PRÓLOGO

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Cinque Terre, Itália, dia 13 de junho de 2014

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Cinque Terre, Itália, dia 13 de junho de 2014.

A primeira vez que presenciei a morte foi aos dez anos e agora, aos vinte e oito anos, tive a certeza de que a última tardaria a acontecer.

O cheiro de pólvora e de corpos queimados eram as únicas coisas que eu conseguia distinguir dentre todo caos que dominava tudo e a todos na medida em que meus homens agiam. O céu que muito se era elogiado como uma noite estrelada agora era pincelada por um véu cinza e sem vida, mas o que realmente foi impactante aos meus olhos era o grandioso mar com água cristalina da costa da Riviera Italiana ter se transformado em um mar vermelho em sangue dos corpos de inocentes que habitavam a região e que agora flutuavam - sem vida - sobre ele.

Meus dedos seguravam com firmeza a calibre 22 que se mantinha na mira do crânio do único homem além de mim que se mantinha vivo ao meio do fogo e dos gritos de agonia e desespero.

Esse poderia ter sido meu último dia de vida.

Esse deveria ter sido meu último dia de vida.

Mas para homens como eu, nascidos em famílias que não fazem nada além de encherem seus bolsos de ego, morte e ganância, o fim jamais seria considerado um acerto de contas.

Pelo menos era isso que minha mãe e irmão pregavam. Contudo, o mesmo homem que levantou a mão para assinar um tratado de paz entre as organizações criminosas, foi o mesmo que tratou de erguer a mesma arma que jazia em minha mão para tirar a vida das duas pessoas que eu mais estimava no meio de tanta selvageria.

Sergei Mikhailov.

O Capo di Tutti Capi da Bratva.

O homem acima de todos os chefes de famílias criminosas. Conhecido como o último homem a quem pudesse desejar como inimigo. O homem que havia construído a imagem de imbatível e intocável, mas que parecia apenas um velho mergulhado em sua insignificante existência enquanto se mantinha ajoelhado a minha frente, com seu sangue espesso pingando de sua boca e nariz na medida em que esses se mantinham fixos no chão.

Meus olhos queimavam em fúria. Sentia meus dedos formigarem tamanha a força que eu usava para comprimir a pistola em minha mão.

Nunca fui um homem que deixava com que as emoções tomassem conta de si. Posso dizer que é resultado de anos sendo depósito de uma boa educação baseada na eloquência e diplomacia - duas características importantes quando se vive ao meio de uma política estatal europeia e que é capaz de influenciar todas as outras.

Fale bem.

Vista-se bem

Comporta-se como uma pessoa de confiança.

E assim você se torna merecedor de tudo o que seja de bom na vida.

No entanto, até mesmo o mais sábio dos homens possui um limite e o meu foi testado não apenas uma, duas ou três vezes, mas o suficiente para que eu viesse a tomar a atitude que tomei e que não teria mais como voltar atrás.

Poder e Ambição [LIVRO 01]Onde histórias criam vida. Descubra agora