O Caminho Azul Carmim

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Desde de pequena tenho meu caminho traçado
Um destino certo onde devo chegar em meio a vários caminhos emaranhados
Possibilidades além da vista
Mas meu caminho está marcado, colorido, azul carmim destacado
para não me perder em meios aos outros

Ao primeiro sinal de um obstáculo, a minha vista um grande monstro feito de espinhos negros, garras enormes e dentes maiores que meu próprio antebraço a ponto de sair da boca
O medo da derrota me preenche por inteiro
Pavor congelante fundo em meus ossos, minha alma tomada pela insegurança de não conseguir
Minha mente diz que se pedir por ajuda vou ser a causa da mais pura decepção

Crio um novo caminho, cinza e gradativamente vai ficando mais escuro
Com arvores altas e corpulentas e grandes pedras o bastante para que possa me esconder se eu ver um único vislumbre daquela ou qualquer outra criatura

O tempo se passa e o meu caminho agora quase tão escuro quanto os pelos da criatura que me persgue incansavelmente
Que já me fez me ocultar mais de mil vezes na floresta desnsa a ponto de perder a trilha e encontrar outra cada vez mais sombria
Meus pés já doem e mesmo ainda jovem meu corpo está cansado de fugir ao primeiro sinal da criatura

Está tão cansado que nem passos dou mais, simplesmente arrasto meus pés machucados pelo solo no chão de terra sem me importar com os galhos pontiagudos e as pedras afiadas
Minha mente agora tão assustada me prega peça atrás de peça me fazendo ver vultos e ouvir o som dele se aproximando apenas para me forçar a fugir
Minhas forças estão cada dia mais finitas e se esvaem rapidamente como o último feiche de luz do meu caminho.

Passos pesados correm até mim mas diferente das outras vezes sei que não há mais caminhos a seguir
Não tenho mais pra onde fugir e nem motivos pra correr, eu já estava morta a tempos mesmo que não quisesse admitir fugindo cada vez mais disso
Uma grande sombra paira sobre mim com enormes garras e pelos de espinhos
Levanto a cabeça aceitando meu destino inevitável mas não vejo mais o mosntro, agora vejo apenas... eu

Estou lamentável, pele pálida e sem vida, corpo magro com meus ossos escondidos apenas pela fina camada de pele, cabelo emaranhado cheio de folhas e galhos e cortes por todo o corpo causados pela própria floresta
Dou um passo prá tras pisando em algo molhado... água
Me viro para ver melhor o lugar onde estou e vejo meu próprio reflexo sob o leito do lago negro
Eu estava idêntica a versão que até agora pouco me perseguia... ao medo que por anos me seguiu incansavelmente até que eu mesma desisti da minha própria vida e deixei que me alcançasse
Estáva fugindo... de mim

Meus pés começam a afundar na escuridão do lago o desespero me toma novamente
Grito até meus pulmões arderem pela ajuda do monstro, mas ele continua lá
Me olhando inexpressivo, então entendo, eu desisti de tudo quando não o enfrentei e segui o meu caminho inicial, quando descidi fugir ao invés de simplesmente pedir ajuda, agora estou colhendo o fruto de todo vazio que eu plantei
Até tudo acabar e nada restar, nem mesmo a vida
Vejo sob a água o mostro na superfície sumir aos ventos e uma critura realmente assustadora com uma foice em mãos surgir em seu lugar enquanto me afogo lentamente
E então tudo acaba...
Se eu tivesse pedido por ajuda no começo de tudo...
Seria diferente?

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⏰ Última atualização: Jan 15 ⏰

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