Capítulo 1

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A relação entre Crowley e Aziraphale nunca esteve tão complicada. Há 16 anos, Aziraphale ganhou o cargo de arcanjo supremo, após uma noite na cama de Crowley. O que o ser das trevas não sabia era que o anjo passou a noite desejando mais coisas além do corpo do demônio, Aziraphale desejava mais um motivo para ficar na Terra. Na cabeça do arcanjo, ele não tinha tantos motivos para continuar no planeta por conta da ilusão de que realmente seria capaz de fazer alguma diferença nos planos inefável do todo poderoso, Aziraphale caiu como um patinho na palma de Deus e viu as consequências de suas ações quando seu coração chorava e martelava querendo voltar para os braços do, agora, Lorde do Inferno Crowley.

O demônio decidiu inovar, estava tão apegado aos humanos que criou uma base na Terra para continuar na vida mundana e ainda conseguir cumprir seus deveres como lorde. Crowley passou anos pensando na única noite em que pode demonstrar tudo o que sentia pelo seu anjo, tanto pensou nisso que não conseguia ver de onde tinha vindo uma pequena menina que apareceu na sua porta 7 meses depois da ida de Aziraphale para os céus. Uma menina de aparência tão angelical, com cabelos ruivos e olhos verdes. O lorde decidiu criar a garotinha e deu o nome de Seraphina Darkening Crowley, ambos passaram esses últimos anos morando em uma cafeteria que outrora fora da amiga de Crowley, Nina.

Agora, no presente, Aziraphale foi expulso do cargo de Arcanjo supremo por dar uma sugestão alternativa ao Metatron e o mesmo viu com maus olhos a ideia de seu subordinado e o designou a voltar para a vida mundana já que não era mais digno de ser o segundo com mais poder no céu. E na descida daquele elevador, a anjo só conseguia pensar em como iria encarar seu demônio novamente; Aziraphale estava ciente da promoção de Crowley, pois manteve contato com Gabriel após a novela dele e de Belzebul e o antigo lorde manteve contato com seu sucessor após esses acontecimentos (pode-se dizer que virou uma corrente de fofoca entre os quatros celestes), e estava pensando se devia o parabenizar pelo novo cargo ou se devia pedir desculpas pela discussão na manhã em que foi embora ou correr de volta para os lábio do ruivo ou ent se preparar para ver a imagem do seu amor seguindo em frente com outra pessoa.

Eram apenas 16hrs e o ex-arcanjo estava surtando internamente olhando para a fachada da sua antiga livraria que agora pertencia ao anjo Muriel (que adotou os pronomes femininos para não confundir os humanos) e voltava a pertencer o mesmo agora que tinha voltado para o plano terrestre. Aziraphale entrou dentro da livraria e foi invadido por uma sensação de nostalgia ao olhar para o lugar onde passou quase um milênio de sua existência, porém ficou com o coração apertado ao ver que o lugar havia passado por diversas mudanças "Muriel" ,chamou o anjo por sua colega, "Muriel, sou eu, Aziraphale", ao escutar sons vindo da andar de cima, Aziraphale automaticamente virou para a escadaria em espiral e viu uma figura esbelta com calças cargo meio largas de cor bege e com uma regata branca por debaixo de um moletom areia por cima e aberto até a barriga, "Senhor Phale É o senhor", perguntou a amiga de cabelos longos ondulados, "Sim, sou eu, eu voltei para morar aqui em Londres com vocês novamente".

Aziraphale estava parado no meio da livraria, observando Muriel enquanto ela continuava a explicar as mudanças que havia feito no lugar e que aconteceram no plano mortal. Ele sorriu educadamente, tentando prestar atenção no que Muriel falava, mas sua mente estava em outro lugar. Aziraphale ocasionalmente seus olhos vagavam para a escadaria, esperando a aparição de Crowley a qualquer momento. Aziraphale imaginava se o demônio teria sentido a presença dele chegar na terra e ainda mais na livraria que era frente a cafeteria de Crowley.

Enquanto isso, do outro lado da rua, na cafeteria que também era a residência de Crowley e Seraphina, a garota estava ocupada organizando as amostras de doces e salgados que ficavam no caixa do local. Ela era uma mistura intrigante de anjo e demônio, com cabelos ruivos que pareciam chamas suaves e olhos verdes que refletiam a dualidade de sua linhagem celestial. Já Crowley estava servindo alguns clientes do lado de fora quando se deparou com a imagem de seu mais antigo amigo e ficou completamente parado, com mil pensamentos surgindo e com antigos sentimentos vindo à tona novamente. O demônio não sabia lidar com o que estava vendo e só saiu do seu transe quando escutou o grito de sua filha o avisando que mais pedidos precisavam ser entregues. O lorde decidiu que assim que terminasse de entregar os pedidos, iria até a livraria de Muriel e veria se de fato seu amor retornou ou se estava começando a ter esquizofrenia de tanto tempo com Muriel.

Entre Céu e Inferno: Renascimento CelestialOnde histórias criam vida. Descubra agora