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Ao fundo, a TV anunciava a nevasca iminente como se fosse o fim do mundo

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Ao fundo, a TV anunciava a nevasca iminente como se fosse o fim do mundo. Olho para meu namorado, Charles, que está folheando seu telefone, verificando pela centésima vez se o mundo realmente estava acabando.

“Três dias de neve? Vamos ficar presos aqui, não vamos? Eu digo, puxando meu cobertor favorito em volta de mim.

“Parece que somos só nós e o que sobrou na geladeira.” Charles sorri, jogando um braço sobre meu ombro.

Aperto os olhos pelas janelas geladas, mas é difícil ver alguma coisa lá fora. Nossa sala está totalmente decorada para o Natal e as luzes das fadas refletidas no vidro tornam ainda mais difícil ver a rua lá fora. É como se o frio transformasse tudo num vazio branco e nem mesmo a nossa decoração conseguisse transformar o país das maravilhas do inverno lá fora em algo animado. Desisto e me viro para Charles.

“Vamos, seja útil e pelo menos me ajude com o jantar.” Eu meio que reclamo.

"Com licença? E o que você quer dizer com 'pelo menos'?” Charles parece ofendido, mas há maldade em seus olhos.

“Bem, eu decorei a sala praticamente sozinho!” Aponto meu dedo indicador para ele, apontando a culpa.

“Querido, isso não é verdade. Pendurei as meias! Ele se defende com um sorriso.

Charles, em modo de defesa total, lista todas as pequenas coisas que fez desde que voltou para casa. À medida que ele avança, a tempestade lá fora se intensifica. Decidimos invadir a cozinha em busca dos ingredientes de um peito de peru com pancetta, figos e alho-poró. A voz dos meteorologistas desapareceu quando ficamos totalmente absortos em preparar nossa refeição. Fatiar vegetais, medindo o sal.

A nossa cozinha é atacada por cheiros e sons diversos, com o chiado da pancetta, o aroma terroso dos figos e o cheiro perfumado do alho-poró. Charles decide ficar encarregado dos temperos, espalhando pimenta e alecrim à vontade em qualquer lugar que alcance.

"Atrás!" Charles grita, em tom brincalhão, enquanto se esforça para passar por trás de mim a caminho do forno.

Eu rio, fingindo estar surpresa. “Sim, chef!”

Quando a porta do forno se abre, o peito de peru, agora uma obra-prima da delícia embrulhada em pancetta, encontra seu lar. Charles, com um sorriso satisfeito, acena com aprovação para nossa criação.

Terminada a refeição, preparamos o prato e voltamos para a sala. À medida que compartilho cada mordida com Charles, nessas trocas simples, percebo com certeza que não há outro lugar no mundo onde eu preferiria estar.
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Natal, a melhor época do ano!

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