Capítulo - 2
Aroma e êxtase
Cannel Lótus...
Aquilo soava familiar.Eu estava em um pequeno galpão com o ômega chamado Blue que, junto de mais dois alfas, me tiraram da boate onde fui vendido para alguém com quem eles trabalham.
Blue me entregou uma muda de roupas, e apenas o ômega ficou no local, supostamente para me auxiliar.
Eu não costumava ficar coberto durante tanto tempo, aquilo era reconfortante. Meu sentimento com relação ao ômega na minha frente era confuso. Apesar disso, eu apreciei a sua forma de se portar, vestir e falar, mas ele ainda era suspeito. As roupas entregues para mim eram apenas uma camisa branca, com uma calça reta e tênis vermelhos. Nada demais, porém era quente e limpo o que, para mim, já estava bom.
— Eu mesmo separei a roupa — Ele afirmou com um sorriso. — Logo logo vamos para casa. É só que os outros tiveram que resolver algumas coisas lá na boate. — Blue disse de costas, enquanto eu me trocava. Ele parecia estar tentando criar simpatia entre nós. Bom, era esperto da parte dele, já que claramente queriam algo de mim.
— Elas têm o seu cheiro. — Falei enquanto amarrava o tênis.
— Na verdade, é do meu alfa. — O ômega soltou um pequeno risinho.
— Por que você me daria uma roupa com o cheiro do seu Alfa? — arqueei a sobrancelha e me sentei novamente na cadeira.
— É importante disfarçar o seu cheiro, para impedir que alguém te identifique. E costumamos usar o cheiro do meu alfa para isso. Deve ter notado o porquê.
Sim, o motivo era bem claro.
Eu suspirei. A roupa era macia, de boa qualidade e cheirava a Jasmim. Mas, o cheiro ficava mais forte a cada segundo que passava em contato com a minha pele.
Eu me perguntei o que aquele ômega era para aqueles alfas, e como ele falava com tanta autoridade sobre eles. O Alfa de cabelos negros o obedeceu quando foi interrompido, e a Alfa loira se limitou a rosnar.
— Quer comer alguma coisa? Posso pegar uma comida para você. — O loiro perguntou, dando alguns passos na minha direção.
Eu estava com sede, porém neguei.
— Olha, fofinho. Eu já encontrei muitos ômegas como você, sei que estão acostumados a passar fome. Mas, pode pedir o que quiser, eu vou trazer para você. — Ele contorceu as mãos. Algo me dizia que ele queria muito me fazer falar.
Eu pensei por um segundo.
— Tem algo com álcool? — Era aquilo que eu precisava.
— Bom — Ele sorriu divertido. — Pela sua cara, tenho algo que talvez você goste.
— Blue, onde você...— O alfa de cabelos escuros entrou no galpão procurando pelo ômega. Sua roupa estava um pouco amassada, mas ele não parecia cansado ou com dor.
O ômega se surpreendeu.
— Oii, babe — Blue acenou. Ele estava com uma dose de vodka nas mãos.
Estávamos sentados no chão, bebendo por volta de meia hora. E acabou que eu tinha descoberto coisas bem interessantes.
O principal ponto de interesse é que eles resgatavam omegas em situações de escravidão sexual. Também descobri que o nome do Alfa de cabelos escuros era Elliot, que era casado com Blue, e a Alfa loira, que se chamava Marlise, era sua irmã mais nova.
— Estamos prontos, vamos. — Ele estendeu a mão para o loiro, que correu para os braços do alfa. Blue abraçou Elliot que beijou sua cabeça e afagou seus cabelos carinhosamente.
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Inferno de Cereja
FantasyUm ômega puro é salvo por uma das máfias mais perigosas do Reino Unido, ele estará seguro ou terá novos problemas?