02.

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A PRESA.

Saio do quarto carregando algumas malas e bolsas, até que sinto uma mão me segurar forte.

— Mas que diabos? - Eu rapidamente me viro e vejo minha mãe segurando as minhas malas, deitando-se no chão aos prantos.

— Callie, por favor, não vá. - Diz ela com lágrimas escorrendo pela sua face, borrando sua maquiagem barata.

Em um movimento brusco, eu agarro as malas e tiro as mesmas de suas mãos.

— Eu já avisei mãe, não adianta querer me impedir! - Eu miro em seus olhos lacrimejados.

A mulher se levanta lentamente do chão onde estava jogada sobre as minhas malas e se direciona até mim.

— Eu tentei, Callie, mas enfim. Se algo de ruim te acontecer, eu não quero ver você arrependida na minha porta implorando pelo meu perdão. Você ouviu? - Diz a mulher direcionando seu dedo indicador a minha face.

Eu apenas reviro os olhos e saio descendo as escadas até a sala. Olho em volta e vejo o meu pai sentado no sofá que fica bem ao centro da grande sala de visitas. Me direciono até o mesmo.

Logo ele me olha e vem em direção a mim.

— Oh minha princesa, eu vou sentir saudades... - Diz me dando um abraço consideravelmente forte. — Saiba que eu estarei sempre aqui para o que você precisar, ok?

Nos afastamos do abraço e olho em seus olhos.

— Obrigada pelo apoio pai, eu também sentirei muitas saudades. - Meus olhos começam a lacrimejar, e dirijo minhas mãos até eles limpando o líquido que estava prestes a rolar pela minha face pálida.

— Mas vamos pensar pelo lado bom... Ravenwood é só daqui a 5 horas daqui. Você pode ir me visitar nos finais de semana, Papai.

— Claro minha querida, eu sempre irei visitá-la, nem acredito que minha princesinha vai morar sozinha agora.

Eu apenas o olho uma última vez e saio pela porta. Vou em direção ao carro que estava em frente a casa, abro o porta-malas e coloco as bagagens. Logo depois vou em direção ao banco do motorista e olho para a porta da casa a minha frente, dou um aceno a meu Pai e entro no carro.

"𝘝𝘢𝘮𝘰𝘴 𝘭á 𝘊𝘢𝘭𝘭𝘪𝘦, 𝘢𝘨𝘰𝘳𝘢 é 𝘶𝘮 𝘯𝘰𝘷𝘰 𝘤𝘰𝘮𝘦ç𝘰..."

Meus pensamentos afirmam para mim, e eu definitivamente quero acreditar que sim.

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"Uau... como é bom estar de volta." - Este pensamento invade minha mente assim que estaciono no grande Casarão Sanches. Uma onda eletrizante de adrenalina e nostalgia invadem instantaneamente meu corpo, causando leves arrepios.

Saio do meu Monza, e logo a brisa gelada penetra sobre minha face e apodera-se sobre todo o meu corpo.

Caralho como eu amo essa sensação.

Dou uma boa olhada ao meu redor e só o que consigo ver são as imensas árvores com seus galhos sem vida alguma, apenas alimentando mais ainda a vibe de terror que aquele lugar passa.

Volto o meu olhar para o Casarão a minha frente, e em seguida vou em direção a varanda, subo os degraus e a cada passo um rangido era perceptível na madeira da pequena escadaria. Me dirijo até a grande porta que se localizava a minha frente e instintivamente tiro as chaves da grande casa do pequeno bolso do meu casaco.

Assim que retiro as chaves do bolso, sequencialmente às encaixo na fechadura enferrujada, e com um pouco de dificuldade consigo abrir a porta a minha frente.

Logo adentro a grande sala central. Um ar de antiguidade e poeira invade minhas narinas. E consequentemente espirro com o contato do ar da grande sala. Um mix de sentimentos invadem o meu peito, mas especificamente, Nostalgia e Saudade.

Mal retornei e já sinto que nunca saí desse lugar, é como se sempre uma parte minha estivesse tido aqui esse tempo todo.

𝐌𝐘 𝐒𝐇𝐀𝐃𝐎𝐖 - Tom kaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora