A última lição deles foi difícil, mais difícil do que o normal, se Duck pudesse dizer isso o que ele podia fazer, desde que morreu.
Todos os três estavam na sala naquele momento, um pouco mais traumatizados do que antes, uma agulha estava na frente deles com um sorriso brilhante nos lábios, o professor deles, que os ensinou sobre hospitais e condições mortais. Uma dessas condições infectou o pobre Pato, matando-o após um minuto de dor insuportável.
O amarelo teve seu sangue coletado e desmaiou quase ao mesmo tempo em que Duck morreu. O pássaro verde olhou para o mais novo, verificando se ele ainda respirava. Ele estava, mas parecia que teria preferido estar morto naquele momento.
Yellow estava visivelmente tremendo e Duck não tinha ideia de como ajudá-lo, ele realmente não conseguia se mover, sentia seu corpo inteiro paralisado da cabeça aos pés.
— Lembre-se, se você nunca ficará doente, você nunca acabará em hospitais! — o professor em forma de agulha disse com uma voz feliz e estridente antes de desaparecer da existência.
Todos se entreolharam, Duck suspirou de alívio ao ver que o Red também estava vivo, ele nem parecia tão assustado, estava tudo bem.
— Eu morri? — o primeiro falar foi o Yellow, Duck olhou para ele e viu como ele estava verificando suas mãos trêmulas, como se elas não deveriam estar ali.
Ele então olhou para seus braços, para verificar se algum buraco havia aparecido depois que uma agulha retirou todo o sangue de suas veias.
— Acho que todos nós fizemos. — respondeu Duck tentando soar o mais neutro possível, afinal era a rotina deles, eles deveriam ter se acostumado com isso naquele momento. Yellow assentiu deixando suas mãos cairem ao lado do corpo, ele estava olhando para o chão e parecia estar imerso em pensamentos.
— E você? — perguntou o Duck, forçando-se a não olhar para o amigo Yellow, mas sim para o amigo Red.
Yellow precisava de um momento para processar o que aconteceu e ninguém iria tirar isso dele.
— Eu? Estou bem, sério. — e ele parecia bem, Red sempre soava bem, essa foi a razão pela qual Duck nunca acreditou nele, nem uma vez. Como alguém poderia estar bem com o que quer que estivesse passando?
Duck balançou a cabeça, mas decidiu deixar a conversa de lado por enquanto, até que o amarelo estivesse lá. Depois de colocá-lo na cama, eles teriam tempo para conversar e discutir como sempre faziam.
Como ninguém parecia interessado em se levantar, Duck se sacrificou pulando da cadeira de balanço, o chão parecia mais frio do que costumava ser e as pernas de Duck mal o mantinham em pé. Ele sentiu como se não andasse há anos e suas pernas precisassem a se acostumar novamente.
Sem pensar duas vezes antes que pudesse pensar ele voltar para a cadeira.
ele caminhou até a cozinha em completo silêncio, nenhum objeto se movia, como os objetos deveriam fazer, ainda era estranho não ouvir aquele Pão, o bife gigante e o espinafre falando como a gente teve comer bem falando das refeições saudáveis, bla bla blá. Duck suspirou.
A chaleira estava em uma prateleira baixa o suficiente para que Duck a alcançasse sem subir em uma cadeira. Quando chegou à maçaneta pensou que já estava fora do horário do chá, em uma ocasião normal a coisa o teria incomodado, mas naquele momento ele quase não se importou.
Lá fora o céu estava em um tom escuro de azul e a lua sorria para ele, como sempre. Tudo foi como ontem, e anteontem e anteontem. Nada mudou para eles. Então por que esta noite foi tão difícil?
A chaleira foi colocada no fogão e logo depois de começa a zumbir, Duck pegou três xícaras e colocou um pouco de água quente em todas antes de colocar um saquinho de chá e um pouco de açúcar em cada uma.
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Refletir
Mystère / ThrillerDuck está tentando enfrentar a morte, enquanto seus amigos tentam ajudá-lo.