5. Sob Suspeita

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'Você é o próximo' essa frase ecoa em minha mente como um loop infinito, o que isso poderia significar? Jimin seria o próximo alvo?

A presença do homem estranho e o bilhete indicam que alguém está observando atentamente nossos passos. Pode ser algo pessoal ou só querem garantir que a culpa não caía sobre eles.

Neste momento, estamos a caminho da minha casa, percebo que não revistei o local quando o homem desapareceu, isso nem cruzou minha mente naquele momento.

Vejo Park pelos cantos dos olhos, suas mãos inquietas puxam as mangas do moletom para cima, um sinal claro de sua preocupação palpável.

— Você já procurou um advogado? – Pergunto com cautela, não desejo vê-lo tão desesperado como ontem, mesmo não sendo fã dele, não desejo seu mal.

— Não precisei procurar, me "recomendaram" o advogado da família – Ele revira os olhos, claramente contrariado por ter sido forçado a aceitar esse advogado em particular.

Solto um risinho, não consigo acreditar que um cara de 20 anos não possa escolher seu próprio advogado. Vejo Park me encarar com as sobrancelhas arqueadas, como se tivesse lido minha mente.

— Bom, chegamos. Vamos por aqui, não quero que meus amigos me vejam, já sou louco o suficiente na cabeça deles. – Digo o guiando para a parte de trás da casa.

— Onde você o viu? – Park diz meio agachado por estar em baixo da janela da minha cozinha.

— Bem ali, aponto em direção a uns arbustos, vem vamos procurar.

Nos separamos, cada um vasculhando meticulosamente os arbustos próximos, procurando por qualquer pista ou indício, mas a área estava limpa, sem sinais do homem misterioso ou de qualquer outra pista que pudesse explicar a presença dele ali.

Exausto da busca infrutífera, suspiro antes de falar: —Talvez não tenha nada. – Olho para Park, sua expressão mostra um misto de incredulidade e frustração.

Ele responde, seu tom de voz incrédulo: — Por que me mandariam uma espécie de ameaça e não a você? Parece meio injusto, não acha? – Suas palavras carregam um peso de injustiça e um toque de preocupação.

Sinto uma leve pressão em minhas têmporas. — É sério isso?–, questiono, ainda tentando processar a situação. É desconcertante pensar na possibilidade de alguém ter direcionado uma ameaça específica para Jimin, deixando-me completamente ileso.

Permaneço imóvel, fixando meus olhos em um ponto específico logo abaixo da janela da minha cozinha. É quase como se fosse uma espécie de encanto, uma compulsão irresistível de observar aquele lugar.

Decido caminhar até lá, atraído por uma estranha sensação. Ao me aproximar, minha descoberta é surpreendente: um pedaço de papel está jogado ali, quase como se estivesse esperando para ser notado. Chamo a atenção de Park para o achado, ele hesita inicialmente, mas acaba pegando o papel em suas mãos.

O conteúdo escrito causa uma mistura de emoções em Jimin. Enquanto ele parece confuso, eu sinto uma onda de nervosismo me invadir. Minhas pernas tremem, minha respiração se torna errática e sinto lágrimas se formando em meus olhos. O aroma inconfundível de fumaça retorna, o mesmo cheiro que sempre surge nessas situações. Park percebe minha agonia e me segura, minhas pernas fraquejam, ameaçando me derrubar a qualquer momento.

O papel revela palavras perturbadoras: "A culpa é sua, Jeon Jungkook. Você sabe disso."

Park indaga em um sussurro tenso: — O que isso significa?

(Não) Confie em mim • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora