23 de abril de 2020
A calçada ainda molhada pela chuva da noite anterior espelhava os rostos de quem passava. Lisa se distraía do silêncio de sua caminhada observando outras pessoas, ao seu lado Rosé mantinha a cabeça baixa, os pensamentos rodopiavam em confusão e os olhos pesavam muito mais.
Jisoo tinha decidido que iria sair com a amiga, para se distraírem um pouco, enquanto Lisa iria descobrir um pouco mais sobre o número desconhecido que aparentemente tinha uma relação muito íntima com Rosé.
- Já faz um tempinho que cê vai pra terapia né?
- Faz alguns meses.
- Eu quero que você volte pra uni logo, ficar em casa sozinha deve tá sendo um saco.
- Só vou poder voltar se eu conseguir passar nas provas.
- Você vai passar nas provas, tu é inteligente e já estudou um bocado.
- Mesmo assim.
- Vamo tomar uma banana split. - Jisoo puxa a mão da amiga em direção à sorveteria amarela com letreiro chamativo.
Para Lisa, as coisas não iam tão bem, estava tomando um chá de cadeira na espera para ser atendida. Ela continuava a revirar o celular de Rosé, lendo as mensagens que ela trocara com aquele número. Mesmo a menina dando permissão total para a amiga ler as mensagens, ela se sentia desconfortável ao xeretar uma conversa tão pessoal.
A garota absorvia todas as informações que ela poderia retirar daquele bate-papo, ao mesmo tempo que pensava em uma desculpa para fazer perguntas sobre o Babe. Ela já tinha pensado em várias mentiras, mas nenhuma parecia convincente o suficiente para que a empresa revelasse dados pessoais sobre o proprietário do número.
Quando chegou a vez de Lisa, ela se dirigiu ao atendente e mostrou seu sorriso mais atraente.
- Boa tarde, eu tô com uma situação complicada. - lisa retirou do bolso um pequeno papel com o número de Babe rabiscado e entregou ao homem à sua frente. - Já faz um tempo que uma amiga minha perdeu o celular dela, e a gente tentou encontrar de todas as maneiras possíveis.
O atendente checou o número de telefone e continuou olhando para Lisa, dando deixa para que ela terminasse a história.
- E aí a gente lembrou do número que ela usava no celular, ele não tinha nenhum tipo de senha, então se alguém tiver achado pode estar usando o número. Se for possível, o senhor pode rastreá-lo pra mim?
- É necessário um boletim de ocorrência, a Senhora fez algum?
Lisa gelou por alguns segundos, em todas as hipóteses que ela criou antes de inventar essa história, ela nunca tinha considerado um boletim de ocorrência na equação.
- Então, sobre o boletim. Não deu pra fazer porque o aparelho não foi roubado, nem furtado, ele foi perdido.
- Sem o boletim eu não posso rastrear o número.
- Por favor, esse número tinha contatos muito importantes.
Fora necessários alguns minutos de debate e conversa, Lisa estava torcendo para que ele não chamasse a polícia para levá-la.
- Tudo bem, eu rastreio a última vez que ele foi usado, mas não prometo nada.
- Muito obrigada.
Minutos de silêncio se passaram e o número foi finalmente encontrado.
- Ele foi desativado em 2017, em Los Feliz . Só posso te dizer isso.
- Tudo bem, muito obrigada.
Lisa se levanta e sai em direção à sorveteria que combinaram de se encontrar. Seus passos eram rápidos, seu cérebro trabalhava para assimilar as informações novas e tentar montar uma teoria sobre quem poderia ser o Babe.
De longe, a garota podia ver as amigas conversando em uma das mesas. Chegando de fininho ela se sentou em uma das cadeiras disponíveis.
- Como foi lá?
- Eu descobri algumas coisas.
- O que?
- O número foi desativado em 2017, e aparentemente o dono morava na Los Feliz .
- Como assim morava? Será que ele morreu?
Os olhos de Rosé saltaram com o comentário da mais nova.
- Como assim morreu? Será que ele morreu por minha causa?
- Calma gente ninguém morreu, eu acho. Eu disse morava porque de acordo com as conversas dele com a Rosé , ele pode estar morando aqui em Silver lake .
As duas pararam de falar imediatamente se inclinando na direção da amiga.
- Em algumas partes, o Babe diz que quer estudar artes na nossa universidade, e como o antigo número foi desativado, ele provavelmente trocou pra não ter mais contato com a Rosé.
A loira se encolheu ao ouvir tais palavras, era verdade que ela causou algum sofrimento nele, mas ela queria se desculpar e resolver o mal entendido.
- Nossas chances agora são, bem, investigar os alunos novatos de qualquer curso de artes da uni, e ver quem que nasceu em Los Feliz .
- A Tzuyu é presidente do grêmio, ela ajuda a gente com certeza. - Jisoo se esticou para trás e olhou para fora da sorveteria.
- É pode ser.
Rosé ainda permanecia calada, suas amigas estavam realmente muito empenhadas. Ela mal sabia o que diria se encontrasse o Babe de verdade. Ela não conseguia se imaginar em um relacionamento com outra pessoa, estava com medo de reencontrá-la e as coisas saírem do controle. Ou de machucá-la ainda mais.
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𝐉amais esquecerei de ti ༺ chaennie
FanfictionRosé acordou de um coma de três anos sem se lembrar de parte da sua vida antes do acidente, até que mensagens trocadas com um número desconhecido a fazem ir atrás de uma pessoa do passado que ela não sabe ao certo quem é. · · · · · · { © 𝐀𝐃𝐀𝐏𝐓...