capítulo 4 💜

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Termino de limpar os ferimentos, passo antisséptico e por último a pomada.

— Prontinho. — digo me levantando da cama.

— Obrigado Léo. — ele se levanta também. — aceita comer alguma coisa?— ele pensa. — Já tá tarde...— resmunga.— vou pedir uma pizza!

— Não preci... — ele nem me escuta e sai já ligando pra pizzaria.

Alguns minutos depois ele volta.

— Daqui a pouco chega. — ele sorri e me chama pra sala. — senta ai. — ele me puxa uma cadeira. me fala mais sobre você.

— Bom o que quer saber? — pergunto me encostando e cruzando as pernas.

— É daqui mesmo?

Faço um resumo da minha vida extraordinária, conto um pouco sobre como vim parar aqui e o que passei quando fui expulso de casa... Quando termino ele está me olhando de boca aberta.

— Uau! E eu que achei que minha vida foi difícil. fala sem graça e me olhando com pesar.

— O que aconteceu com você? sou muito curioso.

— Quando tinha dezesseis anos minha mãe me pegou trepando com o seu namorado. Me expulsou de casa, só que não me deixou desamparado igual tua família. Pagou meu aluguel durante um tempo, até me deixar de lado por definitivo. — ele conta com naturalidade como se não fosse nada.

— E você se arrepende?

— Que nada! — diz movendo as mãos.— Faria denovo, sem dúvidas. É uma idiota iludida com um cara mais novo que ela. E sabe o que é mais interessante? — me pergunta.— ela tá com ele até hoje. Como se a culpa fosse só minha. — ele ri triste. — até hoje ele me liga, me chama pra sair. Só que não tô afim sabe? Conheço caras que fode melhor que ele.

Antes de eu dizer qualquer coisa a campainha toca e ele vai atender voltando em seguida com duas caixas de pizza na mão.

Não me lembro a última vez que comi pizza. Minha boca chega a salivar.

—Bora comer?— pergunta já se sentando e abrindo uma das caixas. — só vou buscar a coca, mas fica a vontade.— poucos instantes ele volta com a coca, gelo e limão.

Começamos a devorar tudo enquanto conversavamos trivialidades. Quando acabo, me ofereço pra lavar o que sujamos e ele nega. Digo então que vou embora, mas ele diz que está tarde e é perigoso ficar esperando ônibus. Então me oferece pra dormir ali, aceito porque está tarde mesmo pra eu voltar sozinho e a pé. Ele me leva até um quarto e me empresta um short simples, escova nova e toalha de banho. Entro no banheiro e relaxo debaixo da água quente. Que delícia! Dá vontade de não sair nunca mais... Fico ali uns vinte minutos.

Ele disse que posso aproveitar não é? Termino e saio de lá a procura dele. Quando estou chegando perto da sala escuto uma conversa no mínimo interessante.

— ...Claro! Eu, você e quem mais? Lógico, hahaha palhaço! Que horas? Ok! Mesmo hotel? Beleza. Chego aí antes até. Valeu! Beijos molhadinhos na bundinha hahaha.

Quando desliga ele se senta no sofá e liga a televisão. O que eu acho mais interessante, é que até agora ele não vestiu uma roupa. Continua só com a toalha. Bom, isso não é da minha conta.

— Oi. — falo baixo e sem graça.— acabei.— ele se vira e me olha sem pudor algum demorando um pouco a mais no meu peito nú.

— Senta ai, fica a vontade. — ele me dá espaço do seu lado.

—Assistindo o que? — olho pra tv interessado.

— Exorcistas do Vaticano. — ele aumenta um pouco o volume. — já assistiu?

— Não. —falo sem graca. Tem tempos que não assisto filmes. — minha televisão só pega o sinal da rua e isso aí com certeza é Netflix. — falo apontando com o queixo pra tv.

— É sim. —ele balança a cabeça. — Tem muitos filmes, documentários, séries... Nem sei o que assistir às vezes, é muita opção.

Nos calamos e começamos a prestar atenção no filme. Quando termina, Coronado tá quase se mijando de medo. Começo a zoar ele que fica zangado e se levanta dizendo que vai dormir.

Me deito e começo pensar na vida antes de pegar no sono. Já passei por tantas coisas... e tipo eu não posso reclamar tanto. Há quatro anos atrás quando vim pra cá, quais as probabilidades que eu tinha de ser roubado? estuprado? morto? Todas! — penso. Nunca tinha visto o cara e eu entro no carro pra andar quase quinhentos quilômetros com ele. E agora? Tô dormindo na casa de um cara que conheci há poucas horas e que me parece ser gente boa. Será que sou irresponsável por confiar em alguém só porque me parece legal? Sim, muito! Mas... Eu sempre acabo fazendo alguma coisa que só depois que estou dentro da situação paro pra pensar... Isso é fato!

Quando acordo no outro dia já são quase dez da manhã. Caralho! Daqui a pouco tenho que ir trabalhar. Levanto assustado e quase caio da cama. Vou no banheiro, lavo o rosto e visto minha roupa saindo do quarto pra procurar ele. Vou na sala e quando estou chegando na cozinha encontro uma mulher. Deve ter uns trinta e cinco anos, morena, cabelos pretos, parece uma índia.

— Bom dia! — chamo sua atenção pra mim.

— Bom dia! Você é o...— ela me analisa tentando se lembrar.

— Leonardo. Tô procurando o Coronado. — olho para os lados sem graça, pois ela continua me secando.— ele já saiu? — ela ri e balança a cabeça em negação.

—Ele não está no quarto? —pergunta. — ele não levanta antes... olha no relógio.— de uma da tarde de jeito algum!

Nossa! Uma da tarde já estou trabalhando faz tempo.

— Vou lá me despedir dele. — sorrio e aceno.— obrigado. — ela me manda um beijo e me viro indo em direção ao seu quarto.

Chego lá bato na porta e nada.

Quando giro a maçaneta ela tá aberta. Entro com cuidado sem fazer barulho, o quarto está um breu. Chego perto da cama e quase desmaio!

Ele tá pelado e de bunda pra cima. E que bunda! Grande com a marca clarinha da sunga.

— Ei.— dou uma leve balançada no seu ombro. — Coronado? Acorda! Tô indo embora.

— Tá bom, tá bom. — resmunga.

— Obrigado por me deixar dormir aqui, a gente se esbarra por aí. — falo mas ele não dá a mínima. Fico esperando uma reação mas nada. Chego perto dele e dou um empurrão forte, aí sim ele me nota.

— Que porra! Tá louco? — fala com raiva. — Que saco!

— Calma aí. — falo sem graça. — tô te chamando e você nada de responder. — respiro fundo. — tô indo embora, só vim me despedir. — ele olha pra mim e fica sem graça pela sua explosão.

— Desculpa, mas isso são horas de me acordar? Não gosto de levantar cedo. — diz de mal humor.

— Olha... vou indo! Quem sabe a gente se esbarra por aí? — falo já saindo em direção a porta. Mas me assusto e paro quando ele se levanta pelado sem pudor algum e segura meu braço.

Faço um esforço sem lógica pra não olha seu pau que mesmo flácido é grande.

— Me dá teu número pra gente se ver de novo.— ele sorri.— gostei de você Leonardo... — fala se virando de costas pra mim pegando o celular.

Ele anota meu número sorrindo com a promessa de me ligar o mais rápido possível pra gente sair e se divertir.

Será que encontrei um amigo?

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Oii amores, desculpa a demora. Vou tentar postar todas os dias 💜

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Bjss.  Eu roxo vocês 💜

Seja meu ~ livro 1 |Leonato|Onde histórias criam vida. Descubra agora