Capítulo 18

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Jungkook parece feliz ao me ouvir falar sobre ele ser o suficiente para mim. Tanto é, que seu próximo passo é segurar o meu queixo e iniciar um beijo calmo e romântico, com um toque mais gelado que o normal pelo sorvete que estamos comendo. E eu, sinceramente, me sinto mais leve com isso também.

Ser apaixonado por ele sem colocar para fora me pareceu sufocante desde o instante em que compreendi meus sentimentos. Jungkook já sabia, mesmo que eu tentasse a todo custo pensar em inúmeras coisas ao mesmo tempo para o confundir um pouco. No fundo, eu sei que ele sabe me ler como ninguém e que não posso fugir disso, porque nem ele mesmo pode.

— Eu sou muito sortudo por isso, Ji. — Ele profere, ainda segurando meu queixo, com carinho. — Porque você merece mais que alguém como eu, mas seu coração ainda assim encontrou um lugar para me abrigar. Além de feliz, também me sinto grato por ter essa honra.

Jungkook gosta de falar palavras bonitas, e elas me comovem quando vejo que há muito mais por trás delas. Jungkook é fechado em vários aspectos, e apesar de honesto sei que ainda temos segredos não partilhados. Mas assim como tive que entender que meus melhores amigos são vampiros que me amam ao ponto de me protegerem desde uma vida passada, também tento fixar em minha mente que tudo tem seu tempo e que o Jeon encontrará o melhor para me contar o que for preciso.

Nem tudo é necessário, afinal.

Enquanto ainda nos beijamos na sorveteria e em dado momento ele chupa meu lábio inferior, eu me sinto quente como noite passada e não consigo evitar de pensar no modo que seus dedos tracejaram linhas imaginárias por toda a minha pele, ou como ele beijou cada pedaço de mim com devoção e desejo.

Isso me faz ficar fraco, com tesão, e o meu vampiro favorito ri sacana enquanto paga por nossos pedidos, entrelaça seus dedos aos meus e se encaminha para fora do estabelecimento junto a mim. Dentro do carro, ele ainda mantém o sorriso de canto, mas seu olhar se torna ainda mais escuro e levemente avermelhado quando resolvo dizer:

— Eu quero fazer uma coisa. — Começo, engolindo em seco para munir forças e não pensar que posso estragar tudo com a minha vergonha.

— E o que o bebê manhoso deseja? — Ele provoca, girando a chave na ignição do carro.

Então, engolindo a minha vergonha e sendo observado de modo meticuloso por ele, eu digo:

— Eu quero chupar você enquanto você dirige.

Isso saiu muito melhor na minha cabeça do que pessoalmente, então por alguns segundos eu desejo ser uma tartaruga para me fechar dentro do meu casco. O jeito que ele morde a própria boca e quase engole um de seus piercings, no entanto, me faz ver que causei um efeito positivo nele.

— Você tem certeza? — É a única coisa que ele pergunta. — Porque eu anseio essa boquinha linda ao meu redor desde que você se interessou por mim, querido.

Um calor gostoso de desejo percorre meu corpo e mais uma vez me lembro dos seus toques. Eu nunca fiz isso, mas eu também nunca tinha tocado outra pessoa além de mim mesmo e, aparentemente, me saí muito bem. Logo, eu posso tentar, não é? Ele vai me guiar se eu fizer algo de errado.

Isso me lembra que Jungkook não costumava sentir prazer com outras pessoas, porque elas nunca o fizeram se sentir bem o suficiente. Mas eu o fiz gemer meu nome, eu o fiz pedir por mais, eu fiz com que ele se sentisse bem e relaxasse ao menos um pouco o corpo sempre tenso e preocupado.

Porque mesmo que ele sempre seja debochado e adore usar sarcasmo e ironia, Jungkook tem muito dentro de si, o deixando rígido de preocupações e até mesmo certos medos.

Mas eu posso ajudar a aliviar isso ao menos um pouquinho.

Jungkook parece sobrecarregado de luxúria, e com seus olhos amedrontadores que só me deixam com mais tesão, ele ainda me observa ao colocar o banco do motorista para trás. O suficiente para que meu corpo caiba entre suas pernas e ele ainda alcance os pedais para dirigir.

Evil In The Night | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora