Gangorra

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Eu tô farta de ter que aceitar menos que o mínimo,
De exigir meus direitos, de falar que eu me orgulho e bater com a mão no peito,
Aí o povo vem de dizer que eu tô faltando com respeito?
Respeito... uma coisa que eu nunca tive,
Tive no sentido de sempre dar respeito,
Mas receber? Esquece,
Esse é outro caso.
Meu jeito de ser não é de doente,
E sim a sua mente,
Sua religião não vai mandar na sua vida,
Eu vou ser, mostrar, falar, escrever, e gritar,
Quem eu sou,
Pra sempre.
Pois eu sou o grito daqueles que já não estão mais aqui,
Mariele? Vive!
Demétrio? Vive!
Agatha? Vive!
E todos aqueles que morreram apenas por...
Serem travas, boycetas, LGBT's, pretos, amarelos, Gays, indígenas, pobres, mulheres, não-bináries, serem fora do padrão,
Todos eles,
Vivem!
Poder escolha,
Cês tem, poder de escolher tirar essa porra de preconceito da mente,
Mas eu?
Eu também posso escolher,
Eu posso escolher ser eu,
E se você não gosta,
Aí já é problema teu.
De um pré-conceito surge o preconceito,
Que mata muitos dependendo da religião, sexualidade, cor, ou dinheiro,
"Dependendo?",
Sim, dependendo,
Porque se você for um homem branco cis hetero cristão,
Relaxa, preconceito cê não vai sofrer não,
O máximo é te chamarem de palmito,
Mas aí é só zoação,
Porque preconceito é bem mais complexo,
Tá com cara de choque porque?
Achou mesmo que eu ia falar que existe racismo reverso?
Eu não luto pelo bem da "família tradicional",
Eu luto pelo bem de TODAS famílias,
Independente se for dois pais,
Duas mães, dois pais e uma mãe,
E dentre mais diversas e inúmeras formas de ser uma família.
Uma coisa cês tem que aprender,
A diversidade existe, e existe muito,
Mas e a sua mentalidade, cadê?
A parte exótica de ser "diferente" do padrão,
Não é ser uma aberração,
E sim ser uma perfeição.
Para de tentar me converter,
Eu sou assim e ponto, se tentar mais vou logo mandar se fuder,
Não vem com cura que eu não tô doente,
Vê se aprende!
Nosso amor vence qualquer tipo de ódio,
Então não inveja quando a gente estiver no pódio,
E olha que a gente já tá subindo,
E só pra deixar claro,
Não tô querendo me referir só a comunidade LGBT,
Quero que todas minorias desse país se sintam abraçadas com esse poema,
Todos aqueles que já foram discriminados e ainda são,
Saibam que ninguém aqui tá sozinho,
Tamo tudo junto e misturado nessa zorra,
O padrão sempre ficou por cima de nós,
E chegou a hora de mudar essa gangorra!

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