Entre Céu e Inferno: Renascimento Celestial

Capítulo 2

O nascer do sol pintava o céu com tons suaves de rosa e laranja, iluminando a cidade adormecida. Aziraphale acordou com a luz suave que se filtrava pelas cortinas, lembrando-se do dia anterior e das palavras trocadas com Crowley. Uma mistura de nervosismo e esperança pulsava em seu peito enquanto ele se preparava para enfrentar o novo dia.

Ao descer as escadas da livraria, Aziraphale notou a atmosfera tranquila do lugar, A cafeteria de Crowley ainda estava fechada, mas o cheiro de café fresco pairava no ar. o anjo sabia que havia muito a ser resolvido entre eles, mas a decisão de tentar novamente estava tomada e o lorde não iria mudar de ideia tão cedo. Ao chegar à rua, Aziraphale avistou Crowley do outro lado da calçada, mexendo em algumas plantas em frente à cafeteria. O demônio ergueu os olhos e encontrou o olhar de Aziraphale por um breve momento antes de desviar o olhar.

"Bom dia, Crowley", disse Aziraphale, tentando quebrar o gelo da manhã.

Crowley levantou uma sobrancelha, sem dizer uma palavra. Seu rosto ainda carregava resquícios da tensão da noite anterior.

Aziraphale respirou fundo, decidido a manter a calma. "Eu pensei que poderíamos tomar café da manhã juntos. Para começar o dia de forma... civilizada"

O anjo gesticulava e gaguejava como sempre fez quando esteve nervoso ao longo da eternidade de sua existência e Crowley claramente notou o nervosismo de Aziraphale, mas não estava com cabeça para lidar com ele no momento. O demônio tinha tantas preocupações com uma filha adolescente, um café e sentimentos mal resolvidos e guardados por 6 mil anos. "Agora não, anjo"

Aziraphale baixou o olhar por um momento, sentindo a rejeição silenciosa de Crowley. Ele não sabia se deveria insistir ou deixar Crowley absorver tudo no seu próprio tempo, pois sabia muito bem do temperamento do ruivo e não queria complicar tudo mais do que já estava complicado. "Tudo bem, Crowley, posso passar aqui mais tarde para conversarmos?"

O demônio nem se deu ao trabalho de olhar para o anjo ao dizer "Não, não pode". Crowley levantou e entrou em sua cafeteria e começou a arrumar o local para receber seus clientes, ao olhar para a escada teve a visão de sua filha parada no último degrau vestida com um short curto jeans e um moletom vermelho com o rosto do Seu Sirigueijo. Seraphina estava descendo para ajudar o seu pai quando o viu falando com o homem loiro estranho, mas achou melhor esperar seu pai dentro da cafeteria, pois ele não estava com uma cara tão boa. "Sera, filha, pode ir ligando as máquinas e organizando o balcão enquanto eu organizo as mesas e vitrine?", "Claro, pai, precisa de mais alguma coisa ou é só isso até o momento?" Crowley balançou a cabeça negativamente e os dois começaram a arrumar o local.

Nesse tempo de arrumação dos demônios, Aziraphale já estava de volta a sua livraria conversando com Muriel e pedindo conselhos para sua amiga. "Eu não entendo o que está acontecendo, Muriel, eu sempre soube o que fazer quando chateava Crowley, mas não vejo saídas no momento. Estou com medo de perdê-lo para sempre", Aziraphale estava entrando em desespero e Muriel sentia vontade de rir, mas resolveu ficar quieta e ajudar o amigo necessitado "Aziraphale, você precisa entender que Crowley não é como os outros. Ele tem um pavio bem curto e, quando está irritado, é melhor não forçar a barra."

O anjo assentiu, preocupado, mas determinado a encontrar uma solução. "Eu sei, Muriel, mas eu sinto que precisamos resolver isso agora. Não posso suportar essa distância entre nós." Aziraphale afundou na poltrona e observou o lugar a sua volta enquanto tentava manter a calma; A sala de estar da livraria era um lugar rústico, com móveis em tons terrosos. Um sofá confortável encostava-se a uma grande prateleira repleta de livros. Uma mesinha de centro ocupava o espaço entre o sofá e duas poltronas aconchegantes do outro lado, criando um ambiente acolhedor. As cores predominantes eram marrom escuro e bege.