Yggdrasil

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Ouvindo eu pergunto | das raças sagradas,
Dos filhos de Heimdall, | ambos altos e baixos;
Vós sabereis, Valpai, | que bem eu relaciono
Contos antigos me lembro | de homens de muito tempo atrás.

Prólogo

Reen AL La estinteco yggdrasil

Tikleskor corre, desesperadamente, entre os galhos da grande árvore Yggdrasil, com um enorme osso em suas mãos. Correr naquelas condições não era uma das tarefas das mais fáceis e, ainda por cima, na situação em que ele se encontrava. O gnomo estava sendo perseguido por horas pela bruxa Gefione, porém, ela não estava sozinha. Trazia em sua companhia indesejada as presenças de uma serpente e uma enorme águia. Cansado desta perseguição, o gnomo finalmente conseguiu despistar os seus perseguidores. Na sua frente ele avistava um abrigo entre os grandes galhos e escondeu-se do trio. No abrigo, encostou o enorme osso que carregava ao lado de um grande tronco, ele precisava recompôr o fôlego. Apanhou o mapa feito por Broog e ficou olhando na esperança de achar a saída de Yggdrasil.

O gnomo enquanto examinava o mapa percebeu que o cenário era desanimador, parecia mais um campo de batalha onde ele enfrentava três poderosos inimigos, mas que também eram inimigos entre si, este era o único fator positivo que lhe ajudava, todos eles querendo o mesmo, o osso que se encontrava em seu poder.

O mapa feito por Broog era a sua única esperança de escapar com vida daquela enrascada. Nidhogg, a serpente que o perseguia em terra, Broog afirmava que ela ficava roendo as raízes de Yggdrasil no intuito de destruí-la, portanto ele sabia da sua existência. Do alto, era uma enorme águia que morava no topo de uma imensa árvore. Broog não havia mencionado nada sobre ela nos seus apontamentos transformando-se numa grande novidade para Tikleskor, mas ele sabia tratar-se de Hrasvelg.

A serpente e a águia levavam certa vantagem com relação à bruxa Gefione, eles estavam se aproximando perigosamente do acuado gnomo. Na batalha entre eles, Gefione ficou presa entre os galhos em função do ataque de Hrasvelg, ela havia perdido a sua vassoura. A bruxa estava presa entre os emaralhados de galhos, estando assim, mais distante do gnomo. Com isto, ela temia que um dos seus inimigos alcançasse Tikleskor primeiro do que ela e lhe tirasse o cobiçado osso. Assobiou forte, no intuito de chamar de volta a sua vassoura, era um assobio potente que balançava todos os galhos de Yggdrasil, mas não o suficiente para incomodar Hrasvelg e Nidhogg. A vassoura chegou ao seu encontro, mas Giefione estava com dificuldades para se livrar dos emaranhados de galhos que a prendiam.

Nidhogg media mais de doze metros de comprimento, entre o focinho e a cauda. Era uma serpente descomunal, continha oito patas e uma cor esverdeada o que lhe facilitava ficar camuflada entre os galhos. A sua coloração lhe ajudava no disfarce e ela não era vista tão facilmente e, a sua presença, só era notada devido aos grandes olhos avermelhados que saltavam do seu rosto arredondado, a serpente era uma autêntica devoradora de cadáveres.

Hrasvelg, a águia, tinha um aspecto de dragão, sendo, ao mesmo tempo um misto de águia e gigante, com uma imensa envergadura, ele se metamorfoseava. O seu cumprimento perfazia doze metros de uma asa a outra. As suas asas abertas geravam uma imensa sombra aos nove mundos de Yggdrasil. Dona de um poder de transformar-se num gigante em qualquer momento, a águia, nesta perseguição, só tinha um receio: as rajadas de raios, os famosos Mistiltein, lançados pela bruxa Gefione. Por isto, ela evitava em transforma-se num gigante, para evitar ser atingida por estes raios e ficar presa entre os Mistiltein que poderia ser mortal.

Os raios desferidos por Gefione transformavam-se em uma espécie de parasita, em forma de broto de visco. Não eram venenosos, mas se atingissem a sua presa, grudavam em seus pés como uma gosma, não permitindo que o aprisionado desse um passo sequer, conduzindo-lhe para a morte. Estes parasitas demoravam cerca de setenta e cinco dias para transformar-se em broto de visco, tempo suficiente para que as suas presas morressem por inanição.

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