A PRESA.
"𝘊𝘰𝘮𝘰 é 𝘣𝘰𝘮 𝘴𝘦 𝘴𝘦𝘯𝘵𝘪𝘳 𝘦𝘮 𝘤𝘢𝘴𝘢 𝘯𝘰𝘷𝘢𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦." Isso é tudo o que minha mente consegue ecoar.
De repente sinto uma vibração no bolso da minha calça, retiro o aparelho e olho sua tela fria e superficial. "𝗞𝗔𝗧𝗜𝗘" , deslizo a tela e atendo sua ligação.
— Callie? - A voz de tom médio me chama.
— Oi Kat! - O entusiasmo se faz presente em minha voz.
— Oh céus, não me diga que você já chegou?
— Sim, cheguei a apenas algumas horas. Nossa Kat, eu preciso desesperadamente te ver garota! - Exprimo.
— Eu também Callie, estou morrendo de saudades. Assim que sair do trabalho eu irei correndo até aí, ok?
Afirmo com a cabeça, mas instantaneamente lembro que ela não está vendo isso.
— Ok Callie? - Ela reafirma.
— Ah.. desculpa, claro vou estar ansiosamente a esperando. - Dou a última palavra e desligo a ligação.
❞︎❞︎❞︎
O casarão Sanches é bem grande, então vai demorar alguns dias para mim limpar toda essa sujeira acumulada, mas Katie vai me dar uma mãozinha, então não vai dar tanto trabalho assim.
Saio do casarão e vou em direção ao meu Monza. Me dirigo até o porta-malas e retiro todas as bagagens que trouxe, uma a uma. Com dificuldade coloco todas as malas no quarto principal da grande casa. O antigo quarto da vovó.
O quarto é todo decorado com uma atmosfera meio sombria e estética peculiar, com paredes revestidas de papel de parede com padrões geométricos em tons escuros, de marrom e verde musgo. Móveis de madeira escura, com linhas simples e pés palito, ocupam o espaço, enquanto cortinas pesadas de veludo em tons profundos bloqueiam parcialmente a luz, criando uma aura misteriosa. Adornos retrô, como uma lâmpada de pé com abajur de fibra de vidro e um toca-discos vintage, completam a atmosfera única desse quarto.
Esse concerteza é um dos meus cômodos favoritos desse casarão.
Jogo as malas em um canto qualquer e vou em direção a cama. Me deito sobre ela e olho para o teto. Ainda não acreditando o quanto esperei por estar de volta nesse lugar e finalmente estou novamente. Que incrível.
Subitamente me lembro que aqui ainda não há nada o que comer. Então decido ir dar uma volta pela pequena cidade e ir a algum supermercado comprar suplementos para me manter viva.
Me levanto e vou em direção a porta, desço a grande escadaria que dá acesso a sala central e saio pela porta principal, tranco-a assim que saio.
Me dirigo até o Monza estacionado a minha frente, adentro e dou partida.
❞︎❞︎❞︎
Vou passando por Ravenwood e observo cada detalhe, às casas, as pessoas, e absolutamente nada mudou, são às mesmas da minha infância. Que bizarro.
Dirigo mais um pouco e estaciono em um pequeno estabelecimento. Assim que saio do carro, sinto uma mão em meu ombro. Prontamente olho a mão agarrada ao meu ombro e olho por cima do ombro.Sarah. Sarah Listing.
Ela é irmã do meu namoradinho de infância. Georg Listing.
A loira me dá um sorriso falso e Indaga.
— Você voltou?
"𝘝𝘰𝘭𝘵𝘦𝘪 𝘴𝘪𝘮 𝘷𝘢𝘥𝘪𝘢." É o que eu penso. Mas infelizmente sou educada demais para me referir a alguém dessa forma.
— Sim. Acabei de chegar na cidade. - Um sorriso falso se faz presente em minha face.
— Olha que legal. Bem-vinda de volta!
— Obrigada! Mas agora se me der licença eu preciso realmente ir. - Informo a mesma.
— Ah.. ok. Não quero tomar seu precioso tempo! Nos vemos depois Callie. - Diz me olhando dos pés a cabeça.
Apenas saio afirmando com a cabeça.
Em seguida entro no pequeno estabelecimento, e cumprimento a senhora que estava de trás do caixa.
Logo vou ao corredor de alimentos não perecíveis, e escolho os ítens necessários. Assim que termino, repentinamente eu me esbarro com um homem no corredor. Um homem alto, com barba, e cabelos presos em um coque baixo, com argolas em suas orelhas e um piercing labial. Ah, e duas tatuagens em sua mão direita. Uma âncora e um horário, 06:20 para dizer mas precisamente.Um cara muito atraente por sinal. E sim, eu reparei todos esses detalhes só por esses 5 segundos que estou no chão olhando para ele.
Com o impacto eu caí, e consequentemente todos os meus ítens caíram junto a mim. "𝘔𝘢𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘥𝘳𝘰𝘨𝘢, 𝘦𝘭𝘦 𝘯ã𝘰 𝘷𝘢𝘪 𝘮𝘦 𝘢𝘫𝘶𝘥𝘢𝘳 𝘢 𝘭𝘦𝘷𝘢𝘯𝘵𝘢𝘳?".
De repente ele se curva para mim e me oferece a sua mão como apoio para me levantar. Eu a agarro e consigo me levantar, rapidamente arrumo meus cabelos que caíram sobre meu rosto com o impacto da queda. O homem se agaicha e pega os itens que caíram junto a mim. Ele os pega de uma só vez com suas mãos grandes, e me entrega.
— Aqui. - Ele diz.
Assim que escuto sua voz eu o olho nos olhos, e porra. Que olhos! Um par de olhos castanhos perfuram os meus olhos verdes. E estranhamente e como se o olhar dele conseguisse ver todos os meus malditos pecados. Um caçador. Ele parece um maldito caçador.
Desajeitadamente eu pego os itens de suas mãos e corto o clima de tensão nos nossos olhares.
— É.. obrigada! - Exclamo timidamente.
— Não me agradeça. - Ele diz em um tom seco.
O homem me olha uma última vez, e vai em direção a saída do estacionamento. O observo através da grande parede de vidro do estacionamento e o vejo entrar em um Mustang. Se passam apenas alguns segundos e ele dá partida. Como se estivesse apressado para resolver algum problema ou algo assim.
Assim que ele saí, me dirigo até o caixa e pago as coisas que comprei. Mas antes, me vêm a curiosidade de perguntar a senhora quem era aquele homem que acabou de sair. Nunca o vi aqui, e isso é estranho. Por que conheço todos de Ravenwood, afinal passei parte da minha infância aqui e minha família é uma das mais famosas da cidade. E Ravenwood não é uma cidade de receber visitantes.
— Oi, você sabe me dizer quem é o homem que saiu daqui a alguns minutos atrás?
— Ah sim, eu não o conheço senhorita, ele é novo por aqui. Ele não é muito de frequentar esse estabelecimento, vem aqui uma vez ou outra.
— Ah, obrigada pela informação. - Dou um leve sorriso para a senhora e saio com minhas compras. Vou em direção ao meu carro e coloco as compras no porta-malas. Depois abro a porta do carro e entro no meu assento. Dou a partida e saio do local.
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𝐌𝐘 𝐒𝐇𝐀𝐃𝐎𝐖 - Tom kaulitz
Mystery / Thriller⚠️ Recomendado para maiores de 16. Ele observava cada movimento dela, escondido nas sombras. Seus olhos fixos, cheios de uma obsessão doentia, acompanhavam cada passo que ela dava. Era como se ele a conhecesse profundamente, mesmo sem nunca terem s...