See you tomorrow, Mary!

°15•

      1 semana se passou desde a conversa entre Alex e Aidan, o entendimento deles foi algo momentâneo e mesmo que para nós fosse mais vantajosos deixar o conflito esquecido, o orgulho de torna gritante para os dois. Sem contar que Alex estava tendo alguns leves ataques de ciúmes pela aproximação de Cecília e de Aidan, o que passava de um apelido para trocas de olhares, uns sorrisos bobos e de vez em quando algum contato de Aidan. Para Cecília o ciúmes era totalmente desnecessário, estar com uma pessoa requer confiança e segurança, se Alex se sentia inseguro com a relação não havia motivos para estarem juntos, não era nada sério a relação deles, ficavam e andavam de mãos dadas, mas não era um namorado oficial; nem conversavam sobre isso, porém eles se gostam.

      — Bom dia cunhadinha, bom dia kenny. — Diz Cecília se sentando a mesa para a primeira refeição do dia, aparentemente a garota estava animada, diferente dos dois adultos — Eu disse bom dia.

     — Bom dia, Ceci. Dormiu bem?

     — Dormi sim, Sofia. — Ao olhar para Kenny, a imagem que se tem é de um homem pensativo com o semblante preocupado. — Kenny, tá tudo bem?

     — Tá sim, toma café que eu vou te levar para a escola.

    Estranho, pensou a garota. Não era costume ele a levar a escola, a oficina de Kenny era bem falada o que rendia várias clientes e com isso mais trabalho, por isso Sofia se encarregada de levar e buscar a mais nova na escola. Algo havia acontecido e isso se resultaria em uma conversa entre os irmãos, o caminho foi silencioso, quando chegaram em frente a escola Kenny olhou para a irmã e iniciou a conversa.

    — Tá sentindo falta dos nossos pais?

      — Menos do que antes, acho que me acostumei a distância deles. — Kenny concordou e em seguida respirou fundo — Por que essa pergunta agora? Tenho que ir para a aula.

     — Achei melhor conversar agora porque aí você se ocupa estudando. Nossa mãe está vindo a cidade, ela tem algo para te dizer. — Depois de tanto tempo finalmente um dos pais de Cecília resolveu dar as caras e a presentear com uma explicação, talvez seja boa ou um pouco ruim se levar em conta que Kenny está preocupado, ele pode ficar tranquilo ou mais preocupado ainda, tudo dependerá de Ceci. — Não sei se ela chega hoje de tarde ou amanhã, mas ela tá vindo.

    — E o papai?

     — Ela vai te explicar sobre ele. — Se olharam — Ceci, você é meu amor, minha irmãzinha linda e eu te amo muito, conta comigo para tudo, além de irmão sou seu amigo e comigo sempre terá tudo. Eu te apoio e sempre vou apoiar em qualquer decisão que você tomar, tá?! Eu vou te respeitar.

     — Eu também te amo e sei que posso contar com você para tudo, mas não entendo o porquê de estar dizendo isso, parece que terei que escolher algo!

      — Boa aula!

Foi a única coisa que disse.

     Cecília entrou na escola ainda pensativa sobre a chegada de sua mãe. Um assunto importante e sem o pai, claramente é uma separação e logicamente Ceci já percebeu isso. Abriu o armário pegando alguns livros em seguida, não encontrou Sadie e nem Alex, também não iria procurá-los. Caminhou pelos corredores não prestando atenção em nada.

      — Mary..... — Foi ignorado — Não vai falar comigo? — Novamente ignorado, mas não de propósito. Cecília passou por ele sem o olhar, Aidan por implicância com seu típico dom para irritar Cecília pegou os livros dos braços da garota, finalmente chamou sua atenção atraindo o olhar tristonho dela para si. Por um momento não soube o que dizer e bem o fazer, Aidan ficou sem coragem de irrita-la porque tudo o que queria no momento era fazer algo para que o olhar tristonho desaparecesse. — O.... O que foi?

     — Não enche.

°•°•°

      — Vamos ao cinema hoje? — Pergunta Alex para Cecília, estão com professor em sala, mas que está ocupado concertado o livro de presença — Cecília?

     — Alguém poderia me convidar para ir ao cinema também, não é?! Eu só fico em casa estudando, tô precisando passear. — Diz Sadie aos amigos, mas nenhum deles responde já que Alex está olhando para Ceci, a garota está pensativa sobre sua situação — Que foi?

      — Ceci, vai querer ir comigo ou não?

      — Alex, você se incomoda se eu não ir para ficar estudando? Senhor Murray é legal, mas não dá pra depender das ajudas dele para me formar.

      — É só isso mesmo? — Pergunta Alex segurando a mão da morena.

     — O que mais seria?

°•°•°

      Assim que os amigos foram embora, Cecília se direcionou a biblioteca, quando entrou bateu os olhos no moreno dos olhos verdes que estava em uma das mesas; de certa forma ela revirou os olhos ao perceber que Aidan estava na melhor mesa, engraçado pensar que uma escola de rico não tem uma biblioteca com os melhores pontos, a luz é direto na mesa ou tem pouco espaço entre as estantes. Cecília caminhou em silêncio até a mesa onde ele estava, aparentemente só os dois estavam ali. Aidan com seus resumos decidiu não falar nada já que mais cedo Cecília pediu que ele não a enchesse.
Os dois, lado a lado estudando, livros abertos e silêncio. O único contato que tiveram ali foi mínimo e só o ocorreu porque Aidan virou a página de seu livro e por estar ao lado de Ceci acabou esbarrando em sua mão, isso apenas.

      — Aidan, seu idiota, o que faz aqui? Temos a partida de futebol hoje, esqueceu? — Timmy entrou tão rapidamente na biblioteca que mal havia percebido Ceci ali. — Ah.... Vocês estão.....

     — Eu estou estudando, não tenho nada haver com seu amigo.

     — Deixo claro que foi você que sentou ao meu lado.

      — Porque aqui é a melhor mesa.— Timmy soltou uma leve risada chamando a atenção dos dois.

      — Timmy, o professor Chad está me ajudando com a faculdade, mas eu ainda sim preciso estudar, hoje sem chance de eu ir ao futebol.

     — O que? Fala sério, eu mato você.

     — Até mais Timotheé. — Mesmo irritado Timmy saiu da sala deixando os dois ali.

     Ambos passaram a tarde na biblioteca, estavam tão concentrados que nem viram que praticamente todos os funcionários já haviam ido embora.

    — Caramba, tá tarde. — Diz Aidan olhando para a janela e depois para Cecília — Posso acompanhar você se quiser.

     — Posso ir sozinha. — Diz se levantando e pegando sua mochila, caminhou pela porta e rodou a maçaneta, tentou outra vez e outra, nada. — A porta está emperrada.

     — Mary, você é tão delicada que não consegue fazer força para abrir uma porta. — Se aproxima — Deixo que eu abro.

Tentou, tentou e nada. Se olharam.

    — Não pode estar trancada, né?! — Aidan pensou e depois deu um soco na porta — O que foi?

    — Timmy.

    — Ah, não!