I made a bloody mess
in the kitchen sink
I tried to fix myself,
but i didn't think
----Pretend - alex g
Está tudo tão estranho. Me sinto fora de meu corpo, me sinto ainda mais estressado, cansado, continuo descontando a minha tristeza ou raiva nas bebidas ou em mim mesmo com o meu estilete de sempre. Cortes são distribuídos em todo o meu corpo, outros sangram enquanto outros apenas ficam com uma marca branca, que logo recebem outro corte por cima para sangrar. Esse sangue que escorre por minhas mãos são sujos, escuros e inúteis, se não circulassem sobre o meu corpo eu já estaria morto.
O meu quarto está tão monótono, desprovido de vida, desprovido de luz assim como a pessoa que se abriga nele, uma pessoa completamente vazia, com a escuridão em seu peito de sempre, nunca vendo nem mesmo uma única brecha daquela luz vivente e vibrante que tantos procuram. Para mim não faz o menor sentido. Mesmo se eu visse essa luz, eu continuaria me sentindo assim. Eu não conseguiria me sentir bem comigo mesmo. Eu continuaria sendo o mesmo idiota suicida que não tem sentido na vida.
Esses dias eu tive uma crise enquanto trabalhava. Não sei exatamente o que me deu gatilho, mas eu senti um impulso que me fez querer ir embora. Deixei tudo que eu tinha na mesa, levantei e me dirigi até a porta da saída. Isso poderia ser chamado de "pedido de demissão"(não fui demitido), e realmente foi. Eu recebi diversas ligações dos meus colegas de trabalho, todos preocupados comigo mesmo se fosse uma atuação precária para me fazer voltar. Eu não respondi nenhuma, apenas saí dali e fui andar para qualquer lugar sem nenhum rumo na minha vida, acabei me perdendo mas nem liguei para isso.
Algumas horas depois de ficar cambaleando por aí como um vagabundo qualquer, Chuuya me achou. Ele estava com sua moto, não acho que seja verdadeiro, mas acredito que ele esteve procurando por mim todo esse tempo. Não é como se eu merecesse isso também, eu só ferrei com a vida dele, fui egoísta e deixei tudo para trás assim como eu havia feito naquele dia. Mesmo não sendo merecedor de nem ao menos olhar na cara do ruivo, ele me acolheu. Não parecia que ele era a mesma pessoa. O Chuuya bravo, que afasta todos de si e impulsivo estava me ajudando sem reclamar por nenhum momento.
Se ele não tivesse chegado à tempo, eu provavelmente teria me suicidado. Ninguém iria saber a minha localização além do meu ex-parceiro, mas eu já estaria morto, eu já estaria livre de tanta, tanta coisa, tanto sofrimento, tantos acontecimentos indesejados. Eu fui tão burro, sempre fui na verdade e no presente não é exceção, continuo sendo o mesmo burro que age sem pensar como sempre. Eu teria me suicidado, mas eu não teria ajudado Atsushi.
Bom, ele poderia ter tido uma vida muito melhor, uma vida muito mais normal e calma do que essa que ele vive. Ele vive em um lugar de caos, lutas e desentendimento. Ele sempre acaba se machucando, mas nunca se acovardando. Eu queria ser assim também. Eu me acovardo às vezes, mas talvez eu poderia ter sido resistente igual ao meu subordinado, eu poderia ter tido orgulho de mim pelo menos uma vez. Uma coisa que eu nunca tive foi orgulho de mim mesmo, eu nem sei se mereço sentir isso mesmo.
Encerro os meus pensamentos bobos e volto a ter consciência do quê estou fazendo. Foram só alguns minutos e eu já estava com as veias latejando de dor, pena que a dor não me trás nenhum sentimento interior, só o qual eu mostro que eu sinto, que é a dor fisíca já que não posso sentir tanto a dor física quanto a dor emocional ao mesmo tempo, não é mesmo? Enquanto eu sentia a dor emocional, eu não sentia a física, é por isso que eu gosto de me cortar de vez em quando mesmo se eu não gosto de sentir dor, é apenas uma dor aguda, não dura por tanto tempo.
Me levanto mancando, aos poucos ficando em pé firme. Sinto tontura ao levantar, a perca de sangue me faz sentir vertigem. A minha visão embaça um pouco e eu sinto como se tudo estivesse balançando, olho as minhas próprias mãos sangrentas e pálidas enquanto tento me apoiar nos móveis à minha proximidade, com uma certa repulsão eu consigo chegar até o meu banheiro, mas para o meu azar ou até mesmo sorte, acabo desmaiando ali mesmo. Tudo que consigo escutar é o som de carros passando pela rua, nada mais do que isso, mas aos poucos o meu sentido de audição começa a reduzir aos poucos.
Perdi a noção de quanto tempo se passou, me sinto leve até demais. Uma coberta está posicionada em cima de mim enquanto os meus braços e pernas estão enfaixados novamente. Não sei o que aconteceu, mas sei que estou seguro. Com muito esforço eu abro os olhos novamente, a luminosidade do sol bate na janela do quarto no qual me localizo, cegando a minha visão completamente. Escuto uma risada nasal baixa logo após eu fecho os olhos por causa da intensidade da luz.
- Você finalmente acordou. - Escuto uma voz masculina e suave à minha esquerda, sinto um pequeno peso a mais na ponta da cama e uma mão passando por minhas pernas delicadamente. Me esforço novamente para abrir os meus olhos e quando abro, visualizo a imagem de Chuuya na minha frente. Por que ele? Ele poderia ter simplesmente me deixado morrer, não é como se eu fizesse tanta diferença na vida dele, não é mesmo?
Ele se levanta fecha as cortinas do quarto para que eu enxergasse melhor, não está muito escuro pois um abajur com uma lâmpada amarela está aceso em cima de escrivaninha de madeira ao lado da cama, não é uma luz desagradável, é uma luz calmante e aconchegante que me permite abrir os meus olhos sem nenhum problema.
Por um longo período, o silêncio permaneceu entre nós. O silêncio não é tão constrangedor quanto parece, nós dois desejamos essa tranquilidade. Fecho os meus olhos novamente e sinto ele se mover entre os meus braços, entrando em baixo das cobertas comigo enquanto me abraça vivamente. Retribuo o abraço e ficamos ali sem trocar nenhuma palavra, sem nenhum diálogo ou ação a mais. Eu sei que ele queria conversar comigo quando eu melhorar, e ele vai.
1077 palavras [!] Bom, eu desanimei no caminho como sempre, fazendo a história ficar meio merda. Mas se gostou mesmo assim, aperte na estrelinha e comente sobre o que você achou dessa obra. ♡
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- Dazai ANGST | Soukoku Leve
RandomT₩ - Auto-mutilação | Suicídio | Menções de suicídio | Estiletes | Depressão Severa | Complexo de inferioridade - Dazai está seguindo a sua vida "normalmente". Trabalhando na Agência, se encontrando com Chuuya, cuidando de Atsushi, frequentando out...