Inferno de Cereja

Capítulo - 5

Capítulo - 5

Entre a dor, a lembrança e o recomeço

Aquilo realmente tinha me surpreendido.

Depois da discussão entre Cristhian e Blue eu não imaginava que o alfa permaneceria com o mesmo ponto de vista, aquilo pareceu abalar muito o ômega loiro, mas graças ao apoio de Elliot podemos fazer aquilo acontecer.

- Se ele descobrir que estamos fazendo isso pelas costas dele, ele vai ficar uma fera. - Archie estremeceu.

- Fica tranquilo, baixinho, vamos terminar isso num pulo. - Charlotte dizia, seu sotaque estava mais forte do que nunca e por algum motivo isso me indicava que ela estava concentrada.

Estávamos em um dos laboratórios da Cannel Lotus, vocês ficariam surpresos com o que uma máfia pode comprar. Charlotte era a cientista encarregada do estudo sobre feromonios venenosos, e isso não poderia ser mais perfeito.

Depois de alguns testes de interação concluímos que eu sou totalmente suscetível as manipulações daqueles feromonios, como qualquer outro, porém eu e Elliot começamos a conseguir respirar os feromonios um do outro sem grandes reações.
Aquilo era cansativo, mas estávamos começando a nos dar bem com o passar do tempo. Matamos a tarde toda naquele mesmo ritmo, de testes, testes e mais testes.

- Seus batimentos estão normais. Muito bem, senhor Lostly. - Dito aquilo, a omega sorriu para mim e Elliot pôde reter os seus feromonios. Blue parecia cheio de alegria, e eu e o alfa fizemos um hi-five.

- Certo, senhores. Tivemos resultados muito satisfatórios aqui. - Charlotte anotava tudo em um tablet.

- Estão se sentido bem? - Blue se aproximou da gente. Estávamos sentados em duas cadeiras, frente a frente. 

-Sim, está tudo bem. Um dor de cabeça ou outra, mas vamos conseguir. - eu assegurei.

- Pode me trazer um pouco de água, babe? - O alfa pediu carinhoso para o ômega. O loiro acenou e deu um selinho em Elliot, aquilo era adorável mas eu parei para o observar melhor.

- Você não está bem. - Franzi o cenho.

- Eu sou um Alfa marcado, é naturalmente mais desconfortável para mim sentir outros omegas. - Ele pressionou as têmporas. - Já chegamos até aqui, não vou pedir para parar.

- Você é forte, outros talvez não aguentassem aqueles efeitos durante tanto tempo. - Eu disse para ele, e ele sorriu.

- Qual vai ser o próximo teste? - questionei me virando para Charlotte.

- O pior de todos. - Elliot respondeu antes dela, e eu me virei para ele confuso. - Isolamento.

- Eu analisei as amostras do Cameron, e está tudo perfeito para iniciarmos o teste 32.- A ômega afirmou. - Ômega, Alfa, na câmara, por favor. - Ela apontou para uma sala selada, podíamos ver tudo do lado de fora, porém o vidro era espelhado na parte de dentro. Eu e Elliot nos entre olhamos e entramos na sala um pouco desconfortáveis.

- Certo, a primeira reação será feita com o Elliot, vamos soltar 5% de um protótipo que imita os feromonios do Cameron. - A voz de Charlotte tinha um fundo metálico, e eu e Elliot nos encaramos com uma preocupação momentânea.

- Está tudo bem. - ele disse para mim.

Sentir meus feromonios sempre foi algo que me incomodou, então os mantenho retidos a maior parte do tempo, o lado bom era que eu sempre fui bom em controlá-los. Eu comecei a sentir os meus feromonios, uma quantidade mínima mas o suficiente para ver a mudança de expressão do Alfa.