Bill Kaulitz

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Não sabia se minha visão estava girando pelo fato de ter bebido ou pelo fato de ter acabado de ser atropelada. Meu corpo estava por cima do capô do carro amarelo, minha cabeça latejava, muitas partes do meu corpo estavam doloridas.

— Ah, merda. Merda. Merda! - o garoto saiu do carro desesperado, repetindo várias vezes a palavra merda. — Garota, você tá bem?

Apenas gemi em resposta.

— Estava escuro, E e-eu NÃO te vi. Meu Deus, eu vou ser preso agora…- ele andava de um lado para o outro sem saber oque fazer.

   Algumas partes da minha barriga pulsavam rápido, meu coração então parecia que pularia de minha boca e sairia correndo. Mas nada doía exageramente como se um osso tivesse quebrado ou coisa do tipo. Me sentei ainda desorientada, mordi o lábio interior ao notar uma ardência vinda na minha perna, olhei para baixo e havia um arranhão com uma linha fina de sangue, fiz uma careta.

— Ai meu Deus você quebrou a perna! - ele estava ao meu lado também olhando para o lugar machucado.

Revirei os olhos com todo aquele exagero.

— Não quebrei a perna, ok? - disse saindo de cima do carro. Dei uma movimentada checando se algo estava errada, e ao que tudo indicava que não.

— Tem que ficar parada - ele me segurou pelos ombros, me fazendo encara-lo, e ao me olhar nos olhos ele acalmou. Foi aí que notei que realmente o garoto se parecia com o da banda.

— Eu, você não é aquele…

— Vou te levar ao hospital.- ele cortou minha frase.

— Hospital? - me desvencilhei de suas mãos.- Tô bem , ok?

— Tá brincando? - ele riu desacreditado. Fui em direção a minha bike que ainda estava largada no chão, havia alguns amassados bem feios. — Você foi arremessada de uma bicicleta!

— É fui, mas quem me atropelou, mesmo?

Ele fechou a cara no mesmo instante.

— Não fiz isso de propósito.

— E aposto que deve estar bêbado,ainda por cima.

— Não tô bêbado. - O garoto cruzou os braços.- Só um bêbado  que andaria de bicicleta a essa hora da noite, garotas não devem andar sozinhas, sabia?

Antes de voltar a falar pude ver pelo o retrovisor o que tinha dentro do carro dele.

— Então por que tem um fardo de bebida no seu banco?

Refutado. O mesmo fechou os olhos e massageou as têmporas.

— Essa discussão não vai chegar a lugar algum, ok? - sua voz saiu calma. Suspirei alto — Então quer parar de ser teimosa e me deixa te levar ao hospital?

— Olha, sei que quer me ajudar, mas estou bem. okay? Só tô com esse arranhãozinho na perna.

O mesmo ficou pensativo enquanto encarava para a gotinha de sangue que descia por minha canela.

— Já sei, você devia vir comigo, a casa fica a uns 10 minutos daqui, aí podemos cuidar e fazer um curativo nisso aí.

Abri a boca para negar, mas ele voltou a falar:

— Por favor, estou me sentindo a pior pessoa do mundo, prometo que não lhe farei mal…

— Diz o cara que quase me matou.

Achei que ele fosse voltar a discutir pelo meu comentário, mas não o fez. Analisei a situação, se voltasse para casa com esse machucado e a bike toda arregaçada, minha mãe provavelmente não deixaria mais eu sair. Ele era um estranho e apenas concordei dizendo:

— Já aviso que se você for um daqueles canibais loucos que pegam suas vítimas na beira da estrada, antes que você tente algo seu cérebro já estará sendo frito em óleo borbulhante pro meu almoço de amanhã. Entendeu?

Ele assentiu já pegando minha bike para  pôr no banco de trás. Me sentei ao seu lado e ele deu a partida.

— Me chamo Bill Kaulitz, aliás - disse quebrando o silêncio.

— Imaginei que fosse — ele riu. — Meu nome é
S/n.

— Nossa é diferente, é mexicano?

— Sou brasileira.

— Caralho, isso é demais!

Dei de ombros e deixamos que o silêncio voltasse. Pelo reflexo da janela vi que o queixo também estava machucado.

— Você vai precisar de um curativo também.

REMINES- TOM KAULITZ Onde histórias criam vida. Descubra agora