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(Josh)

As três primeiras semanas foram como um teste, tanto para Any quanto para mim. Victória se mostrou uma garotinha determinada, trocando todos os seus horários. O resultado foram noites mal dormidas para ambas as partes. Amy estava me surpreendendo com sua devoção, em não reclamar uma vez que estava cansada.

Mas eu não a deixava sozinha, ficava com Victória sempre que eu percebia que Any estava chegando ao seu limite. As madrugadas eram sempre as mais difíceis, então para poupar tempo, decidimos colocar o berço de Victória em nosso quarto, bem ao alcance de nossas mãos.

Durante o dia, a dona Fabiana ajudava Any com o banho, limpeza e alimentação das duas, já que Any uma vez ou outra se poupava de comer quando Victória sofria com alguma cólica. Às vezes ela chorava junto com a filha por não poder pegar sua dor para si.

Quando Victória completou dois meses, dispensamos Fabiana. Any já conseguia fazer quase tudo sozinha. Havia descoberto algumas manhas de Victória e aos poucos começou a se adaptar a elas.

Eu ligava sempre que possível para saber como elas estavam e foi muito difícil a primeira vez que tive que viajar para a casa dos meus avós sem elas. Combinamos que ainda era cedo para Victória viajar, na verdade, Any impôs isso e com muita relutância aceitei.

Estava terminando um relatório para enviar para o Japão, quando o telefone tocou.

Eu- Oi Soso.

Sofya- Seu advogado na linha dois, disse que é importante.

Soltei um suspiro de cansaço. Esperava que não fosse uma emergência que me levaria de volta para a fazenda. Eu tinha ido até lá não fazia nem duas semanas e ainda tinha a minha tentativa frustrada de ter um pouco de privacidade com Any. Sempre que o clima esquentava ela fugia para atender ao chamado de Victória.

Contratamos Fabiana para ser babá de emergência para podermos ir jantar fora, mas recebemos uma ligação de que Victória estava com febre e mais uma vez não tivemos um momento só nosso. E isso estava frustrando nós dois. Hoje a noite seria mais uma tentativa, então eu esperava que fosse apenas Castro querendo falar sobre a contabilidade.

Eu- Pode passar Soso. ?falei por fim) Castro?

Castro- Oi Josh, me desculpe te ligar no meio do trabalho, mas eu não podia mais esperar.

Eu- Alguma coisa com as importações ou com meus avós?

Castro- Não. Ambos estão bem.

Eu- Então o que poderia ser tão grave fora isso?

Castro- É sobre Jaspen...

Eu- Outra notícia falsa?

Já era a quinta ou sexta desde que perdemos o seu primeiro paradeiro. Ele havia estado em vários países, mas não passava mais do que uma semana em cada hotel. Não fazia ideia de como nem onde ele estava conseguindo o dinheiro para se manter a quase um ano. Mas sempre que chegávamos perto, Jaspen dava um jeito de apagar seu rastro.

Eu não havia contado para Any, parte porque não queria dar falsas esperanças e outra parte porque estava com medo em relação aos sentimentos que Any ainda pudesse ter pelo meu irmão. Desde que assumimos que estávamos juntos, eu sempre falei que a amava, mas nunca ouvi as mesmas palavras sair de sua boca. Não queria ter que forçá-la a falar, mas esperar só aumentava ainda mais o meu medo de que tudo que vivemos até agora desaparecesse com a volta de Jaspen.

Castro- Dessa vez não é alarme falso. Encontramos Jaspen. Um dos meus detetives teve um breve encontro com ele em uma loja de conveniência na França.

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