sua cara, e ele sente a pálpebra do seu olho direito tremer.

— Eu vou ignorar suas falas de merda. Pois sei que ter alguém te marcando desde o primeiro segundo que tu entrou em campo, é foda.

Richarlison está pronto para continuar com a discussão — inútil e sem sentido, no fundo ele sabe — quando o treinador e o resto do time lhe lembram que ele não está sozinho com Emerson.

— Espero que vocês estejam discutindo sobre as coisas que devem melhorar, depois do jogo de hoje. — Diz o treinador, com olhos raivosos e cansados em sua direção. — Principalmente você, DeAndrade.

E o brasileiro sentiu algo estalar dentro de si. Quem esse idiota pensa que é!? Ele pode ser a porra do treinador mas é Richarlison quem entra em campo. É Richarlison quem está aqui a meses sem conseguir firmar-se para titular, sem conseguir mais de meia hora em campo e ainda tendo que aguentar algum folgado do Arsenal o marcando, incessantemente, desde a sua primeira respiração dentro do campo de hoje.

Ele havia passado os seus malditos quinze minutos em campo no jogo de hoje, caindo e gritando com o árbitro que parecia um cego do caralho.

Richarlison está, fodidamente, cansado de tantos idiotas ao seu redor o tirando do sério.

Ele mal nota que está marchando para cima do seu treinador, com o único pensamento de esganar o homem mais velho para que ele entenda o tamanho do seu ódio, no momento. Até que olhos negros, já conhecidos, entram em seu campo de visão.

Hey, Brazilian! — Son fala tentando chamar sua atenção com uma mão posta, de forma firme, em sua nuca.

Richarlison não pode evitar franzir o rosto atordoado com a proximidade e contato repentinos que Son nunca havia iniciado antes. Ele tenta sair de perto do coreano, porém algo parece o prender aos olhos estreitos do camisa 7.

— Você precisa respirar e se acalmar, DeAndrade. — O coreano continua a falar olhando em seus olhos e Richarlison não consegue desviar, por mais que queira. — O jogo já acabou. Nós perdemos, mas vamos fazer melhor da próxima vez.

Não é até então, que o brasileiro toma noção do quão superficial sua respiração é, em meio a todo o seu próprio caos. Puxando algumas respirações fundas ainda olhando para os olhos escuros a sua frente, mesmo que a sua vontade inicial seja empurrar o coreano idiota para longe de si e gritar questiando o porque ele esta lhe tocando.

Sua pele parece mais quente na sua nuca, onde a palma da mão de Son continua firme. Porém a ideia de tirar a mão do mais velho dali, fica em segundo plano o deixando cada vez mais confuso.

Richarlison apenas fica lá, respirando pesado sob o olhar estreito do coreano. Enquanto suas palavras e frustração estão entaladas em sua garganta seca.

Deve ser uma cena muito estranha.

Em algum lugar da sua mente confusa, o pensamento passa, mas é logo deixado de lado quando Son — parecendo satisfeita com seu tempo de respiração e falta de palavras — desliza sua mão para fora da nuca de Richarlison, o "soltando" apesar de nunca tê-lo prendido, de fato.

O brasileiro pisca uma, duas e três vezes, sentindo-se estranhamente mais calmo e tranquilo que antes. Olhando ao redor e notando que não havia mais sinal do seu treinador, ou mesmo de alguns dos seus colegas de time, e os que ainda estavam no vestiário pareciam já estar terminando de arrumar-se para irem embora.

Se acalmou?

Emerson questiona, aparecendo de toalha ao seu lado para mexer no seu armário que é próximo ao de Richarlison.

Ele olha para o amigo sem respondê-lo, pois estava mais ocupado perguntando-se quanto tempo ele tinha ficado olhando para os olhos de Son, enquanto o tempo corria ao seu redor.

Royal bufa um riso da sua falta de resposta e começa a vestir-se.

— Okay... Mas você devia ir logo tomar banho ou eu vou acabar desistindo de te dar carona hoje.

E Richarlison concorda com um aceno de cabeça. Apenas para não ter que responder o outro brasileiro com palavras e então começa a tirar sua camisa suja de grama, de forma automática.

Son passa por ele quando o brasileiro está indo em direção aos chuveiros, e Richarlison encontra sua voz novamente.

— O que você fez comigo?

Hmm? — Son devolve. — Oh... Só um truque de respiração que eu sei. — Diz o coreano com um leve sorriso em sua direção. — Serve para ataques de pânico ou crises de raiva. Esse tipo de coisa. Nada demais.

Son termina de responder dando de ombros e entrando em um dos box. Deixando um brasileiro muito confuso e ainda mais curioso, para trás.

Truque de respiração? Sério isso?

Não pode ter sido só isso.

Richarlison sentiu que naquele momento existia apenas ele e Son, independente do seu próprio conhecimento de que o vestiário estava cheio dos seus colegas de time e que o som confuso das suas conversas fossem o ruído de fundo, na mente do brasileiro.

E isso não pode ser normal, ou apenas um truque simples para controlar a ansiedade.

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Em comemoração ao dia UNIVERSAL dos 2son, aqui está 2 capítulos do fundo do baú do meu docs dessa fic, que inacreditavelmente algumas pessoas smp acabam me questiando por maiskkkkk

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Com amor, Yumi <3

MEU COLEGA DE TIME É UM GUMIHO! | 2SON(incompleta)Onde histórias criam vida. Descubra agora