BULLY BRUISES || YANDERE MANJIRO SANO [MIKEY] {TD BR}

15||SE AFOGAR DE BOA VONTADE

Foi ela quem o deixou.

A sensação de vazio ao acordar de manhã sem o calor do corpo. Ele sabia em seu íntimo que você tinha ido embora. Tudo o que restou foi uma casa cheia de horrores e podridão seca.

Tora poderia dizer que sua alma se foi. Ele se deitou nos lençóis brancos e enrugados da cama que precisavam ser passados. Ele podia sentir seu cheiro no lado vazio da cama. Ele sentiu sua pálpebra se contrair e seu ombro começar a tremer pensando em você.

Eu estraguei tudo.

Quem estou enganando... Nunca tive chance.

Quem quer dormir ao lado de um monstro que a atingiu.

Ela nunca poderia me amar.

Ela me odeia.

Ela me odeia.

Ela me odeia.

O pensamento girava e girava na cabeça do moreno. O desejo mortal de se injetar e esquecer tudo que pulsava dentro dele. Sua cabeça mergulhou até o peito que batia rapidamente. Ele sentiu como se seu coração fosse explodir apenas com a pressão e o estresse em sua mente.

Ele, sem pensar, puxou a manga da camiseta onde havia cutucado e coçou o braço até sangrar. Ele fez isso de novo, passando por cima de cicatrizes que tentavam curar e arrancando a carne de seu corpo.

A dor o ajudou a esquecer momentaneamente. Mas os pensamentos negativos ainda nublavam sua mente.

Ela me deixou.

Ela me odeia.

Ela me odeia.

Eu sou um idiota.

Você perdeu a única coisa boa da sua vida.

Apenas se mate.

Morra, porra.

Apenas morra.

"UGH!"

Tora gritou de dor quando seus dedos afundaram em sua carne, arrancando a primeira camada. Suas unhas cravaram-se profundamente em seu braço, o sangue começou a escorrer de seu antebraço. Ele sibilou sugando o ar removendo as unhas e olhando para as crateras que deixou em sua pele.

Eu acertei uma veia?

Só posso esperar que sim...

Sangrar não parece ruim...

Tora saiu lentamente da cama, alguns pontos vermelhos pingando nos lençóis brancos. Ele franziu a testa segurando seu braço e olhando para os lençóis, ele não tinha ideia de como lavar os lençóis, como você costumava fazer.

Ele foi até a cozinha para lavar delicadamente o braço com água morna. Ele não ouviu nada além da água correndo batendo em sua pele.

Ele não ouviu você cantarolando.

Você clicando em panelas e frigideiras.

Você resmungando para si mesma sobre suas aulas.

Você respirando.

Ele não ouviu você.

...

Ele sentiu lágrimas escorrendo por seu rosto pensando em você e no que ele fez ao longo dos anos. Não demorou muito para que ele começasse a soluçar e desmoronar. Suas mãos seguravam sua cabeça sobre a pia para parar o tremor de seu corpo. O som de água corrente e soluços horríveis encheram a sala.