༻ chapitre huit ༺

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21 de abril de 2020

O sol frio e brilhante da manhã batia na janela fechada do quarto de Rosé. As cobertas que envolviam o corpo da menina forneciam uma sensação gostosa, o despertador que repousava ao lado da cama disparou sinalizando 08:30, o som alarmante retirou a loira de seus sonhos mais profundo e a trouxe de volta à realidade.

Rosé ainda ficou alguns segundos parada, sentindo o organismo despertar lentamente. Quando ela teve que se forçar a levantar, a primeira coisa que fez foi desligar o despertador, em seguida ela pegou o celular e destravou.

Todas as vezes que ela desbloqueava o celular, ela se lembrava da sequência de números que ficou tentando lembrar por dias. 22872. Ela não sabia ao certo o que significava, mas não parou muito tempo nesse assunto, mas era a mesma senha para suas redes sociais, para o e-mail, só não era a mesma que a senha do banco, 2812. Ela achava que aquelas senhas eram aleatórias, mas mesmo assim queria saber porque a antiga Rosé escolhera aquelas sequências de números.

A loira ficou alguns segundos lendo as mensagens que recebera, checando suas notificações, sendo improdutiva por alguns minutos. Era feriado, as coisas poderiam ser improdutivas. No final da sua lista de conversas não lidas, tinha um contato que chamou a atenção da menina. Ela nunca tinha visto ele antes, não passava muito tempo no telefone, e quando passava deixava a maioria dos grupos de lado e só respondia algumas seletas conversas .

Mas hoje, um dos contados esquecidos de Rosé brilhou mais radiante que o próprio sol, e os olhos castanhos da menina se concentraram naquele desconhecido.

- "babe " ?

Ela não sabia quem era, não conseguia se lembrar de ninguém com esse apelido. A última mensagem que o contato mandou era um simples "Adeus, fique bem.". Com a curiosidade martelando em seu peito, a loira abriu a conversa e encontrou várias mensagens, ela leu uma por uma. Seu coração pulava forte em seu peito, sentia como se seu estômago fosse rasgar a pele de seu abdômen e fugir, seu cérebro queria parar com aquilo, e ela desligou o celular.

Quem quer que fosse Babe, devia odiar Rosé, em um nível que nem ela pode compreender. Em um ato de valentia, ela segurou o celular nas mãos e foi até o quarto de Jisoo , mas ela não estava. Lisa tinha dormido na casa delas noite passada, então ela imaginou que elas estavam no quarto de hóspedes.

Ao entrar no quarto viu Jisoo deitada na cama e Lisa sentada na beirada, olhando para o chão meio desnorteada , com certeza tinha acordado agora.

- Soso, eu tenho que te perguntar uma coisa.

- Pode falar meu amor.

Rosé não sabia o que perguntar, então desbloqueou o celular que abriu direto na conversa do tal Babe. Ela entregou rapidamente à amiga, e viu Lisa se juntar à ela. Elas passaram alguns minutos lendo as conversas.

As expressões que elas faziam não ajudavam a loira, ela se obrigou a sentar em uma poltrona ao lado da cama, esperando que elas falassem alguma coisa, qualquer coisa. Ela queria que elas zuassem ela, dizendo que ela era boba, mas as feições sérias que estampavam seus rostos faziam Rosé tremer de ansiedade.

- Quem é?

- Eu não sei. Achei que vocês pudessem me ajudar.

- Pelo jeito vocês eram bem próximos. - Lisa se deita na cama, puxando a coberta para o peito. - Eu arriscaria dizer que vocês... Namoravam?

Os olhos de Jisoo arregalaram, Rosé não esboçou surpresa alguma, ela imaginava alguma coisa desse tipo, havia um coração no nome do contato, e as mensagens diziam sutilmente que poderia haver um romance.

- Se realmente for um namoro, eu acho que devo algumas explicações pra essa pessoa.

- Você tá certa, mas temos um problema. Não sabemos o nome e aparentemente você foi bloqueada.

- Eu ligo pro número, quando atenderem eu vou perguntar pela Rosé. - Lisa se esticou e agarrou o celular que carregava em cima da mesinha de cabeceira.

- Seja sutil. - Jisoo estava preocupada, seus olhos estavam atentos aos movimentos dela, sua mão apertava o telefone da amiga como se o mesmo fosse cair a qualquer momento.

- Não deu nada. O número foi desativado. - Nesse momento Rosé inspirou forte, nem tinha se dado conta que prendera a respiração. - Vou ligar pra operadora.

Longos minutos foram necessários, até que Lisa conseguisse falar com uma atendente real, e não um robô.

- Bom, a boa notícia é que a pessoa que tinha esse número mora na Los Feliz, a má é que eu não consegui nome nenhum, nem endereço.

- Pelos menos é uma operadora segura, não divulga informações pessoais pra qualquer um.

- Só tem uma coisa que podemos fazer. Junta o squad e procurar o namorado da Rosé.

Jisoo continuava a procurar qualquer sinal de algum nome.

- Vocês conversavam desde do início de 2016! Rosé porque você nunca me contou dele?

De fato, nem Lisa nem Jisoo tinham ideia de quem poderia ser Babe, e muito menos que eles namoravam, a Rosé do presente não fazia ideia do porquê a Rosé do passado escondeu esse relacionamento.

- Eu não sei. Eu não me lembro.

Glimmer tinha motivos para ficar com raiva, e ela estava chateada com a melhor amiga não ter lhe partilhado um segredo como aquele. Mas ela não podia ficar brava com ela, ela não se lembrava, não podia cobrar nada agora.

𝐉amais esquecerei de ti ༺ chaennieOnde histórias criam vida. Descubra agora