Quando a luz se foi

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POV AMAURY

Eu simplesmente não conseguia fingir costume com o destaque que Ramiro havia me proporcionado. Saber que eu havia sido escolhido no Prêmio Melhores do Ano como Ator Revelação enchia meu peito de orgulho e emoção. Não tinha como receber isso sem pensar em toda a minha trajetória. Em todas as vezes que eu andei de 2 a 3 horas porque eu não tinha condições financeiras de chegar até o teatro. Em tudo o que eu abdiquei correndo atrás de uma oportunidade. Em toda a dificuldade que eu vivi antes de receber esse "sim" tão significativo.

Meus olhos brilhavam olhando o palco e meu corpo se arrepiou inteiro quando meu nome ressoou pelo ambiente, recebi o troféu sentindo minha mente viajar, era como se eu estivese em um universo paralelo. Meu coração batia tão forte que eu quase conseguia contar cada batida. Respirei fundo algumas vezes, agradeci com um sorriso no rosto, me emocionei e encontrei ele no meio do público, como se nossos olhos tivessem um magnetismo intrinseco ao ambiente. Diego sorria como se ele mesmo houvesse ganhado o prémio, batia palmas com uma empolgação contagiante e limpava algumas lágrimas dos olhos de uma forma linda.

Os momentos seguintes passaram como um borrão, voltei a mim quando, após o programa, ele correu ao meu encontro, pulando no meu colo e me abraçando extremamente forte.

— PARABÉNS! Parabéns! Parabéns! Que orgulho de você, meu grande amor. Que orgulho!
— Você viu? Eu estava tão nervoso. Devo ter gaguejado.
— Você foi incrível! Foi perfeito! Amaury, foi excelente!
— Não vale, você não iria me criticar.
— Eu ficaria quieto, mas eu estou tagarelando, ou seja, foi incrível!

Sorrio beijando a cabeça dele e aperto a lateral da cintura, o ato faz ele pular um pouquinho mais do que deveria e isso me arranca uma boa gargalhada.

— Apertãozinho aqui?
— Em todo lugar! - Sussurro no meu ouvido.
— Oi Dona Érika - Abraço a mãe dele e ela me aperta forte.
— Oi meu querido, que orgulho de você!
— Muito obrigado, Dona Érika, esse prêmio é nosso. - Abraço ela com mais força.

Sou chamado para uma sessão de fotos com o prêmio e levo quase uma hora entre formalidades e cumprimentos. Converso com algumas pessoas do programa sobre o sucesso dos personagens e dou algumas entrevistas sobre o significado de ganhar a categoria revelação.

— Está liberado? Vamos embora? - Ouço Diego falar se aproximando enquanto eu bebo água, aceno concordando.
— Estou sim, vamos, claro. Vamos jantar?
— Óbvio, Amaury, temos que comemorar.
— Maravilha, sua mãe vem, né?
— Com certeza!

Caminhamos juntos pelos corredores em direção a saída e pedimos o uber direto para um restaurante que Diego havia escolhido. No banco de trás Diego conversa animado com dona Erika enquanto eu converso com o motorista do uber. O telefone de Dona Erika toca e ela conversa animada com a irmã.

— Sim, ele está aqui. Pode. - Ela toca meu ombro - Amaury, fala com a minha irmã, por favor?
— Claro! - Pego o telefone - Oi, querida.

      Ouço um "ai meu Deus, é o Ramiro mesmo" do outro lado e não consigo segurar a risada. Essa parte de ser reconhecido era extremamente gratificante e surpreendente.

— Agora eu sou o Amaury - Brinco - Como a senhora está?
— Estou ótima! Menino você precisa vir aqui para a Bahia, conhecer nossa cidade, eu faço um almoço pra você!
— Claro! Nós vamos, combino com a dona Bahia, nós vamos visitar a minha mãe lá na minha casa, agora a novela está acabando a gente vai ter um tempo, a gente sai, vai na praia.
— Pois pode colocar minha casa nesse roteiro também!
— Vamos colocar, vamos colocar. - Sorrio, o carinho que a família do Diego tinha comigo e a minha com ele era um presente ainda mais especial.

      A senhora cita pontos turísticos que poderíamos conhecer e fala empolgada sobre muitos lugares lindos e especiais da cidade dela, conversamos um pouco até Diego me cutucar com um "tá bom, né? Chega... vai ficar tricotando com a minha tia?". Damos risada e nos despedimos firmando uma promessa de que iriamos nos encontrar em breve.
      Ao chegar no restaurante o tempo parece voar, conversamos, rimos e nos emocionamos durante todo o tempo, na terceira bocejada de Dona Erika nós decidimos que era a hora de ir para casa, nos despedimos e seguimos cada um para a sua casa.
      Quando assisto ele se afastar parece que todo o brilho ao meu redor se afasta também, chamo o uber e ao entrar no carro vasculho meu celular olhando as redes. Assim que leio as primeiras mensagens e sinto meu peito apertar.

(N/A: alerta de gatilho)

"Eu vou te matar"
"Você não merecia esse prêmio"
"Viado do caralho, você não merece isso só por se esfregar na outra bichinha, pouca vergonha. Clara merecia muito mais"
"Ladrão, esse prêmio foi um roubo"

As mensagens chegam como uma avalanche de ódio, sinto minha têmpora doer e meu peito apertar.
As lágrimas descem como uma cachoeira.

— Meu Deus... - Respiro fundo sentindo as lágrimas pingarem no meu colo.

O nome de Diego brilha na tela do meu celular, ele já deve ter visto, as páginas de fofoca já repercutiam o ataque em massa. Minha respiração fica entrecortada de nervoso. Desligo o celular e soluço sentindo a dor de cada palavra perfurar o meu peito.

— Por que? - Sussurro baixinho.

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Boa noiteeee!
Trouxe mais um cap 🥹
E vamos de Dimaury se amando e apoiando.
Espero que estejam gostando🥹
Se quiserem algum pedido especial meu tt é o @azzlecc

Beijooo

Le

Eu estou aqui - DiMaury 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora