Por deus o que ele estava fazendo ali? Eu não conseguia acreditar. Logo ele?! Ele trabalhava conosco, ele estava no meio policial tentando combater um crime e estava cometendo um. Eu não conseguia acreditar.
Peguei o celular no bolso de trás da minha calça e rapidamente arrastei a tela pra cima abrindo na câmera. Rapidamente a coloquei na direção em que Felipe e o Burrow estava e os filmei, mas antes passei a câmera em minha direção sibilando "ele está vivo". Filmei os dois calmamente, os observando através da tela do celular.
— Nós temos que ser rápidos em relação a isso! A ilha já está comprada, só falta Ana Flávia morrer para que todos nós recebemos a grana.
— Eu espero que os dez milhões estejam na minha conta quando isso acontecer! — Felipe disse um tanto que ríspido.
— Estará! Preciso que Alice mantenha aquele segredo muito bem escondido. Se não nos já éramos!
— Nada vai acontecer, tenho certeza que...
— Senhor Burrow? — reconheci a voz grave de algum homem adentrando a sala, fazendo assim que a fala de Felipe fosse interrompida. — A senhora Patricia está no telefone!
Observei Rodrigo abrir um sorriso um tanto que apaixonante enquanto se levantava sibilando um "Patricia". Felipe riu com a cabeça assim que Burrow saiu e se levantou indo até o carrinho de bebidas que tinha ali.
— Ah, caro Mioto, se você soubesse pelo menos da metade! — disse irônico, assim que apertei no botão para parar de gravar o celular fez um barulho fazendo que Felipe olhasse para a estante que eu estava com a testa franzida.
Engoli a seco e fechei meus olhos com força ao notar Felipe caminhar em direção ao móvel em que eu estava escondida. Por favor Deus, por favor! Eu implorava para que ele não me visse.
— Felipe, corre aqui! — uma voz fina soou fora do cômodo e reprimi um suspiro assim que abri os olhos e vi Felipe, ainda um pouco relutante, começar a caminhar em direção a porta da sala.
Assim que a mesma bateu soltei um longo suspiro vendo ali a minha chance de sair dali. Corri até a janela que havia ali, e silenciosamente a destravei. Apoiei minhas mãos no batente da mesma e impulsionei meu corpo fazendo com que eu conseguisse pular para o outro lado da casa. Assim que meus pés pisaram na grama corri em direção ao portão agradecendo por estar chovendo e o barulho da água abafar o som dos meus passos.
