[ ! Andamento ! ]
-- Jeon nunca foi uma pessoa festeira ou que saia muito de casa. Para ele, era muito melhor passar o dia tocando ou apenas lendo um livro ao lado de seu felino.
Usando seus dons de guitarra e voz como sua fonte de renda, todo fi...
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— Kim Taehyung, pelo amor de divindade divina, cala a boca!
Não era nem mesmo dez horas da manhã e eu já estava tendo que ouvir Taehyung tagarelar sobre seu mais novo "crush". Mas sei que isso não durará nem uma semana.
Estávamos apenas conversando sobre o show de hoje, e ele, de repente, começou esse assunto.
— Você era um bom ouvinte antes, Jeon. — Fez um bico dramático. — O que aconteceu?
— Por que você não enche o ouvido do Namjoon? — Bufei, me sentando ao lado do meu felino.
— Ele mora longe.
Apenas revirei os olhos e iniciei a tarefa de acariciar Rocambole que veio rapidamente para meu colo.
Eu comecei a ouvir o que Tae-Hyung dizia enquanto eu permanecia quieto. Sei que esse é seu jeito de "demonstrar afeto" — palavras do próprio —, então apenas me faço de psicólogo.
Ele e Namjoon são meus amigos desde o ensino médio, então temos uma relação onde sabemos, praticamente, tudo um do outro.
E Rocambole? Bem... Ele era um gatinho de rua da raça persa, não sei quem teve a coragem de deixar um filhote de gato no meio do frio, mas as pessoas são egoístas.
— Vai tocar uma composição autoral hoje, J.K? — Tae me perguntou, me tirando dos meus pensamentos.
— Eu não sei. Dependerá do público de hoje. — Murmurei, beijando os pelos longos de meu gato.
— Ainda estou sem acreditar que você deu o nome de uma comida para o gato.
— Foi o único que ele gostou. — Dei de ombros.
Kim ficou mais alguns minutos aqui até que foi embora. Alegando que tinha um encontro antes da pequena reunião que sempre temos antes do show.
Ou seja, ele verá o tal ficante.
E, mais uma vez, ficou apenas eu e Rocambole no apartamento, como todos os dias.
Me levantei e logo fui em direção ao meu pequeno estúdio improvisado tendo meu pequeno felino ao meu alcance. Peguei minha guitarra e a deixei no volume permitido, começando a compor a melodia da música.
Por mais que eu seja formado em canto, não acredito tanto no meu potencial para compor algo — Mesmo que Kim bata o pé para eu mostrar alguma.
Farei isso? Claro que não.
A melodia se iniciava calma com uma velocidade um pouco lenta, mas que logo ficava rápida e mais estridente. Finalizei ela com o mesmo ritmo do início, com um leve eco no fim.
— Hum... Não ficou tão ruim. Né, Rocambole? — O olhei, recebendo apenas uma piscada e uma linguinha de fora como resposta. — Levarei isso como um talvez.
