Amor Proibido (Elos De Amor #1)

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Philippe

— Irmão? Vocês dois são irmãos? — pergunto, ainda sem conseguir acreditar que a mulher que eu pegava é irmã de um filho da puta estuprador.

— Por que tá tão surpreso, Ph? Não imaginava que eu me tornasse um risco pra você e sua putinha? — Julia diz, com um ódio notável em sua voz.

Bem, ela até que tem razão. Nunca pensei que a Julia, uma ex patricinha de condomínio, fosse me sequestrar junto com seu irmão.

Sempre acreditei que outros inimigos aparecessem, ou tentando me matar, ou matar a Thalita, nunca imaginei que pessoas do nosso passado surgissem querendo vingança.

Até achei que o Benjamin estivesse morto! Se soubesse que ele estava vivo, faria o possível pra eu mesmo acabar com a raça dele.

— O que vocês querem comigo? Já vou avisando que nada do que vocês façam vai me fazer abrir o bico.

Benjamin pega um soco inglês em uma mesinha que até então eu não tinha visto e vem pra cima de mim. Ele desfere dois socos em minha mandíbula, me fazendo cuspir sangue.

Quando ele está prestes a me bater de novo, Julia segura seu braço e diz:

— Antes de acabar com ele, vamos explicar o que queremos.

— Tá certo. Mas assim que acabar de explicar, quero ter um tempinho com ele. — Benjamin me olha com ódio puro — Tu vai ver como é bom mexer com a irmã dos outros!

— Sabe Philippe, eu sempre fui apaixonada por você. Desde que ficamos pela primeira vez, eu sabia que seria pra sempre. — a psicopata respira fundo e continua — Só que você nunca me tratou com exclusividade, eu era só mais uma em sua imensa lista.

“Por um tempo, acreditei que com nossa convivência você acabaria se apaixonando também, e viveríamos felizes juntos. Mas aí, aquela prostituta apareceu. Você deixou de querer me ver, só queria saber de transar com ela. Eu sabia que precisava acabar com ela, pois se eu não vou ter você comigo, ninguém mais vai ter! Então eu pedi ajuda pro meu irmão. Acabei descobrindo que a mesma vadia que tava destruindo nosso relacionamento foi a quem destruiu a vida do meu irmão.”

— Ela não fez porra nenhuma pro merda do seu irmão!!! ELE QUEM QUASE ESTUPROU ELA!!!! ELE QUEM ACABOU COM A VIDA DELA!!!! PARA DE SER UMA BURRA DO CARALHO E ENTENDA DE UMA VEZ POR TODAS!!! — Corto sua fala, desesperado que ela entenda que a Thalita não fez nada de errado pro desgraçado do irmão dela, mas sim ele fez.

— CALA SUA BOCA, SEU FILHO DA PUTA!!! — Claro que apanho por isso, mas não importa se eu acabe saindo morto disso aqui, o importante é que a Thalita fique bem e eles não façam nada com ela.

— Continuando, nós planejamos sequestrar a Thalita, assim ela pagaria por ter acabado com nossas vidas, mas é claro que você foi um alvo mais fácil! Tu moscou demais saindo do PPG sem proteção nenhuma e completamente distraído!!

“Assim, modificamos nosso plano. Você será nossa isca e fará com que a vadia da Thalita venha até aqui como um cachorrinho te salvar! E então... Ela morrerá sabendo que tudo isso foi culpa dela!!!!!”

— VOCÊS ESTÃO ERRADOS!!! ELA NUNCA VIRIA ME SALVAR!!!! ELA ME ODEIA E NÃO PERDERIA O TEMPO DELA VINDO AQUI ME SOCORRER!!!!! — grito desesperando, me balançando na cadeira, tentando a todo custo me soltar. Benjamin me bate de novo, várias vezes seguidas.

— SAI DAQUI, JULIA!! DEIXA EU ME RESOLVER COM ESSE DESGRAÇADO AQUI!!! — ele grita, depois volta a me bater. A cadeira onde estou amarrado cai e quebra, me fazendo sentir uma dor forte em meu ferimento.

Outros caras aparecem e então o pesadelo começa. Benjamin continua dando socos em meu rosto, enquanto um de seus capangas pega uma faca e rasga minhas roupas. Um outro capanga chuta minha costela, me fazendo fechar os olhos com força pela dor.

Mais socos e chutes e começo a fraquejar. Minha respiração falha, a dor em minha costela aumenta cada vez mais, meu rosto deve estar desfigurado e minhas roupas estão rasgadas e jogadas em qualquer canto desse cativeiro.

Então, uma dor gigantesca na barriga me faz urrar de dor. Perco minhas forças quando sinto a faca deslizando pela minha barriga até meu abdômen, rasgando minha pele.

Sinto o sangue escorrendo por meu rosto, minha vista ficando turva, apenas sei que estou apanhando mais, só não sei com o quê. Acho que levei uma facada na coxa esquerda, e outros cortes nas costas, mas não consigo me manter de olhos abertos.

A dor é insuportável, mas saber que sou eu aqui, sofrendo essa tortura ao invés da Thalita, me deixa mais tranquilo. Morrer para que ela se mantenha viva parece uma boa forma de partir.

Talvez eu devesse começar a pedir perdão pelos meus erros, e pra minha mãe por deixá-la sozinha com a Kathe. Ou até mesmo, começar a rezar pra que essa dor pare logo.

Nunca fui muito religioso, mas talvez seja o momento pra pedir proteção, não pra mim, pois sei que estou fadado a morrer a qualquer momento.

Que Deus proteja a Thalita e a minha família, para que nenhum deles passe por isso que estou passando, nem que eles corram riscos de sofrer uma tortura.

Abro os olhos por um momento, tentando focar minha visão a algo, mas não consigo. Sinto minha pele ser rasgada, meu rosto receber diversos socos e o tiro que recebi ser acertado com chutes.

Tento ao máximo lutar contra a escuridão que está prestes a me tomar, mas parece cada vez mais impossível me manter acordado.

Antes que eu apague completamente, rezo. Faço uma prece silenciosa e apenas em minha mente.

“Que a Thalita não venha me salvar. Ela não pode se colocar em risco por um cara como eu, que menti e a magoei. Não venha me salvar, Thalita... Por favor, não venha aqui. Fique segura aí, e não venha me socorrer.
Eu te amo demais, não posso correr o risco de te ver morrer!!! Fique segura, por favor.”

Então, minha mente escurece e eu apago completamente.