A Ilha Katãn

Uma nova jornada

— Amália! — uma voz grave gritou do outro lado da parede de madeira.

Acordei assustada, olhei para o lado mas Thalia já não estava mais ali.

Quando sai para fora, Gube estava montado no dragão cristal, Thalia estava com suas adagas nas mãos e ajeitando a franja que caia em seu rosto. Safira estava no tamanho de uma garota normal, ajeitando uma bolsa feita de gravetos e folhas de bananeira.

“Legal.. não era apenas um sonho maluco” Pensei com desânimo estampado em meu rosto.

— Eu consegui fazer as sementes da flor, vamos todos juntos.

— Como se fosse possível entrar no vilarejo com esse dragão imenso. — retrucou Thalia, olhando para a fada com a cara emburrada.— É sério mesmo que todos vocês vão?

— Quem vai plantar a semente e fazer ela crescer em menos de cinco minutos? - disse a fada. - Vocês precisam de magia pra isso, coisa que vocês ainda não conseguiram usar.

— Fada desgraçada. — retrucou Thalia.

— Esse é o plano. — interrompeu Guber — Vamos todos juntos para salvar a ilha dos humanos. Não podemos nos separar fora daqui.

— Essa flor que criei cresce no centro da terra, ou seja, ela não vai subir pro solo mas sim descer. É como se ela fosse apenas raízes. — explicou Safira, juntando os cabelos verdes.

Nesse ponto já estava tudo arquitetado para salvarmos o vilarejo, estava tudo planejado perfeitamente.

Subimos no dragão Cristal e fomos em direção ao vilarejo.

— Eu e os quatro seres elementais nos reunimos enquanto estavam dormindo para falar sobre o treinamento de vocês, mas primeiro temos que salvar o vilarejo. — disse Gube com ansiedade em sua voz.

— É a primeira vez que vou em um local onde só habita humanos!

Safira e Gube estavam claramente ansiosos para conhecer a ilha dos humanos, como eles mesmo chamavam.

E nessas horas que me pergunto o porquê deles não terem ido antes.

— É o que vocês decidiram? — perguntei.

— Não muito, primeiro temos que saber quais são os elementos que vocês duas dominam. — disse Safira. — Todo ser mágico tem um elemento o qual ele domina, esse elemento os ajuda com seus afazeres. Eu por exemplo sou um ser elemental do ar, mas também consigo dominar o elemento da terra e isso é bem raro, porém sou uma fada do campo então justifica um pouco eu ter esses dois elementos e foi por isso que me tornei uma Elemental.

— Entendi. — respondi.

— Qual elemento eu devia dominar em? — perguntou Thalia entusiasmada. — Espero que seja o fogo!

Não demoramos muito para chegar até o vilarejo, e já conseguimos ver a imensidão e a intensidade do breu.

— Não está dando pra ver nada…

— Nem sequer uma casa. — completou Thalia me olhando com os olhos cheios de lágrimas.

Nesse momento a tensão subiu, minhas mãos começaram a soar frio e aquele clima de terror começou a surgir entre Thalia e eu.

O dragão nos deixou na trilha e com um só passo a escuridão caiu sobre nossas cabeças.

Safira então tira da sua bolsa uma bola estranha, era como um cristal e cabia na palma de sua mão. Esse pequeno cristal começou a brilhar como se fosse o próprio sol, assim iluminando todo o caminho.

Caminhamos um curto período até começarmos a ver um pouco do vilarejo.

Uma cena de horror..

Tinha corpos de homens, mulheres e crianças. Todos sem vidas, muchos como uma folha seca no chão.